Capítulo Vinte e Dois: Um Prisioneiro

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Era a madrugada de novo dia, e o Rei jazia adormecido ao lado de Genevieve, em sua cama, desgastado em seu repouso. Porém, enquando o Rei enlouquecia resolvendo seus planos, os de Genevieve eram colocados em prática. No horário marcado, Genevieve soltou da cama, envolvendo seu corpo nu com uma capa negra de proteção ao sol, mesmo que não houvesse qualquer som para que ela se protegesse. A capa escura a ocultaria de olhares indesejados nas sombras. Genevieve cobriu seu rosto com o capuz macio, escondendo o maximo possivel antes de deslizar para fora da suíte real, passando pela escadaria em espiral e pela passagem pelo subterrâneo que nunca dormia, sempre movimentado mesmo as altas horas, onde soldados treinavam, outros se embriagavam ou se aproveitavam de criadas indefesas.
Silenciosa e imperceptível, Genevieve alcançou a passagem de entrada para o subterrâneo e assim que o fez uma figura alta e imponente estava ali para recebe lá.
- Boa noite, minha Rainha - cumprimentou Raeghart com uma rápida mensura. Genevieve curvou sua cabeça ligeiramente antes de se por a andar com a escolta de Raeghart. Depois de seu pacto para acobertar o julgamento de Travis, estava mais do que claro que ele era um soldado movido pelo dinheiro, fiel a quem pudesse lhe pagar mais. Genevieve lhe ofereceu a quantia certa, o que garantia seu silêncio. Essa visita jamais chegaria aos ouvidos do Rei.
Ele a guiou pela cidade até as partes mal iluminadas do local, tão semelhante a um fosso abandonado, esquecido por todos. Assim eram vistas as Masmorras. Seu exterior estava vazio, pois Raeghart seguiu as ordens claras de Genevieve, as de dispensar todos os soldados que cuidariam da segurança das celas aquela noite. Ele se apressou ao tirar um molho de chaves dos bolsos das vestes, destrancando o portão principal. Com um sorriso sugestivo ele se afastou para que ela entrasse primeiro e Genevieve o fez. O local era escuro e repugnante, com o odor seco de fumaça e cinzas. Raeghart tomou a frente outra vez guiando a pelo local. Grades de celas enchiam as laterais, e Genevieve tentou ignorar as dezenas de soldados que pareciam definhar naquele local. Chegaram por fim A última cela no corredor. Por trás da grades de metal enferrujado, um homem jazia encolhido num canto, um monte de farrapos que exalava miséria. Raeghart parou ao lado de Genevieve colocando o molho de chaves dentro de sua mãos estendida.
- Foi um prazer ser útil, minha Rainha - Sussurou ele, com uma voz rouca
- Seus favores a Rainha serão lembrados - prometeu Genevieve de volta com um tom sedutor
Raeghart sorriu, a suas promessas antes de se inclinar para as grades, espancando as com a mãos espalmada e produzindo um chiado ensurdecedor:
- Acorde, seu bastardo ordinário! - sibilou ele, fazendo o vulto saltar, repentinamente desperto, então dirigiu um olhar de desculpas a Genevieve - Como garantia, alguns oficiais se divertiram mais cedo torturando o com água benta. Ele está fraco, impotente o suficiente para não oferecer qualquer risco.
- Obrigada, mais uma vez - Ela agradeceu - Posso cuidar dele daqui em diante.
Raeghart fez uma mensura antes de dar a volta pelo corredor, se distanciando cada vez mais.
Quando Genevieve se virou para a cela, o homem parecia confuso, sentado precariamente com as costas apoiadas na parede. Seus cabelos cor de ouro sujo caiam até os ombros, emoldurando seu rosto apático, forte mesmo endoecido. Ele seria mais um criminoso imundo, mas quando levantou os olhos azuis cobalto na direção de Genevieve, ela imediatamente viu ali uma determinação fugaz.
Genevieve abriu seu melhor sorriso escondido pelas sombras capuz.
- Peço desculpas por perturbar seu sono.
Os olhos do prisioneiro dançaram pela silhueta de Genevieve, tentando identifica la.
- Quem é você?
- As notícias devem andar lentamente nas masmorras - Ela exibiu um sorriso presunçoso, ao deslizar o capuz lentamente para trás - Eu sou sua Rainha. Genevieve Devereaux.
Ela pode sentir a avaliação do homem sob seu rosto, a pele branca, os lábios vermelhos, os grandes olhos escuros, o cabelo se misturando as sombras.
A beleza de Genevieve não era capaz de ser ignorada, nem mesmo por um condenado, que certamente tinha visto poucas coisas belas, na vida.
A avaliação do homem se encerrou, quando um sorriso torto moldou seus lábios, ajeitando sua postura.
- Os soldados não se preocupam em informar qualquer novidade, aos prisioneiros enquanto os torturam - disse ele, inundado em sarcasmo - Mas fiquei mesmo sabendo que a Rainha anterior morreu. Não pensei que teria a honra de conhecer a nova em tão pouco tempo.
- Golpes do destino. Nem mesmo Reis podem contra eles - Genevieve deu de ombros
O prisioneiro assentiu lentamente.
- Devereaux - o nome parecia um suspiro rouco - Você não deveria adotar o sobrenome do Rei ao se casar com ele?
- Eu diria que a minha relação com o Rei está meio turbulenta nos últimos tempos.
Isso o fez rir, ruidosamente.
- Não posso fingir que entendo. De qualquer maneira... que tipo de situação seria de tal importância a ponto de trazer a Rainha até minha humilde cela?
Genevieve aprumou sua voz, suavemente.
- Eu soube sobre a fama de um tal Alexander Ryce - o homem congelou ao som do propio nome nos labios de Genevieve - Você foi o responsável por muitas noites em claro do meu marido.
- Mas você não está aqui para me parabenizar - Alexander completou - Você está aqui para me matar.
- Não, mas que barbaridade - Genevieve o repreendeu - A questão é que tenho ciencia de que meu marido omite muito de seus casos para mim. E eu não posso dizer que não sou conhecida pela minha curiosidade - Ela avaliou cada traço inexpressivo de seu rosto - Eu estou aqui para ouvir a verdade dos seus lábios, sem o risco de que ela seja interceptada e modificada por alguém. Conte me sua história, Alexander Ryce. Que tipo de crime o trouxe até as masmorras do Rei?
- Por que eu diria algo a você? - retrucou ele, imediatamente cauteloso
- Por que essa é a sua única oportunidade de dizer o que queira dizer, sem estar num julgamento - o tom de Genevieve não deixava abertura para dúvidas - Se você precisa de uma motivação suficiente, pense que eu sou a sua única esperança de ser livre - ela se aproximou ainda mais, envolvendo uma das grades com a mão, diminuindo o tom de voz até um sussurro de alerta - Mais um instante de teimosia e relutância e eu dou as costas para você, pedindo ao Rei que acelere a burocracia do seu julgamento, até que sua cabeça esteja presa em uma estaca logo pela manhã. - Genevieve assistiu um arrepio fazer o corpo de Alexander tremular em seu acomodação. Satisfeita ela continuou, afastando as mãos das grades - Eu posso retardar a sua morte. Ou acelera la. Você irá escolher isso quando começar a me contar sua história.
Por trás de seus olhos azuis, Genevieve enxergou um profundo conflito, entre acreditar ou não em suas palavras ou na chance de voltar a ser livre outra vez.
Por fim, derrotado, Alexander gruniu.
- Está bem. Vou falar o que você quiser.
Genevieve sorriu satisfeita.
- E eu irei ouvir até a última palavra.
Alexander suspirou, relaxando os punhos antes de começar.
- A verdade é que nem mesmo eu, sei como cheguei até aqui tão longe da minha casa, numa cidadezinha rural da Rússia. Família pequena e tradicional. Um trabalho fixo numa fábrica e um bico como lenhador. Até que... eu optei por ser um soldado e servir o meu país.
Alexander era um péssimo mentiroso.
- Sem omissão - a voz de Genevieve o cortou, severamente - O que de tão grave poderia ter acontecido para que você escolhesse uma guerra civil ao invés da sua família?
Alexander tensionou seu corpo, encarando os própios pés, mergulhado em desconforto.
- Algo que... - ele se engasgou antes de continuar-Eu não pensei que pudesse ser possível na época - Gevenevieve esperou que ele continuasse - Uma menina de estatura baixa, e cabelo castanho, me seguiu até a floresta mais próxima onde eu sempre ia para cortar lenha. Ela me assustou, silenciosa e palida como um fantasma, contando uma história louca. Anunciou com uma expressão quase animada, seu nome Selene e disse que era um anjo celestial que havia caído, por minha causa.
Disse também que me amava e que queria cuidar de mim. Que... - Alexander engasgou com um sorriso sombrio - Que queria me ajudar.
- E você não acreditou nela? - adivinhou Genevieve, incentivando-o
- Céus, é claro que não - cuspiu Alexander - Eu surtei com todas as informações absurdas na minha cabeça. Uma anjo do céu de Deus, ali na minha frente, apaixonada por mim? Era a coisa mais insana que eu já tinha ouvido na vida, o que logo me fez pensar que ela fosse um demônio. Eu disse coisas horríveis para ela e me afastei correndo, murmurando um exorcismo que ouvi um padre dizer uma vez. E ela não me seguiu.
- Hilário - murmurou Genevieve - Você acreditava no mal, mas não acreditava no bem?
- Você não pode julgar um humano tolo - ele sorriu em sua amargura - Incrédulo, eu tive pesadelos aquela noite. Ouvi vozes. Tive dúvidas. E se ela fosse real? E se aquele demônio, anjo ou alucinação fosse real e visse atrás de mim novamente ou da minha família? Aquilo não deixou a minha cabeça por um momento sequer, até que eu surtei. Quis estar longe o mais longe o possível dela, e deixar a minha família segura. Eu me alistei no exército, na esperança de me manter são, longe daquele espírito e da minha família que ficaria segura sem a minha presença. Eu estava servindo bem em meu esquadrão, até que aconteceu, e minha vida virou ao avesso outra vez. Meu Capitão... era um de vocês, um Vampiro. Ele me odiava com todas as forças. E aproveitou uma noite de festividade no Esquadrão para me encurralar - Alexander fechou os olhos relembrando a noite - Ele bebeu meu sangue. Eu tinha certeza de que estava morto. E então revivi. Perdido e confuso, e com sede. Quase destrocei o Esquadrão, matando todos até saciar minha fome. E então parei, simplesmente tomado por culpa e por medo. Eu soube que era real. Que aquela menina que eu tinha visto era um anjo, e que quando ela disse que queria me salvar, ela queria me salvar de mim mesmo. Do monstro que eu me tornaria. Anestesiado, passei o resto da noite ali, parado em meio aos corpos de meus colegas, quando a manhã veio e o sol queimou a minha pele, cozinhando me vivo. Eu me escondi nas sombras de uma caverna próxima da aquele lugar, curando lentamente. Então a noite eles vieram, saindo das sombras. Um grupo pequeno de vampiros que souberam do massacre, e chegaram antes das autoridades. Eles me encontraram. Me acolheram. E logo eu não estava mais sozinho. Fui apresentado e incluido as regras de seu Clã. Tive dificuldade para manter o controle, mas consegui fazê lo. Mas voce deveria adivinhar que as pessoas me odeiam muito facilmente - Alexander exibiu um sorriso na direção de Genevieve - Um dos soldados de gênio fraco desse Clã, armou para mim. Massacrou um vilarejo inteiro durante a noite e mergulhou minhas roupas em sangue. Fui acordado por meus própios gritos quando mergulharam minha boca em água benta. O Líder do Clã, havia me entregado para os soldados do Rei e me prendiam em correntes, antes de me trazer até aqui, para julgamento, já que você sabe sobre como os seres sobrenaturais devem se manter discretos aos olhos do mundo.
O Conselho insitiu que eu chamava muita atenção, que era escandaloso, incontrolável e incapaz de manter o sigilo da espécie. Eles me acusam de destroçar aquele vilarejo mas eu não o fiz e venho tentando convence los disso a tanto tempo... - os olhos de Alexander pareceram cansados, de repente - Por fim, eles acabam me esquecendo aqui. Pareciam se divertir com meus pedidos de socorro então parei de entrete los e comecei a insulta los. Isso ainda enraivece alguns como o Rei mas diverte outros como os soldados. Creio que eles usem a minha voz como exemplo para outros prisioneiros. Do quanto eles podem levar um homem a ruina - sussurou ele, roucamente - De qualquer forma, meu show me da mais um dia de vida, para tentar provar a eles que sou inocente, que eu não fui responsável pelo massacre.
Genevieve suspirou, absorvendo suas palavras e escolhendo tantas outras para o que iria dizer a seguir. Ela se inclinou sobre as grades.
- Você tem ciência de que o Rei é responsável pelo seu cárcere não é mesmo? - Alexander a fitou quando ela o disse - Você se encontra nessa cela suja a tanto tempo, humilhado e esquecido como um brinquedo que eles não querem mais, graças ao seu Rei. Sabe disso não sabe?
- Nada do que você me diz é novidade - retrucou ele, sem interesse
Genevieve apertou seu corpo contra as grades, fuzilando o com o olhar:
- Eu quero que me responda com toda a essência do seu ser: Você odeia o Rei a ponto de desejar sua morte?
A pergunta pareceu tomar Alexander desprevenido. Seus olhos brilharam de raiva, sem foco quando ele respondeu:
- Eu odeio o Rei a ponto de queima lo vivo e dançar sobre suas cinzas.
Era o que Genevieve desejava ouvir desde o princípio. A fúrias nas palavras de um rebelde do sistema.
- Então eu acredito em você, Alexander Ryce - Disse a Rainha para a surpresa dele - Acredito que você é inocente, e que você quer justiça. Eu a terei para você. Irei condenar o soldado que massacrou o vilarejo e culpou você. Irei garantir a sua liberdade, sem qualquer burocracia, apenas com uma ordem.
- Mas...? - questionou Alexander sem se deixar convencer facilmente
Genevieve mordeu os lábios, suavemente.
- Mas a sua liberdade, custará um preço. Um preço que você estará disposto a pagar.
- Qual? - Alexander parecia duro a sugesrividsde de Genevieve. Ela anunciou sem mais rodeios.
- Quero que você mate seu Rei.
Isso provocou um sorriso incrédulo em seu rosto.
- Pelo visto não sou o único que tem dificuldade em distinguir a realidade da fantasia.
- Por que não é uma simples fantasia - Rebateu ela, confiante - A morte do rei pode ser real, você pode dançar sobre suas cinzas, e com o poder de Rainha investido sobre mim, eu posso garantir isso a você. Sua liberdade, sua justiça, sua vingança. A morte do Rei entrega de bandeja para você.
A intensidade nas palavras de Genevieve envolveram Alexander que absorveu o impacto. Ele se deu conta de que ela estava falando sério, de que ela queria o rei morto e tinha seus motivos para isso.
- Por que você está fazendo isso por mim? - Alexander perguntou repentinamente confuso
- Por que temos um interesse em comum - Genevieve testou chave por chave de seu molho até encontrar a que destrancasse a cela de Alexander com um clique, ciente de seu olhar. Ela abriu o portão, confiante, entrando em sua cela, sentindo Alexander se encolher ao ter o seu espaço invadido, assim que Genevieve fechou a porta atrás de si pondo se a caminhar até Alexander, com os saltos altos estalando no chão.
- Nós queremos que o Rei pague com justiça pelos seus atos - sussurou ela, lentamente até alcançar a figura de Alexander encolhida no chão, um homem miserável, desesperado por ser livre. -Queremos a nossa... liberdade.
Quando Genevieve se abaixou até muito próximo dele, e estendeu a mão para seu rosto sujo de fuligem, ele não protestou, nem mesmo se retesou sobre sua carícia.
- Seja um cavalheiro generoso por sua Rainha - Sussurou Genevieve com os lábios muito próximos dos dele, cada palavra embebida de desejo - Satisfaça seus própios desejos e os dela.
E ela irá garantir a você muito mais do que você pode sonhar...
Com essas palavras, Genevieve deslizou suas mãos até seus ombros, usando os como apoio enquanto se acomodava em seu colo. A respiração de Alexander falhou, entrecortada, quando Genevieve se retorceu sobre ele sentindo seu desejo evidente. Ela abriu um sorriso sedutor. Ele podia ser forte e resistente para resistir a torturas e interrogatórios. Mas não era forte o suficiente para resistir a ela, a seu toque e a seu corpo, desejoso e insinuante sob ele.
- Não sei se confio em você... - sussurou Alexander com os lábios próximos aos dela, os fechados ao sentir as mãos de Genevieve em seu rosto
- Você precisa se arriscar - Ela sussurrou de volta - Sou uma dama de palavra. Tudo o que eu preciso é que você diga sim.
Envolto por seu perfume suave, Genevieve se inclinou, espremendo seus lábios contra os dele. Alexander tinha gosto de fuligem e sal, e seus lábios devoraram os dela, doces e sensíveis. Tomado pela sensação de prazer, algo que ele não sentia a muito tempo, desde que chegará até aquele lugar horrivel, Alexander não resistiu.
- Sim - gemeu ele contra sua boca, abrindo seus punhos, e apertando sua cintura com as mãos enfim livres - Droga, sim.
Genevieve mergulhou suas mãos nos cabelos sujos dele, puxando os para atrás enquanto afundava sua boca na dele, numa selvageria desconhecida. Aquele homem tinha tudo e nada a perder tomando sua propia Rainha nos braços daquela forma. Genevieve logo se via diante de um desafio, tão intenso quanto o que sua relação com o Rei havia lhe proposto anos trás, ao ser seu amante. E Genevieve adorava desafios. Céus, ela havia sentido falta deles.
Alexander colocou ambos de pé, empurrando Genevieve com força, as costas presas as grades de sua cela, enquanto descia seus lábios por seu pescoço, afastando sua capa sugestivamente.
- O que foi, você está esperando a minha permissão? - Genevieve sorriu, maliciosa
Alexander riu ao atrevimento dela, afastando os botões de sua capa com um único puxão de suas mãos ágeis. Livre da única coisa que a cobria, Genevieve ajudou ele com o deixo se suas calças, pensando no quanto deveria estar desesperada por alguma ação, a ponto de se relacionar com um homem que passará meses enjaulado. Mas se ele não pensava nos riscos de se relacionar com a Rainha, ela não pensaria em seus própios riscos. Genevieve sabia que ele não seria gentil e isso só fazia deseja lo mais.
Genevieve envolveu, sua cintura com suas pernas, enquanto ajudava lo a se livrar da camisa, deslizando os dedos por seu peito musculoso. Ele exalava a sal, tristeza, solidão e desespero. Envolto por sua boca, ela esperou que ele a tomasse com selvageria. Quando isso aconteceu, Genevieve se viu de braços erguidos, as mãos apertando as grades com força, como se sua vida dependesse disso, enquanto Alexander a abocanhava sem qualquer piedade.
Chegando ao seu limite, Alexander arquejou alto Genevieve arqueou seu corpo, as grades machucando suas costas, provocando uma dor saborosa. Exausto, Alexander inclinou sua cabeça, encostando a em seu peito. As mãos de Genevieve soltaram as grades, acariciando seu cabelo por alguns momentos, até que ela desenlasse suas pernas de sua cintura, pondo se de pé, com uma postura impecável. Genevieve levantou o rosto atônito e exausto de Alexander, beijando seus lábios, antes de se afastar dele, recolhendo sua capa no chão, e envolvendo a de volta em seu corpo. Ela torceu os cabelos, em um coque sujo.
- Fico satisfeita em saber que você é um homem inteligente, Alexander Ryce - Genevieve havia recuperado toda a sua compostura - Eu realmente aprecio isso.
Alexander levantou os olhos até ela, relutante como se percebido o que tinha acabado de fazer.
Genevieve sorriu, inclinando se até ele novamente, até depositar um beijo dessa vez em sua bochecha.
- Sei que você pegou as minhas chaves, garanhão - Sussurou ela suavemente contra sua pele
Não surpreso, Alexander retirou o molho de chaves de dentro de suas calças, e as devolveu para ela que sorriu uma ultima vez, antes de dar as costas para ele.
- Obrigada.

Genevieve abriu sua cela, e saiu, sem se esquecer de tranca lá novamente.
- Sinto que o verei em breve, para celarmos os termos de nosso acordo - Ela disse, encarando a expressão distante do homem rebelde e másculo que tinha acabo de possuir - Mas até lá, aproveite sua última noite como um homem condenado.
Alexander não respondeu com alguma piada ou frase embebida em sarcasmo, mesmo quando Genevieve esperou.
Por fim ela, se foi, acobertando seu rosto novamente nas sombras do capuz, sem nem olhar para trás.

Anjos de Sangue: OrigensWhere stories live. Discover now