Capítulo X- Não é ela, Viktor!

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Boa leitura :D

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   Ele andava rápido pelo corredor de paredes vinho, os passos pesados, punhos cerrados com força, e uma dor dilacerante em si. Em seu rosto pálido as grossas linhas de lágrimas que haviam escorrido por sua pele estavam lá para mostrar a dor que agora havia se instalado em si. Era algo destruidor. Os olhos amarelados estavam mais sem brilho que nunca e seus lábios estavam curvados para baixo mostrando o tamanho de sua tristeza.

Por que ela havia feito aquilo? Por que o havia destruído usando de palavras tão cruéis?
Por que ela estava tão diferente, tão irreconhecível embora seu rosto e todos os mínimos traços que o formavam continuavam da mesma maneira? O que estava acontecendo com ela?

Em todo o tempo em que passara ao lado da cama onde ela repousava esperando ansioso pelo momento que ela despertaria e lhe lançaria aquelas íris do mais belo e puro mar, jamais passara por sua cabeça aquela reação. Ao contrário, esperava que ela ficasse tão feliz em revê-lo do mesmo modo que ele estava. Mas a realidade mostrou-se cruel demais consigo novamente.

Ele passara pelas muitas esquinas da enorme mansão e dobrando uma última vira a sua frente a longa escada bifurcada que levava para a espaçosa sala de estar. Ele andava como um raio movido pela dor, a raiva e a tristeza latente em si. Com alguns passos largos ele alcançou os primeiros degraus descendo por ele quase correndo.

Ele precisava sair dali, isolar-se e quem sabe nunca mais voltar pois, naquele instante, esta era a única vontade em si. Ele queria sumir, desaparecer da face da terra, ir para qualquer lugar longe dos pensamentos dolorosos em sua cabeça.

Ao abrir a grande porta negra de carvalho o vento tocou sua pele carregando consigo gotículas de sereno. Ele descera os poucos degraus que dariam para o chão de ladrilho que rodeava a mansão e caminhara com passos apressados até o celeiro na parte traseira da mansão. Chegando lá, avistou sua bela égua negra e aproximando-se acariciou os belos pêlos brilhantes de sua fiel companheira.

— Mais uma vez conto contigo para aliviar meu sofrimento, minha amiga — ele falou com um pequeno sorriso triste no canto de seus lábios para então virar-se para pegar a cela e pôr no animal. Ao fazer tal, montou e como um raio disparou rumo a floresta; rumo a qualquer lugar.

 

                              ***

— Eu não ficarei nem mais um minuto sob o mesmo teto daquela aberração! — Kristen falou alterada assustando a senhora de coque alto com o tom de voz que impregara — Dê-me cá minhas vestes e eu irei partir agora mesmo — falou decidida enquanto já vasculhava o enorme quarto afim de encontrar seu vestido.

— Não creio que deverias tentar voltar para teu lar com tais vestes, seria demasiado vergonhoso para tua imagem, menina — a senhora estava ao lado da grande cama onde Kristen estivera a pouco deixando as palavras calmas fluirem entre seus lábios finos. Kristen a olhou interrogativa.

— Como? O que dizes? O que há de errado com meu vestido? — Kristen perguntou olhando para a senhora com o cenho franzido. Mas antes que a senhora pudesse lhe dizer algo, um tecido sujo de terra fora localizado pelo seus olhos, e ela aproximou-se dele pegando-o em suas mãos. Ela olhou para o tecido rasgado com uma grande insegurança.

— Creio que não te recordas de alguns detalhes — a senhora falara atrás de si.

— Eu... — Kristen tentara falar, mas ao que as lembranças horrendas inundavam sua cabeça as palavras simplesmente pareciam maiores do que sua garganta.

Meu Imortal - A Maldição De ViktorWhere stories live. Discover now