Capítulo IX- A Aberração

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Boa leitura :D

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        Ela repousava serenamente. Seu rosto angelical estava sem expressões envolto no mais profundo e relaxante sono. Nem parecia que a algumas horas ela se encontrava em apuros. E ele a havia salvado. Em todo aquele caos ao menos um a coisa pela qual se orgulhar em muito tempo. No entanto um fino tecido de preocupação era tecido em seu coração. Ela estava quieta e desacordada a duas longas horas sem mover-se um centímetro sequer. Em seu frágil e perolado corpo haviam arranhões e marcas roxas o que só lhe afligiam mais.

Vê-la naquela situação o deixava apreensivo embora agora ela estivesse a salvo sob seu teto. Mesmo tendo sido ele a salvá-la e sabendo que ele não seria jamais capaz de causar-lhe mal algum, algo dentro de si, algo que ele não saberia dizer o que era, lhe causava um reboliço no estômago. Era algo estranho, uma sensação que a muito não lhe assombrava, algo que o afligia e ele nem sabia o que poderia ser. Talvez novamente seus fantasmas do passado sussurrando em seu ouvido de que ele não era digno sequer de fita-la ao longe.

Era como se mil borboletas misturadas a grandes mariposas grande passeassem em seu estômago causando-lhe cócegas, mas não tirassem a sensação de aflição em si. Curioso, no mínimo, já que ele nem entendia o motivo de tal. A muito tempo ele não sentia aquela sensação sem motivo aparente. Era algo como um pressentimento, um aviso que algo estava para acontecer, mas ele não saberia distinguir se era algo bom ou ruim.

Os cortes em seu corpo pequeno haviam sidos cuidados por sua amada Margareth e isso lhe tranquilava um pouco. Os cabelos ruivos e cacheados dela estavam espalhados pelo travesseiro fofo semelhante a uma cortina brilhante e vermelha. Era uma paisagem admirável. Os olhos fechados em serenidade causando a ausência daquele olhar da mais bela beleza do mar do Caribe lhe passava um sentimento de ternura, uma paz que a muito fora tirada de si.

O corpo dela repousava tranquilo, as mãos cruzadas em cima de sua barriga e o vestido de tecido leve e branco lhe serviam perfeitamente como o esperado. Ela estava de volta. Ele se sentia feliz pela primeira vez em séculos embora não entendesse como ela podia estar ali outra vez. Mas acima de tudo ela estava ali, com ele novamente. A sensação de borboletas em seu estômago ainda estava ali mais presente que nunca e ele estava começando a apreciá-la.Lhe fazia sentir-se vivo novamente; sentir como qualquer outra pessoa embora ele soubesse que era somente ilusão de sua cabeça. Mas era uma ilusão boa, por hora.

Desde o momento em que deitara o corpo daquela a sua frente, ele não havia tirados seus olhos amarelados dela. E nem poderia. Era como se estivesse hipnotizado pela beleza dela; pelo modo como seus lábios rosados eram esculpidos; como os cabelos pareciam brasas acesas; como a pele parecia macia e cheirosa; como o toque de suas mãos deveriam ser perfeitos.

Ele sabia que o toque dela era perfeito pois ele lembrava-se de cada carícia, de cada palavra vinda de sua doce voz, de cada toque de suas delicadas mãos, de cada olhar daquele mar critalino em forma de globos oculares.

Quando ele dera-se conta já havia quebrado a distância de seus corpos e ele estava ao lado do corpo dela olhando sedento para seus lábios. Oh, quanto ele sentia vontade de beija-los, de tocar seus lábios com os seus, de colar seu corpo ao dela e fundir seu ser ao dela para sempre! Ele queria tocá-la, acariciar-lhe a face de bochechas rosadas, contornar os lábios dela com a ponta dos dedos, de tê-la novamente para si. Mas não podia. Se tentasse tornar seus desejos em realidade a machucaria, a magoaria novamente, e ele nunca mais, por mais difícil que pudesse ser, ele ousaria magoá-la de qualquer forma novamente. Não agora que parecia que finalmente ganhara uma segunda chance para acabar com aquele pesadelo sem fim.

Ele ainda elevou a mão de pele pálida para ao menos sentir de longe o calor suave que emanava da delicada e perolada face dela, mas algo que ele não imaginava aconteceu.

Um desastre.

Quando sua mão chegou perto da face dela, ela, que até aquele momento mantia-se imóvel em seu descanso, moveu-se bruscamente elevando o rosto e fazendo com que os dedos gélidos dele tocasse a face rosada dela.

— Ahh! — um grito de dor ecoou da garganta dela fazendo-se ouvir por todo o recinto. Ele recoou assustado fitando-a de longe com os olhos tão abertos que pareciam que seus globos oculares amarelos sairiam e rolariam por sua face. Por mais rápido que tenha se afastado dela, já era demasiado tarde — O que fizeste?! — ela gritou levando a mão a face onde veias negras haviam começado a se alastrar por sua face pérola agora um tanto pálida. O rosto dela estava contorcido em dor e horror e ela tocava a bochecha onde as veias negras se alastravam lentas e dolorosamente. Ele mal acreditava no que via. Ele ficara estático, totalmente atordoado com a situação que terrivelmente se desenrolava a sua frente.

Ela sentia o caminho venenoso das veias negras sobre a sua pele, e não podia conter o grito de dor que escapava de sua garganta enquanto a dor consumia sua face lentamente. Os olhos dele continuavam arregalados e por mais que ele quisesse fazer algo ele simplesmente não conseguia. Estava paralisado em seu próprio horror.

— Oh céus! — a pequena senhora entrou no quarto atordoada e assustada indo diretamente em direção a cama onde a jovem Kristen gritava de dor — O que acontecera aqui?!

— Se afaste de mim! — Kristen gritou em meio a lágrimas que banhavam seu rosto.

— Margareth eu... — ele tentou falar mas as palavras ficaram presas em sua garganta mediante a cena terrível que seus olhos lhe mostravam.

— Menino, por favor, saia! — a senhora gritara tentando fazer Kristen olhá-la.

— Eu não... — ele tentou falar enquanto aproximava-se desesperado da cama onde Kristen contorcia seu rosto em dor. Mas ao que ela notara sua aproximação, as palavras que ecoaram da garganta dela em um grito furioso o fizeram parar no meio de seu percurso.

— Afaste-se de mim, aberração! — parando bruscamente ele sentira as palavras adentrar seus ouvidos como facas a rasgar sua pele. As palavras lançadas mortalmente contra si foram o suficiente para que ele sentisse tudo em si desmoronar. Uma dor alastrara-se tão fortemente em seu ser que ele jurou que estava literalmente se despedaçando.

— Menino, por favor... — antes que a senhora pudesse terminar de falar ele virou-se e caminhou até a porta envolvido na mais cruel dor que sentira em sua vida. Ele saira fechando a porta atrás de si com força. No corredor, ele encostou-se na madeira da porta de onde ainda conseguia ouvir os lamentos de dor dela, enquanto em meio a suas frases a palavras aberração brincava em seus lábios. Ele olhara para o teto, fechando os olhos sentindo o órgão inativo em seu peito partir-se em pequenos cacos. Uma lágrima escapara de seus olhos ainda fechados, mas quando os abriu e resolvera sair de uma vez dali, ele cerrara seus punhos com força.

Aberração.

A palavra dita com tanto repúdio na voz dela ecoou pela sua cabeça e uma derradeira lágrima de dor rolou por seu rosto.

— Ah! — ele gritou enfurecido enquanto socou com toda força existente em si a parede do corredor que estava a sua frente.

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1268 palavras

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Olá, olá Jubinhas do meu ❤ Como estão? Aceitam um café? ☕

E então minhas Jubinhas, o que acharam? O que pensaram? O que vai acontecer? A Kristen foi cruel, não foi?

Me falem tudo e não me escondam nada!

Aguarde manifestações 🎉🎉

Que tal uma ⭐?

Até logo ❤❤

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