Capítulo Vinte e Cinco: Demonstração de Fé

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Genevieve sentia os olhares devotos sobre si, enquanto caminhava em direção a seu novo Trono brilhante, aguardando por ela. O vermelho manto cerimonial atrás dela, se arrastava sob o carpete cor de sangue, como se os dois fossem feitos de uma única peça.
O assalto tramado fora um sucesso. Raeghart havia usado as entradas mais secretas da Catedral, como acesso para que ele é seus seguidores oportunistas forjassem a invasão da madrugada. Como acordado, Alexander não perderá a oportunidade de se juntar a eles. Houveram confrontos mínimos, mas sem baixas para o lado de Raeghart e algumas baixas descartáveis para o exército Real. Genevieve engoliu seu sorriso, ao receber o relato frio do propio Alexander, a descrição de como ele havia imobilizado o Rei em meio a carnificina e com um punhal cerimonial, cortou a cabeça dele do corpo, prendendo a na lança de um soldado morto, e espetando a no trono da Rainha.
- Não vou ocultar que desejava que eles fossem mais inteligentes - Alexander suspirou, enquanto Genevieve o escutava - Se fossem mais sábios e entendessem melhor as figuras de linguagem, ao menos algum deles teria percebido que o assassinato do Rei era um presente para você. Admito que torci por isso.
Mas o Rei não tinha seguidores sábios. Tudo o que ele tinha era tolos, bajuladores e oportunistas da qual Genevieve poderia se aproveitar, como Raeghart e seu grupo de fantasmas.
Quando Genevieve encontrou as provas da morte de seu marido, foi como se as amarras que a prendiam a sua máscara de bondade forjada, caíssem pesadamente. Sem nenhuma imagem superior, e totalmente livre Genevieve foi forçada a gritar de horror quando o que queria fazer era gritar de alegria.
Os soldados a cercaram em segundos, retirando a daquele cenário enquanto lágrimas cortavam seu rosto. Fingindo estar absorta demais com a morte do amante, Genevieve se retirou em seus aposentos por dias quando na verdade não conseguia parar de pensar nos planejamentos de sua coroação. Vestido vinho ou escarlate? Que tipo de iguaria estaria nos banquetes? Qual seria sua primeira ordem como Rainha Suprema dos Vampiros?
No dia seguinte ao funeral do Rei, cheio de mais uma horda de emoções e promessas de vingança pela coroa, Genevieve sentia a aura de poder ao redor de si enquanto seus saltos estalavam até o altar. Seus lábios estavam pintados na cor de vinho, assim como seu vestido longo e adornado de jóias preciosas.
Sob o altar, o monge humano que havia celebrado seu casamento a esperava, com as mãos impacientes na frente do corpo. Genevieve pensou que ele deveria se sentir nervoso. Como se o mortal ao menos soubesse o que estava por vir...
Alcançando a frente do Trono, Genevieve sentiu todos prenderem a respiração.
- A morte leva a seu devido tempo, todos os moradores de seu reino - começou a voz retumbante do monge - Esse talvez não fosse o tempo dos homens, para a partida precoce de nosso amado e querido rei. Mas podemos crer que esse era o tempo que a morte escolheu para levá lo. Agora descansando ao lado de nossa antiga Rainha, creio que a morte molda barreiras criando fins de caminho, mas também abre novos caminhos, para novos futuros melhores que os de ontem - suas mãos se ergueram para Genevieve - Ajoelhe se diante do Trono de seus ancestrais, Rainha Filha da Noite.
Genevieve curvou sua cabeça, obedecendo com destreza e Majestade. Ela não ousou levantar seus olhos até que sua nova coroa mais pesada que a anterior e adornada de jóias vermelhas, a pedido dela, estava nas mãos trêmulas do monge.
- Você, Genevieve Devereaux, mantém seu juramento feito sob esse altar, no dia de seu casamento de amar e proteger e cuidar de seu reinado e súditos?
- Eu o mantenho - os olhos de Genevieve brilharam em expectativa - Não irei decepciona los.
Com uma respiração presa o monge abaixou a coroa até o topo da cabeça de Genevieve.
- Fique de pé, filha - disse o homem e Genevieve o obedeceu, virando se para os seus novos súditos, ajustando sua cabeça ao novo peso da coroa.
- De hoje, e pela eternidade, com o poder investido, Genevieve Devereaux é nossa Rainha Suprema, a quem devemos servir com orgulho e devoção. Saúdem sua única e verdadeira Rainha!
O salão explodiu, quando os soldados retiraram as espadas de suas bainhas, empunhando as ao vento, enquanto todos gritavam, saudações a Rainha, os olhos de mulheres homens e jovens, brilhando em esperança, e devoção. Genevieve sorriu suavemente, quando o monge estendeu em sua direção uma almofada vermelha a qual um cajado dourados e reluzente, pendia sobre.
Genevieve encarou os olhos pequenos e negros do monge antes de tomar o cetro entre seus dedos experimentando a sensação do ouro gelado, formigando através de sua pele enquanto seu nome continuava a ser exaltado pelas massas. Experimento a onda de poder ao seu redor, Genevieve estalou o cetro sob o chão aos seus pés, num estrondo que fez todos se calarem imediatamente, os soldados abaixarem suas espadas esperando ansiosos pelas palavras de Genevieve.
- É gratificante ser reconhecida como única e verdadeira Rainha entre os Vampiros - Ela não precisou esconder seu sorriso de satisfação - Como em tempos sombrios, dou início ao meu reinado não apenas com a promessa de mudanças, mas o potencial para que elas aconteçam de fato - o salão continuou em silencio quando ela continuou - Não deixarei que a morte de meu falecido marido e seu amoroso Rei, passem impune, quanto aos bárbaros que ousaram perturbar o Clã de sua Rainha.
O Salão se encheu de murmúrios inquietos de concordância. Em meio, as pessoas, Genevieve localizou alguns rostos familiares. Carolina em um vestido verde musgo e o cabelo preso em um coque lustroso, encarava ela com os braços cruzados, o rosto mergulhado em uma aprovação secreta. Ao lado extremo do Salão, Genevieve encontrou Raeghart a frente de seus seu grupo que eram os únicos que não fazia barulho. Ela encontrou seu resto e ele acenou para ela com um sorriso meticuloso se formando nos lábios. Mas tudo se desmanchou quando ela viu o homem ao seu lado.
Alexander parecia palido porém em forma, em seu terno branco e preto, como os dois lados opostos da moeda de bem e mal. Bem cuidado e comportado, Alexander não fazia nada além de manter sua postura altiva quase indiferente. Quando seus olhares se atraíram, Genevieve quis saber o que se passava por trás deles. Ela quis inevitavelmente saber se ele estava arrependido e quais suas intenções. Será que o pobre sonhador queria algum lugar de prestígio, talvez até ocupando o único Trono solitário que agora pertencia apenas a Genevieve? Seria que ele sentia remorso, desespero? Agora que tinha concretizado sua vingança, o que seria dele se não um homem vazio?
Genevieve silenciou sua mente tão rápido quanto silenciou o salão. Logo todos estavam quietos esperando suas palavras altas e claras.
- Para lhes oferecer o meu melhor, sei que terei que oferecer mudanças drásticas, as quais vocês não questionário se tiverem confiança em mim. Vocês têm confiança em sua Rainha?
Mais murmúrios todos de aprovação.
Genevieve sorriu, brilhantemente.
- Ótimo. Uma coisa da qual eu e meu falecido marido nunca concordamos era o quanto nossos súditos tão abertamente fiéis deveriam ser recompensados não só em riqueza mas em extremo prazer - a multidão prendeu a respiração novamente quando Genevieve anunciou - Peço que aceitem meu presente inicial para vocês, uma pequena recompensa através de minha ordem. Como prova de lealdade, desafio ao mais rápido e inteligente entre vocês, homens, mulheres e soldados a alcançar o monge humano e se alimentar de seu sangue até a morte - a Rainha Suprema declarou em uma voz firme, apontando para o monge com seu cetro dourado. O mundo desacelerou enquanto todos absorviam a ordem. Genevieve teve tempo de ouvir o ofegar desesperado do monge, na extremidade de seu altar.
- Santa Mãe, tenha piedade da minha alma- implorou
Então um jovem vampiro, rasgou a multidão sem hesitar, alcançando a frente do altar com uma velocidade incrível, agarrando o pescoço do homem e curvando o com um grito rouco antes de romper suas artérias com a boca Alimentando se dele ruidosamente, até que ele secasse e seu corpo caíssem para o chão.
O salão estava silencioso como um túmulo devorando o choque da cena com os olhos e acima de tudo com sede também, Genevieve percebeu.
O menino de cabelos louros claros, que atendeu sua ordem sem pensar enxugou o vermelho do canto de sua boca, com as costas da mão antes de se voltar para sua Rainha.
Genevieve sorriu com benevolência, ignorando o corpo do monge aos seus pés.
- Qual o seu nome, querido filho?
Os olhos do menino brilharam quando ele se ajoelhou diante dela.
- Charles, minha Rainha Suprema - disse a voz sedutora do menino
- Charles - a Rainha ronronou seu nome e então elevou a voz - Esse jovem homem, foi o único dentre os meus súditos fiéis a ouvir minhas ordens sem questionar, assim saciando a sua sede, com o sangue doce de um homem pecador e falho - Ela ergueu seu cetro na direção dele - Como um bom súdito, o jovem Charles será recompensado com um posto de respeito entre meu novo círculo de fiéis, e riquezas incomensuráveis, além de é claro, todo o alimento a que se dispor.
Os lábios grossos do menino se curvaram em um sorriso quando ele ergueu sua cabeça.
- Sou grato a tudo, minha Rainha.
Genevieve sorriu e sinalizou para que o menino se levantasse antes de dirigir se a multidão, que tinha os olhos escuros de sede.
- Como uma mãe justa, irei permitir que aprendam com minhas ordens de hoje em diante, fazendo não so com que Charles mas com que todos sejam recompensados com igualdade - Ela disse e apontou seu cetro para a multidão - Raeghart, ajoelhe se diante de sua Rainha!
No meio de todos, Raeghart, escondeu sua reação de choque, mas atendeu ao pedido de Genevieve alcançando a frente do altar e se pondo de joelhos.
- De agora em diante, você é nomeado por sua Rainha, o Líder de Exercitos deste respeitado Clã.
Alguns sussurou retomaram, enquanto Raeghart se levantava respeitosamente.
- Com licença, minha Rainha... - uma voz interrompeu os sussurros das pessoas, vindo do canto inferior do salão. Genevieve encontrou os olhos escuros de um homem de meia idade e armadura prateada - Mas acredito que eu sou o ocupante do posto de Lider de Exercitos desse clã.
Genevieve encarou o homem de meia idade com nojo e pena antes de sorrir.
- Até então, assim tem sido, meu nobre homem - disse ela para todo o salão - Mas não acho que você conseguiria manter o seu posto se estivesse morto.
Com um aceno de cabeça, Genevieve assistiu ao coração do homem ser arrancado por um soldado atento às ordens da rainha ao seu lado. Limpo e simples, o corpo do homem caiu sem vida com um ruído surdo.
Antes que o burburinho se levantasse, Genevieve retomou o controle.
- Acredito que essa demonstração de fé, com nosso querido Charles, tenha despertado algo em todos vocês, um instinto primitivo, insaciável - Genevieve descreveu conhecendo muito bem a sensação da sede - Raeghart. Como sua Rainha, ordeno que recompense a esses súditos aqui presentes, com um banquete fervoroso de sangue e corpos humanos. Conduza os para algum vilarejo distante, qualquer um de sua escolha, e se alimentem a Vontade, não encostando em um fio de cabelo de crianças é claro - Genevieve acrescentou, com uma expressão amável - Saciem sua sede, até que o sol nasça, e sejam eternamente recompensados!
Raeghart completou as palavras de Genevieve.
- Vocês ouviram as ordens de sua Rainha - disse ele, com uma postura impecável, e voz retumbante - Aqueles de vocês que esperam serem recompensados e saciados, sigam me!
Raeghart, saiu pela porta da frente da Catedral antes de ver quem o seguiria. Todos pareceram incertos, mas pela escuridão opaca de seus olhos Genevieve sabia que eles estavam tentados a segui lo.
-Vão-Genevieve sinalizou para a a multidão-Agora.
Como se algo finalmente houvesse se rompido nas pessoas, libertando as, todos começaram a se apressar para as portas de entrada da Catedral, partindo atrás de Raeghart. Genevieve podia sentir e ouvir, os ruídos selvagens que os Vampiros faziam em caçada, espreitando se rapidamente como sombras na escuridão,atrás de comida,sangue e morte.
Assim, eles o salão ficou vazio após seus ocupantes, partirem em caçada com excesso de algumas pessoas, entre elas os soldados armados e fiéis em seus postos, Carolina com um sorriso presunçoso no rosto e Alexander ainda em seu lugar, parado e palido como uma estaca.
O silenciou se seguiu por um instante, até que Carolina começarem a bater palmas vagarosamente quase com sarcasmo.
- Isso foi uma jogada realmente engenhosa, minha Rainha. Mas qual estou curiosa para saber seu próximo passo - Ela perguntou, em público sem se importar com disfarces. Agora, tanto ela quanto Genevieve estava livres para sempre de duas máscaras.
- Não se trata de jogada nenhuma, querida - Genevieve se sentou em seu Trono de Vidro e Aço - Como Rainha Suprema dos Vampiros, eu despertei, finalmente. Irei fazer justiça, derramando o sangue de traidores e recompensando os justos. Mas enquanto meus súditos se deliciam, que tal começarmos com nosso banquete?

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