37 - Presente Inesperado

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Foi horrível

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Foi horrível.

Tocar para toda aquela gente as músicas que elas sabiam de cor, e sentir aquele nervosismo misturado com excitação, foi horrível. Horrivelmente um dos melhores momentos da minha vida.

Ganhamos!

A excitação de ter sido a banda vencedora era enorme. Enorme o suficiente para que o que Gabriel estava me propondo parecesse mais loucura do que pareceria em uma situação normal.

– Não – eu disse. – Não posso aceitar a parte de vocês do prêmio. Principalmente a sua, Gabriel, você já está se sacrificando por mim.

Fernando e Pedro (que ainda estava com sérios problemas estomacais) já estavam no carro de Rose enquanto Gabriel e eu havíamos voltado ao camarim para guardar os instrumentos em suas respectivas capas.

– Para com isso, mulher – ele retrucou. – Pedro e eu já decidimos isso faz tempo. Nós não precisamos desse dinheiro. Se precisarmos um dia, você nos paga de volta.

O encarei seriamente, e ele imitou uma das minhas caras de cachorro sem dono. Eu comecei a rir.

– Você é a nossa bebê, Amanda, nossa mosqueteira – Gabriel me puxou para um abraço. – Seus sonhos são os nossos sonhos também – sussurrou e depois me deu um beijo demorado na testa.

Agora eu tinha mil e duzentas pilas e poderia começar a pesquisar minha viagem à Bahia. O dinheiro ainda era pouco para uma viagem segura, mas ainda assim, eu estava mais perto do que antes. Bem mais perto. Rose ainda me presenteou com uma pequena quantia em dinheiro e milhas aéreas fazendo com que eu tivesse o valor exato para as passagens de avião, que era muito caro devido a época do ano e por ser para a Bahia – lugar turístico –, ainda mais de última hora. Comida e hospedagem eram os meus problemas agora, mas eu estava feliz demais para me preocupar com isso.

– Posso entrar? – perguntou Fernando, interrompendo meus pensamentos ao bater os nós dos dedos na porta do quarto da madrinha de Pedro.

– Pode, claro.

Larguei meu travesseiro em cima do colchão ao lado da cama de Rose. Já estava me preparando para dormir, porque, embora minha mente ainda estivesse gritando com tanta adrenalina, meu corpo estava cansado por conta do show, da espera do resultado do vencedor e pela comemoração que fizemos em uma pizzaria lá perto logo depois que saímos do Manet's.

– Vim buscar minha parte do prêmio.

Depois que ganhamos a Batalha de Bandas, o dinheiro ficou todo guardado comigo. Quando eu quis dar sua parte do prêmio no carro, ele disse que pegaria quando voltássemos para a casa da nossa cúmplice, por questões de segurança.

– Ah, claro... – respondi, já um pouco sonolenta.

Me agachei e tirei de dentro da minha mala uma pequena nécessaire onde o dinheiro estava guardado. Tirei de dentro dela os quatrocentos reais em notas de cem e as entreguei para Fernando. Ele pegou o dinheiro e em seguida tirou um papel dobrado de dentro do bolso da jeans. Quando ele desdobrou, vi que era um envelope vermelho... Mas que lugar mais estranho para se guardar dinheiro, hein? Mas quem sou eu para julgar?

NOVEMBROWhere stories live. Discover now