36 - O Show

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– Anda logo! – gritou Pedro apertando a buzina do carro pela milésima vez

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– Anda logo! – gritou Pedro apertando a buzina do carro pela milésima vez.

– Já vou! – respondi mesmo sabendo que ele não me ouviria enquanto eu estivesse dentro de casa.

Puxei o último zíper da minha mala e respirei fundo, claramente nervosa.

– Se cuidem, hein? – ordenou meu pai.

– Pode deixar, pai – respondi com um sorriso sincero. – Eu te amo. – peguei a alça da minha mala e a pousei em cima do ombro. Estava muito pesada, já que ela tinha uma bagagem extra, caso ganhássemos a Batalha de Bandas e eu fosse para Bahia.

– Também amo você – ele bagunçou meu cabelo com uma das mãos, imaginando que aquilo era um carinho paternal. – E me liguem quando chegarem.

– Tá – concordei passando as mãos nos cabelos para arrumá-los novamente.

Ele me ajudou a levar minhas malas para o carro da madrinha de Pedro, que insistiu em vir nos buscar (sim, incluindo Fernando que nos esperava em outro ponto da cidade).

– Qualquer coisa me liga – meu pai repetiu se debruçando na janela do carro enquanto eu colocava o cinto de segurança. – Se precisar eu mesmo vou te buscar.

– Fica tranquilo, Thomas – disse a madrinha de Pedro com um sorriso. – Eu cuido das crianças.

E depois de nossa cúmplice deixar bem claro que minha segurança era prioridade (e de meu pai me encher de beijos), saímos em seguida para buscar Fernando.

Ele nos esperava, prontamente, na esquina da rua que havíamos marcado de encontrá-lo. Estava com seu boné e sua bagagem incluía duas guitarras (uma para mim e outra para ele), já que a batalha de bandas só fornecia a bateria, os outros instrumentos nós é quem deveríamos levar.

Fernando entrou no carro dizendo um simples "oi", depois de acomodar seus instrumentos juntos ao violino de Gabriel, no porta-malas. Ele se sentou ao meu lado no banco traseiro, ajeitando sua mochila de roupas entre os pés.

Além de seu boné do Hard Rock Café, ele também usava uma calça rasgada e seus All Star surrados. Sua camiseta branca era apertada em seu braço, fazendo-os parecer mais fortes do que realmente eram. Também foi inevitável não perceber que ele não havia tirado a barba naquela manhã, deixando seu estilo roqueiro mais forte... E bonito.

Me olhei através do espelho retrovisor de dentro do carro para ver se eu havia mesmo arrumado meu cabelo depois de meu pai o bagunçar.

Seguimos a viagem com Rose dirigindo, Gabriel ao seu lado no banco do passageiro, e eu no banco de trás sentada entre Pedro e Fernando. Então nossa cúmplice começou a dizer o quão feliz estava com todo aquele plano e começou a derramar elogios sobre mim, dizendo que eu era uma ótima filha por me arriscar pelo meu pai e que tinha certeza de que meu pai teria muito orgulho de mim. Fernando foi sua próxima vítima, e ela começou a agradecer por ele estar me dando aulas de violão de graça sem ao menos me conhecer direito.

NOVEMBROWhere stories live. Discover now