Capítulo XX - A adaga

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— Dez carruagens consecutivas, seria mais adequado — Elliot riu. Kristen acompanhou.

— Posso jurar que vi o espelho trincar — ela completou sorridente. Elliot riu mais sonoramente pondo o objeto sobre o balcão desistindo de parecer mais decente.

— Vejo que já estão acordados — uma voz feminina soou e logo Elena apareceu perte de si.

— Eu acordei, mas não falo por cabelo de fogo.

— Elliot! — Kristen repreendeu-o jogando um pano de prato que jazia no balcão nele — Tu devias defender-me. Também acordei, minha irmã.

— Nossa — Elena olhara para a Kristen de cabelos desgrenhados e olheiras fundas a sua frente. Ela cobriu a boca em espanto — Se tu acordaste, então suponho que o resto dos mortos-vivos já estão zanzando pela cidade também — Elena riu e Elliot acompanhou.

— Isso é um complô contra mim — Kristen resmungou fazendo bico, mas logo seus lábios ganharam um sorriso perverso, enquanto ela olhava para sua irmã — Mas e tu, minha irmã, como está o mascote?

— Ah, não — Elena pegou sua xícara de café — Lá vem tu com tuas histórias.

Kristen riu e Elliot acompanhava a cena sorrindo de trás do balcão.

— Achavas que ia me esquecer? — Kristen riu maldosa aproximando seu corpo ao de Elena que estava sentada numa cadeira ao seu lado — Como vai Inácio?

— Pelos Deuses, Kristen! Inácio?

— É um bom nome para nosso mascote, temos de concordar. Ele me parece ter cara de Inácio — Kristen tomou um gole de seu café.

— Elliot — Elena exclamou — Defenda-me já ou eu largo este café novamente em cima dela!

Elena maneou a xícara ameaçando Kristen que logo afastou-se rindo. Aquela cena lhe era muito familiar. Naquele momento ela lembrou-se de quando Elena ameaçou-a com a xícara. Ela não pôde deixar de sorrir ao lembrar que Elliot que levou todo o líquido sobre si.

— Vocês são duas peças, pelos Deuses! — Elliot acabava-se de rir apoiando-ss no balcão.

                               ***

     O café havia sido ótimo, Elena estava menos estranha do que estivera outrora, porém Kristen vez ou outra a flagrava a observando com olhos enigmáticos. Kristen, no entanto, resolveu acreditar que sua irmã somente ainda não acostumara-se com sua volta repentina e sem explicações.

Nem Elliot ou Elena haviam a interrogado sobre onde passara todo aquele tempo fora então Kristen resolveu não tocar no assunto também. Se eles não tinham curiosidade então não havia motivos para Kristen falar-lhe de suas últimas aventuras na mansão de um anfitrião enigmático e arrogante que a pusera para fora.

A manhã fora calma, Kristen, Elena e Elliot limparam o lugar antes de abri-lo. Como Kristen se lembrava perfeitamente, assim que as portas foram abertas, os fregueses fiéis a cerveja brotaram em pouco tempo. Elliot ficava no balcão organizando a bandeja, Elena anotava os pedidos e Kristen servia como de costume. A manhã transcorreu-se rápido, a hora do almoço chegava e o movimento gradativamente aumentava. Nada fora do normal, se não fosse pelo fato de que ao parar uns instantes para descansar seus pobres pés esmagados na sapatilha que calçava, Elliot puxara assunto sobre seu desaparecimento em dias passados.

— Sabe, cabelo de fogo, — Elliot apoiou-se no balcão — tu ainda não nos dissestes o que acarretara em teu sumisso por dias. Ou por onde estivera andando durante esse tempo.

Meu Imortal - A Maldição De ViktorWhere stories live. Discover now