Bônus | A Flor do Mal

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Hoje o livro completou 40.000 visualizações (Yeah!) e para comemorar isso, resolvi publicar este pequeno conto dentro do universo deste livro. Ele não contém spoiler, nem nada que afete diretamente a obra, mas em determinado momento irá ser contada por um personagem do livro, mais especificamente o "Garrot" vai contar para "Alice" esta história, bem no comecinho desta obra. (Não, isso não tinha e estarei colocando na revisão).

Bora lá? #partiu!

A FLOR DO MAL

Muitos anos atrás no período das conquistas, eu ainda era jovem, mas já havia visto a morte de perto. Tanto ela para mim, quanto para as pessoas com quem eu lidava. Lembro de uma ocasião especial, a história de uma garotinha que ecoou por várias cidades e ficou memorizada no nome desta planta: Flor do Mal.

Eram tempos difíceis, quando as pessoas não tinham muito o que fazer além de se esconder e brigarem entre si para conquistar um espaço para se esconderem. Soldados marchavam dia e noite, o som das botas destruindo o chão e o tilintar de espadas rasgando a carne humana durante a noite não era apenas um pesadelo, era real.

Não havia pessoa, família ou casa que escapasse. A melhor opção era encarar a derrotar e deixar ser governado por Rothan e seus militares.

Havia algumas pessoas que não se deixavam serem derrotadas tão facilmente, mas o heroísmo só durava o suficiente para os soldados chegarem perto o suficiente para atravessar as lâminas carnívoras em seus corpos até que eles parassem e se calassem de vez. Por vezes foram exibidos aos outros rebeldes, pendurados em estacas como se fossem bandeiras, para que não cometessem a mesma atrocidade.

Três homens, duas mulheres e uma menina de aproximadamente cinco anos fugiam noite a dentro da caçada que sofriam. Estavam todos horrorizados, pois a morte era tão real quanto o medo que sentiam arrepiar suas peles sujas de fuligem das casas queimadas.

A menina chorava ao lado da mãe, quando ela percebeu que sangue escorria de um ferimento em sua testa, resultado de uma queda enquanto corriam. Todos pediram que ela parasse de fungar e segurasse o choro, pois poderiam ser descobertos ali naquele celeiro, mas a menina não conseguia se controlar.

Quanta dor ela sentia pelo ferimento, pensou a mãe, e tentando fazer com que sua menina ficasse calada, a mãe arrancou do chão, perto de uma fresta do celeiro, uma flor que ali invadia.

— Tome, filha. Essa flor se chama Milefólio. Ela vai curar você e tudo vai ficar bem.

A garota apanhou a planta e abraçou junto ao peito como se fosse o melhor presente do mundo, até um sorriso apareceu em seu rosto infantil, aliviando tanto ela quanto sua família que assistia tudo.

O silêncio não foi suficiente para esconder aquelas pessoas e eles foram descobertos horas depois. Toda a família foi morta, exceto a menina que foi escondida entre o feno do local. Após um silêncio de terror antecedido por gritos de dor e morte, a menina saiu de seu esconderijo para ver toda a família morta.

Ali mesmo ela chorou a perda da mãe, a sensação fria de estar sozinha, a raiva dos soldados e da planta que não fez ficar tudo bem.

— Flor do mal! — gritava a menina entre soluços de raiva e tristeza — Flor do mal!

Rapidamente soldados chegaram e encontraram a garota que logo teve seu corpo jogado sem vida junto ao de sua família, mas antes eles presenciaram sem entender que a garota estava insatisfeita com a planta, e isso ecoou por todos os lugares, apelidando o Milefólio de Flor do Mal.

Nem os soldados, nem a mãe da menina souberam. Ela chorava pela dor do ferimento, mas sim, o medo iminente de sua morte e de sua família.

. . .

Faaaaala, galerinha! Por hoje é só isso mesmo. Não queria deixar vocês na mão, mas fiquem com este pequeno conto como uma forma de agradecimento aos 40k de visualizações.

Gostou? Tem perguntas? Pode ficar a vontade que eu amarei ♥ responder cada um de vocês. Até mais!

Coração Negro - O RitualOnde histórias criam vida. Descubra agora