Capítulo 10

75 16 0
                                    


Zankiel abriu a porta do motel em um solavanco. Depois de abandonar o caminhão do outro lado da cidade, matar um taxista e roubar seu carro, ali estava, carregando Kamelya para dentro de um quarto sujo e sabendo que tinha um cadáver no porta-malas do carro lá fora.

Literalmente fodidos.

A cama de casal foi o caminho direto a ser tomado e pousou o corpo adormecido da garota ali para então esticar o corpo. Precisava de roupas novas. Andar fardado pela cidade era muito chamativo, ainda mais aquele tipo de farda. Sem contar a morena, com roupas rasgadas. Eles não passariam desapercebidos.

Passando as mãos pelos cabelos levemente despenteados, Häz rumou para o banheiro. Ele tinha certeza que não poderiam passar mais do que três horas naquele lugar ou outra emboscada aconteceria. Girou o registro da torneira e enfiou o rosto embaixo dela. A água fria caindo na face e permeando pelo couro cabeludo pareceu aliviar a tensão e clarear os pensamentos.

Tinha que tirar Kamelya de lá.

― Zankiel... ― Tirou o rosto da água e balançou a cabeça, andando rápido de volta ao quarto.

― Como se sente? ― O homem sentou ao lado de Kamelya. ― E o tiro?

― Está latejando...

― Eu preciso costurar isso antes de-

― Não se preocupe... Fazemos isso no caminho. ― Ela sentou o encarando seriamente. ― Como chegamos até aqui? Onde estamos...?

― Dulce. No caminhão. Depois roubei um taxi... Preciso me livrar do corpo, está no porta-malas.

― O corpo do taxista...? ― Ela engoliu em seco.

― Sim.

― Para onde vamos agora?

― Como assim? Eu pensei que tivesse um plano. ― Zankiel arqueou as sobrancelhas.

― Meu plano era fugir... Eu não pensei...

― Em como. ― Completou a frase da morena friamente. ― Ótimo plano.

― Tem alguma ideia...?

― Bem. Nós podemos tentar Nova York.

― Nova York? ― O cenho franziu. ― Por quê?

― Tenho amigos lá.

― Amigos? Que tipo de amigos? ― Mas ela não conseguia pensar com completa coerência com aquela gota de água escorrendo pela face masculina, fazendo a linha do maxilar até o queixo e Kamelya engoliu em seco mais uma vez.

― Amigos que podem salvar seu traseiro. Está desconfiada...?

― Não... ― Respirado profundamente, a morena tentou continuar. ― Por que está molhado?

― Acho que tenho o direito de esfriar a cabeça. Na falta de conhaque...

― Conhaque?

― É uma bebida que te deixa relaxado, e zonzo, se tomar demais.

― Então na falta de conhaque e outras alternativas, vamos para Nova York?

― Se você estiver de acordo é o que faremos.

― Eu estou. ― Kamelya nem hesitou e Zankiel sorriu. ― Precisamos de uma rota.

Nove Vidas - (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora