Capítulo Trinta e Quatro: Indesejável

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No caminho de volta para sua sala, Genevieve quase foi derrubada por Christopher que saia de seu quarto, esbarrando bruscamente nela.
- Tudo bem - Christopher a pegou nos braços evitando que ela caísse.
- Me solte, seu desastrado, você acabou de rasgar a barra do meu vestido - Genevieve praguejou recompondo sua postura
- Me desculpe - Christopher sorriu, não parecendo muito arrependido - Aonde está indo?
- Isso não interessa a você - Genevieve rebateu sem piedade. Desde que Christopher cuidará de seus ferimentos causados pela besta, a relação entre os dois estava no máximo cautelosa e complicada. Genevieve falará pouco com ele desde então, apenas coisas que não podia falar para outras pessoas. O que quer que houvesse mudado naquele clã, também havia atingido os dois.
- Genevieve - Christopher suspirou, tocando seu rosto fazendo a olhar pra ele - Não quero você zangada comigo, querida - sussurrou ele, sinceramente
- O que você quer exatamente, Christopher? - rebateu Genevieve afastando se de seu toque com um tapa - Por que você parece muito confuso, ultimamente com isso de evitar, e odiar e depois aparecer no meu quarto a noite. Não sou uma mulher de conversas indiretas, então por favor me esclareça.
Com um sorriso brilhante, Christopher jamais fora tão bonito.
- Eu não estou nada confuso - declarou ele - Você é quem está - o jovem se aproximou novamente e Genevieve não negou seu toque desta vez - Eu sei quem eu sou. Eu sou como um vazio, lembra? Não tem nada dentro de mim além de escuridão, uma escuridão tão densa que atrai as pessoas... que já atraiu pessoas boas, as quais vidas eu acabei destruindo cedo ou tarde. Mas voce, Genevieve... eu reconheço a escuridão que vive em você por que ela é ainda mais escura e mais poderosa do que em mim. Você pode se aproximar, e nunca irá se machucar. Ou me machucar. Somos vazio.
Genevieve encarou seus olhos.
- E você se lembra também que eu posso e vou te usar. Brincar com o seu corpo, com a sua mente, fazer de você um objeto descartável que posso me cansar amanhã, ou daqui a centenas de anos. Eu não quero pessoas. Eu não quero sentir. Eu quero poder. Quero vingança. Quero o medo. Quero glória. Eu sou vazia não por que perdi algo, mas por que quero ser assim. Gosto de ser vazia. Gosto de não depender de ninguém, gosto de ferir...
- Eu sei - respondeu ele com os lábios próximos aos dela - Eu sei de tudo isso. E ainda quero estar do seu lado. Lutando suas batalhas. Matando seus inimigos. Traindo. Mentindo. Dormindo na sua cama. Tomando do seu vinho. Eu quero tudo isso. Eu aceito tudo isso.
Genevieve conteu um arfar chocado.
- Você não é vazio, Christopher - Genevieve esclareceu a ele e a si mesma - Você é apenas louco.
Ele sorriu, outra vez.
- E ninguém nunca esteve tão certo sobre mim.
Genevieve puxou a gola de sua camisa para baixo, ao mesmo tempo que ele se inclinava para encontrar seus lábios sedentos de desejo, e resquícios de sangue e loucura, as mãos de ambos procurando desesperadamente pelo toque um do outro, pelo corpo um do outro por algo que pudessem sentir em meio ao vazio. Genevieve engoliu mais de sua surpresa quando Christopher girou Genevieve encurralando a contra a parede, descolando seus lábios dos delas e deslizando os por seu pescoço, por sua clavicula por cada centímetro de pele nua que ele podia alcançar. Pela primeira vez, Genevieve percebeu com um sorriso, Christopher estava tomando uma atitude. Ele estava possuindo a não por obrigação, por compactuar com algo mas por que queria. Porque ele a queria. Genevieve enlaçou sua cintura nos quadris dele, desesperada por encaixarsse a ele. A bainha rasgada agora contribuía em algo, e Christopher parecia ansioso e feliz por continuar com seu feito. Quando os dois corpos se encontraram, Christopher segurou a  mão esquerda de Genevieve apertando as contra a parede, enquanto a direita apertava seu corpo, controlando a, incentivando a. E Genevieve gostou de ser controlada, gostou de perder o controle da situação pelo menos uma única vez. Possuída por Christopher, Genevieve não era à Rainha Vampira. Ela não tinha nada se Não a si mesma e a ele, um homem que também não tinha nada a não ser ele mesmo e a ela. Christopher era de alguma forma, importante para ela.
Genevieve praguejou em meio a ação, com um resfolego sufocando.
- Estou machucando você? - Perguntou ele, contra sua pele úmida
- Você está, sim - Genevieve retrucou, rispidamente - E eu estou gostando disso.
Quando Christopher a soltou, Genevieve mal conseguiu se colocar em pé por um momento, de tamanha intensidade. O soldado lhe dirigiu um sorriso convencido.
- Não pense que não vou fazer você pagar com isso, idiota - a vampira rebateu, ajustando o decote de seu vestido - Ainda estou zangada por você rasgar meu vestido, e ainda fazer isso no meio desse corredor onde qualquer um poderia nos ver.
Christopher revirou os olhos.
- Eu não quis parar. Você não quis. O consentimento é mútuo - o soldado a envolveu em um beijo e Genevieve se afastou
- Volte ao seu trabalho, soldado - ordenou ela, com divertimento - Preciso cuidar dos meus própios assuntos.
- A sua vontade, minha Rainha - Christopher se curvou, de modo cavalheiresco e saiu quase saltitando de excitação deixando uma Genevieve metade constrangida, metade entediada para trás. Sozinha novamente, a Rainha recuperou seu fôlego antes de continuar seu caminho pelo corredor até alcançar sua sala, abrindo as portas, e em seguida, as trancando atrás de si.
- Foram longos minutos os que eu tive que esperar até que os dois finalizasse seus... compromissos - uma voz disse atrás dela - Fiquei esperando que qualquer um tomasse a iniciativa de procurar um lugar privado, mas ambos parecem ser de um tipo mais liberal.
Genevieve se virou, esperando encontrar um rosto familiar, mais possivelmente o de Carolina. Mas Gnenvejve jamais havia visto a mulher parada no centro de sua sala. Seu cabelo era louro encaracolado, caindo em cachos espessos e brilhantes até sua cintura. A pele era palida, mas não tanto quanto a  de um vampiro. Os traços eram em parte orientais em parte europeus, com olhos verde escuros. Genevieve sentiu um incômodo ao ver o que a mulher usava, um vestido de carmesim branca, que parecia ser da melhor e mais cara grife existente.
- Quem é você, e o que faz no escritório da Rainha Vampira? - Genevieve declarou, pronta a chamar os guardas
- Rainha Vampira - ecoou a mulher - Claro que você se estimularia assim, Genevieve Devereaux.
Genevieve odiou profundamente seu nome dito por aqueles lábios pálidos. E então num lampejo, ela a reconheceu.
- Você é a Meredith.
Meredith sorriu, discretamente.
- Você certamente não acreditou que eu me assemelhasse a uma bruxa, não é mesmo? - retrucou ela em resposta
- Não como uma bruxa, talvez como um monstro da mais horripilante espécime - Genevieve rebateu, se aproximando dela - Do tipo que possuiu uma besta, e a usá para atacar o meu clã.
- Oh, eu não a culpo por estar chateada. Esse foi um inconveniente trágico - lamentou a Lider Especial, serenamente - Você não deveria ter sobrevivido ao ataque da minha criatura. Nenhum de vocês deveriam ter sobrevivido.
- E então você vem até a minha casa, usando algum tipo de magia suja para me ameaçar - Genevieve suspirou tentando manter o controle - Acho que terei que me vingar de você, rasgando a em pedaços com as minhas presas.
- Poupe me de suas ameaças - respondeu ela, fazendo um gesto - Você não tem que morrer hoje, Genevieve. Eu não estou aqui para isso.
- Então para que você está aqui? - Genevieve sibilou
Meredith se impertigou, caminhando até Genevieve.
- Você tem um coração sombrio, Genevieve Devereaux. Você ainda será útil para mim, além deste dia.
A Rainha não se esquivou, apenas se impertigou com orgulho e sede, fuzilando a Lider com os olhos.
Meredith se inclinou até estar perto o suficiente para sussurrar em seu ouvido algo que somente ela entenderia.
- Apesar de tudo, eu gostaria de oferecer os meus sentimentos pela sua irmã.
Genevieve congelou, paralisada com suas palavras. Ela sabia. Como diabos ela sabia?
Virando se, pronta para confrontar a Lider dos Especiais com palavras e suas presas se necessário, Genevieve não encontrou ninguém, nem Mesmo o mais infame sinal de que havia alguém naquele cômodo além dela. Genevieve estava completamente sozinha.

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