- Marina! - A voz do seu Zé é alegre, mas não me contagia. - Só esperem mais cinco minutos. Os rapazes já concertaram tudo. Vamos religar o elevador.

- Tudo bem... Obrigada – agradeci e coloquei o interfone de volta no lugar, me aproximando de Arthur logo em seguida – Eu não quero ir... Como a gente faz? Esquecer tudo o que aconteceu, tudo o que sentiu? Eu não quero... - seus braços me cercam e eu fecho os olhos fixando o seu cheiro na minha mente.

- Ei, ei. - ele segura meu queixo, me forçando a encará-lo - Não precisa esquecer de nada. Vamos aproveitar hoje para pensarmos e chegar a uma solução. Me dá seu celular. – entrego. Depois de alguns minutos mexendo, ele me entrega de volta. – Pronto, salvei o meu número no seu celular e já tenho o seu, agora fica mais fácil. – ri de lado. Ele me puxa para mais um beijo,mas não parece uma despedida. Um "até logo" talvez definisse melhor. Mas o fato é que doía do mesmo modo. O elevador começa a se movimentar e logo para no meu andar. As portas se abrem, mas não tive forças para andar.

- Você precisa ir... - ele me abraçava, o que dificultava inda mais as coisas.

- Tudo bem... - me afasto - a gente se vê por aí - ele tocou meu rosto e depositou um beijo em meus lábios. Saio e fico observando o elevador se fechar, como fiz quando descobri que ele morava aqui... Quem diria que em poucas semanas nós estaríamos nos beijando dentro desse mesmo elevador? Eu não podia controlar a vontade de sorrir. Entrei em casa e fui para o meu quarto. Meu celular apita, notificando que que havia recebido uma mensagem.

"Seria estranho se eu dissesse o quanto queria ficar preso no elevador mais vezes e por mais tempo?"

"Seria estranho eu concordar totalmente com você?"

"Talvez... Não consigo parar de pensar em você"

"Nem eu :/ você não tem que dar aula na faculdade hoje?"

"Tenho, inclusive saio daqui a dez minutos. Preciso terminar de organizar umas coisas... Falo com você depois?"

"Com certeza! Tenha uma boa aula"

"Obrigado. Até mais! P.s. cada minuto que passa sinto ainda mais sua falta."

Não pude evitar de sorrir como uma boba olhando aquela mensagem. Eu fiz algo que não deveria, que não podia e agora não havia como voltar atrás. "Eu havia me apaixonado pelo meu professor"

- Viu o passarinho verde, filha? - minha mãe aparece na porta do meu quarto, me tirando dos devaneios. Olho pra ela e desfaço o sorriso, disfarçando.

- Nã..não e..eu tava falando com as meninas...

- Claro.. - ela fala como se não acreditasse nisso. - Como estão as coisas na escola? E como foi o ensaio dos meninos? - pergunta sentando na ponta da minha cama.

- Estão como sempre... O Matt, amigo do Nico nos convidou a ir sexta no show deles. Tudo bem se eu for? - perguntei.

- Tudo, só não volte muito tarde, tá? E se precisar, posso buscar vocês. - Assenti e ela deu um beijo na minha cabeça.

- E o Arthur? - Pergunta ao se levantar.

- O...O que tem ele? - engulo seco não sabendo o que ela quis dizer com a pergunta.

- O Seu Zé disse que vocês ficaram presos no elevador hoje mais cedo. Como ele está? - droga! Eu não havia mencionado isso, ela que falou. Se isso não deixasse um pouquinho do seu cabelo em pé, não seria minha mãe.

Ensina-me, professorWhere stories live. Discover now