23 - O dia Seguinte

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Meu despertador soou

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Meu despertador soou.

A princípio eu não queria ir à escola e ouvir tudo o que aquelas pessoas tinham para dizer sobre mim e para mim, mas se eu não fosse, só estaria adiando os comentários e provocações. Me esconder também faria com que tivessem certeza que eu estava mal pelo acontecido, e por mais que eu realmente estivesse me sentindo assim, ninguém precisava saber. Uma coisa era eu estar mal, outra bem diferente era eu demonstrar isso. Se eu fingisse não me importar, talvez as pessoas esquecessem que eu fui a oferta daquele ano...

Ah, quem eu estou querendo enganar? Eu fui vista vestindo uma camisola preta quase transparente, enquanto uma líder de torcida me molhava com uma mangueira! Falando assim até parece uma cena de um filme pornô. Eles nunca se esqueceriam disso. Eu nunca vou esquecer daquela cena.

Praticamente não consegui dormir naquela noite. Fiquei com a cabeça enterrada em meu travesseiro enquanto aquela cena voltava na minha mente a todo momento, tão viva quanto o fato em si. Os olhos das outras pessoas pareciam mais acusadores enquanto eu lembrava, a água da mangueira parecia mais fria, a fragilidade em meu rosto era mais evidente... Tudo era pior. A cada segundo que se passava, tudo era pior.

Já vestida com a camiseta do uniforme, fui até a cozinha e encontrei meu pai, ainda sem desconfiar da desculpa esfarrapada que eu inventei na noite anterior sobre eu ter desistido de dormir na casa de Jéssica. Desculpa tão esfarrapada, que nem eu mesma lembrava qual era, se ele tinha acreditado plenamente ou não. A partir do momento em que entrei no metrô com Pedro e Gabriel, tudo o que se seguiu depois era um borrão.

 A partir do momento em que entrei no metrô com Pedro e Gabriel, tudo o que se seguiu depois era um borrão

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Entrei no FHS com a mesma pressa que saí da casa de Jéssica no dia anterior. Queria evitar os olhares, os comentários, entretanto não fui rápida o suficiente. Antes mesmo de eu entrar na sala, um garoto me puxou pelo braço e começou a falar:

– O que está vestindo por baixo, docinho?

Não, ele não estava perguntando isso com malícia, mas sim com um tom de deboche. Mas mesmo se fosse com malícia, me puxar pelo braço não era lá uma coisa muito correta. Eu não iria ouvir aquele tipo de coisa e simplesmente ficar calada. Além disso, docinho era apelação demais.

NOVEMBROWhere stories live. Discover now