Capítulo II - Pequena confusão

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Boa leitura :D

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      — Leva para a mesa cinco, por favor — disse Elena pondo duas garrafas de cerveja em cima do balcão referindo-se a Kristen.

    Ela fez o que foi pedido, desviando de algumas mesas de madeira gasta até o seu destino final. A taverna estava lotada, com vários homens a se embebedar como se não houvesse amanhã. Se bem que no ritmo que estavam bebendo, talvez de fato não houvesse um amanhã para eles. As conversas em um tom mais alto que o necessário era a trilha sonora dali, as risadas altas por toda parte então quase podiam atravessar as paredes de pedra. Poucas mulheres estavam ali também, muitas delas meretrizes e seus clientes.

— Aqui está as cervejas que pediram — ela colocou as garrafas sobre a mesa que era ocupada por quatro homens de porte grande e totalmente bêbados. Dois deles viravam garrafas na boca deixando o líquido escorrer pela barba e cair sobre suas vestes sujas — Deseja mais alguma coisa?

— Claro, que tal sentar-se aqui comigo gracinha para eu te dizer tudo que eu desejo de você? — disse um homem grande de barba rala com um tom malicioso e um sorriso do mesmo tom na boca de lábios finos e dentes amarelados. Os outros bêbados que estavam na mesa com ele deram uma risada claramente se divertindo. Kristen sentiu vontade de dar um belo tapa na cara dele até deixar o desenho perfeito de seus dedos e mandar ele se pôr no seu lugar. Quem ele pensava que ela era? Uma de suas meretrizes?
Sua vontade teve de ser contida, no entanto. Não seria bom para a fama da taverna.

    Ao invés de fazer o que sua mão coçava para que ela fizesse, ela decidiu fazer melhor. Ela então olhou para aquele que sorria maliciosamente à sua frente, deu um leve sorriso no canto dos lábios com igual maliciosidade, aproximou seu rosto do dele, e deixou as palavras falarem por si.

— Se não deseja que eu quebre uma dessas garrafas na sua cabeça, sugiro que engula qualquer desejo que tenha de mim. Ah, e de preferência engasgue com ele e morra com ele — finalizou em um tom provocante e sarcástico, enquanto um sorriso vitorioso brincava em seus lábios.  O sorriso malicioso do homem murchou enquanto o seu próprio aumentou consideravelmente. Os bêbados da mesa soltaram uma risada divertida todos de uma vez, de um modo esganiçado como o som de porcos na lama.

— Calem a boca, vermes! — o homem levantou-se e bateu na mesa assustando o bêbados que riam e a própria Kristen. Ele a olhou intimidador e ameaçador avançando em sua direção vagarosamente — Cuidado com os modos gracinha, talvez eu resolva pegar o que desejo de você nem que seja a força — o quadril dela encostou-se em um mesa e ela não teve mais como recuar enquanto o homem a encurralava ameaçador. Ela sentiu o medo percorrer seu corpo causando um arrepio arrebatador. O homem estava a centímetros de seu corpo com um olhar ameaçador e um sorriso sujo.

— Vá embora! — ela juntou forças para falar sem que sua voz saísse trêmula o que, de qualquer modo, aconteceu.

— Que foi gracinha? Você estava tão corajosa a pouco. O que aconteceu? Não digas que estás com medo? — ele aproximou seu rosto do ouvido dela e sussurrou insinuador. Ela fechou os olhos com força — Sabe, o medo torna as coisas mais interessantes as vezes. Eu posso mostrar a você — então ele tocou seus lábios rachados no pescoço dela deixando ali um beijo.

     Todos no estabelecimento haviam parado de se embebedar para observar a cena, e o que mais intrigou Kristen foi que nenhuma alma abençoada havia movido um dedo para tirar aquele brutamonte de perto dela. Kristen então abriu os olhos e com a mão procurou qualquer coisa que fosse para se defender. Em cima da mesa onde ela estava encurralada pelo corpo enorme e musculoso daquele homem que mais parecia uma parede, ela tocou algo gélido com superfície lisa. Sem pensar duas vezes ela agarrou a garrafa e quebrou na mesa encostando os cacos pontiagudos na barriga do homem.

— Já falei para ir embora! Não me faça ter que forçá-lo a ir levando um belo corte consigo! — finalizou com um tom autoritário. A medida que ela falava no tom mais ameaçador que conseguiu atribuir a sua voz, ela pressionava a garrafa quebrada na barriga dele. O homem afastou-se um passo, mas, antes mesmo que ela soltasse um suspiro de alívio, ele agarrou a mão frágil dela e arrancou a garrafa com facilidade ameaçando-a com a garrafa que a pouco estava em seu poder.

— Parece que o jogo virou, não é, gracinha? — disse deixando um sorriso debochado desenhar seus lábios para logo em seguida aproximar-se perigosamente dela.

    Quando ela sentiu as pontas pontiagudas em sua barriga, suas pernas tremeram. Por um instante ela jurou que suas pernas viraram gelatina e que a qualquer momento desabaria ali mesmo. E então, quando ela sentiu a garrafa sendo pressionada contra si com mais força, ela teve certeza que desabaria ali mesmo, a qualquer momento — Não devia ter me tratado daquela maneira. Não lhe culpo, você não sabia que meu temperamento não é dos melhores, mas também não posso deixar isso passar — a cada palavra proferida por ele, ela sentiu o bafo de cerveja bater em seu rosto causando uma ânsia de vômito quase incontrolável. Ela apertou a madeira da mesa com força para não chorar ali mesmo. Seu coração pulsava descontrolado e a adrenalina corria por cada célula de seu corpo. Ha essa altura ela nem sabia como ainda estava em pé.

— Por favor,— ela falou em tom suplicante. Sua voz saiu ridiculamente trêmula deixando transparecer o medo que ela lutava para esconder — me deixe ir. Não precisa pagar pelas bebidas, só me deixe ir e vá embora.

— Ah, gracinha, você me fez parecer um idiota quando falou comigo daquela maneira e isso é algo imperdoável, sabe?  — ele aproximou os lábios do ouvido dela novamente e sussurrou malicioso — Para desculpá-la é preciso muito mais que um pedido de desculpas, entende?

    Ela tentou empurrá-lo pondo as mãos no peito dele, mas ele sequer se movera. A garrafa agora era pressionada contra si com mais força e o homem logo pressionou o seu próprio corpo contra o dela. Quando seus quadris se tocaram, seu estômago deu uma volta completa e ela teve certeza que vomitaria ali mesmo.

    E foi o que fez no segundo seguinte.

— Sua vadia! — ele gritou enfurecido vendo o vômito dela escorrer por sua blusa surrada — Olha o que você fez! — no segundo seguinte ele estava agarrado ao pescoço de Kristen inclinando o corpo dela sobre a mesa e pressionando a garrafa quebrada sobre sua bochecha direita. Ela sentiu quando um filete de sangue escorreu por sua pele até repousar sobre a mesa — Agora você vai pagar sua meretriz de quinta!

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1191 palavras

Olá, olá Jubinhas do meu ❤ Como estão? Aceitam um café? ☕

Tenso :O

Ansiosos pelo desfecho dessa confusão? Haha, então confere logo o próximo capítulo, corre!

Aguardo manifestações 🎉🎉

Até logo ❤❤

Meu Imortal - A Maldição De ViktorWhere stories live. Discover now