49 - 28 de novembro

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Meu despertador tocou depois de meus olhos já estarem abertos há exatas duas horas

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Meu despertador tocou depois de meus olhos já estarem abertos há exatas duas horas. Pela primeira vez em anos, eu estava animada com aquele dia.

Ouvi uma batida rápida na porta do meu quarto e antes que eu pudesse responder "entre", meu pai já estava entrando. Eu tinha quase certeza de que ele só estava esperando o barulho do celular para poder entrar. Todo ano ele fazia a mesma coisa, pensando que não me incomodaria me acordando depois do despertador já ter soado.

– Feliz aniversário, Mosqueteira! – disse ele, se abaixando até a minha cama e me enchendo de beijos.

– Obrigada – sussurrei com uma voz de quem acaba de acordar.

– Eu sei que hoje é seu aniversário, que é segunda-feira, que você não vai à escola e que o dia mal começou, mas eu vou ter de sair com Fernanda e Victor.

Como eu tinha de trazer muitas coisas para dentro de casa e preparar meu quintal para o memorial, eu precisava tirar meu pai dali. Então Gabriel deu a ideia de dizer para o meu pai, na noite do dia anterior, que eu decidi de repente que queria um presente de aniversário que só vendia no centro de São Paulo. Fernanda e Victor iriam ajudá-lo na farsa, sendo assim meu pai acreditaria sem protestar, e decidiram que iriam buscar esse presente na manhã seguinte (dia do meu aniversário). Gabriel iria com eles, com a desculpa de que não tinha prova nenhuma para fazer na escola, fazendo-os demorarem ainda mais, enquanto Pedro e eu arrumaríamos minha casa para o grande memorial.

– Justo hoje você vai sair? – perguntei chorosa como boa atriz que sou.

– Nós voltamos para casa antes do fim da tarde, não se preocupe. E ainda traremos uma surpresa.

– Promete? – perguntei com um falso sorriso como toda boa atriz também.

– Prometo.

Meu pai saiu do meu quarto, e logo em seguida meu celular tocou. Nem precisei olhar a tela do aparelho para saber quem era, muito menos qual era o assunto.

– A AMANDA É UMA MOSQUETEIRA, A AMANDA É UMA MOSQUETEIRA, A AMANDA É UMA MOSQUETEEIRAAAAAA! E NINGUÉM PODE NEGAR! – Gabriel e Pedro cantaram em uníssono. – Feliz aniversário, Mosqueteira!

– Êêê! – disse com voz de sono. – Obrigada!

– Atenção Raposa Desnutrida, atenção Raposa Desnutrida. – disse a voz do Gabriel. – Gavião Gostosão está voando para completar a missão. Girafa Tostada está indo até o local do crime para esconder as evidências, câmbio.

– Cala a boca. Me passa esse telefone – ouvi a voz de Pedro. – Amanda, eu já estou indo aí na sua casa para decorar o quintal. Gabriel vai sair com o velho e distraí-lo daqui a pouco.

– Entendi, entendi. Estou te esperando, Girafa Tostada.

– Até mais, Raposa Desnutrida.

Logo que nossos pais saíram de casa com Gabriel, Pedro – agora livre de vestibulares, campeonatos e afins – foi até minha casa para me ajudar.

NOVEMBROWhere stories live. Discover now