Capítulo 27 - Vazio

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VAZIO

Ontem 25/07/2016 foi o Dia do Escritor.
O dia é nosso, mas eu quero agradecer você leitor por permitir que nossos mundos existam.
Aproveitando e postarei esse capítulo para compensar a demora. Já aviso que é o último desse livro antes de finalmente fechá-lo com uma explicação e vocês entenderão o porquê.

[ AVISO IMPORTANTE ]
[ Caso encontrem algum erro, peço desculpas desde já. ]

— ✮ —

O MUNDO girava para Alice encarando aqueles olhos famintos de Derio sobre ela. Não era o velho e gentil Derio, agora era um predador e assassino. Suas mãos enroscadas em sua garganta a queriam morta, e isso doía no peito tanto quanto na garganta. Aquelas mão já lhe fizeram carinho e agora...

— Derio! Acorda... — Alice se esforçou para proferir algum pedido, mas sentiu a dor aumentar.

O rapaz não era o mesmo, suas mãos mais largas que o normal tinham unhas avantajadas que começavam a feri-la enquanto apertava seu pescoço com imenso ódio nos olhos. Onde estava o Derio que era apaixonado por ela? Nada explicava aquilo tudo.

— Você está me decepcionando, pequena Alice. — Salazar ainda sentado na poltrona assistia Derio tentando matá-la. — Vamos lá, estou torcendo por você, não faça isso comigo.

A forma como ele falava só a deixava mais irritada e ela inutilmente tentava retirar as mãos do Derio transformado da garganta dela.

— Que demora... acabe logo com isso, por favor. — pediu Salazar se levantando e derrubando no chão sobre os tapetes e poltronas as velas da sala para começar um incêndio.

As vistas de Alice estavam repletas de pontos luminosos e a dor da garganta começava a se tornar insuportável. Ele ia matá-la, não tinha jeito e ela sabia que ou era ele ou ela.

Retirou a mão direita das mãos de Derio e tateou o chão a procura do punhal que Salazar havia dado para ela. Era ele ou ela e por mais que doesse no fundo da alma o que ela estava prestes a fazer, não queria morrer, não assim nas mãos de quem ela amava.

Alice fechou os olhos, sentiu a queimação ao redor do pescoço e encontrou o punhal no chão, mas estava muito fraca e quase apagando de vez. As chamas começaram a consumir tudo ao redor com velocidade e Salazar espalha o fogo em outras partes da casa assoviando tranquilamente.

— Alice? Acho melhor acelerar aí que as coisas vão ficar quentes daqui para frente. — comentou o bruxo no instante que o fogo subia pelo tapete nas escadas dando a ele um prazer e formando um belo sorriso no rosto.

Salazar ria e voltou até onde estava Alice debaixo de Derio e estranhou que o garoto transformado não conseguia matá-la. A jovem se contorcia tentando apanhar o punhal e Derio parecia estar com medo de algo... o sangue.

Era isso que ele queria ver. O sangue dela afastar os seus lacaios ou os transformados em famintos. Um sorriso de felicidade apareceu em seu rosto com aquela cena. Um faminto e assassino com medo de uma garota sem saber o porquê.

As unhas de Derio tinham arranhado o pescoço dela, um pouco de sangue escorreu queimando os dedos do rapaz que afrouxou o aperto nas mãos com medo dela, mas não desistia de tentar enforcá-la.

Alice chorava observando os dentes pontiagudos de Derio e o desespero da morte iminente deixavam seu corpo em uma adrenalina fora do comum.

— Desculpe, por isso... — o rosto de Derio estava bem perto do dela, seu hálito quente e um olhar furioso que mudou completamente quando ela atravessou sua jugular com o punhal. — desculpa...

Coração Negro - O RitualWhere stories live. Discover now