The First

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Queria apenas comentar, antes que leiam, que essa one não ficou nem de longe tão boa quanto eu esperava, até porque, nada que eu faça vai chegar ao nível de perfeição que o primeiro beijo dos dois merece.

Katie Gardner tinha doze anos. Travis Stoll treze. E era Ano Novo.

Depois do primeiro réveillon, aquele que a garota ficou sozinha, todo dia 31 Travis batia animado na porta do chalé 4 até que abrissem e então pulava na cama de Katie até que ela o expulsasse dali a tapas, então ele saia rindo e ia ajudar Connor com alguma travessura.

Naquele ano não foi diferente.

- Katie! Katiiiiiiie! - A voz soava abafada do outro lado da porta e a garota cobriu o rosto com o travesseiro, abafando um grito furioso. Comentei que Travis tinha uma mania insuportável de acordar as 5 da manhã para correr? Acho que não.

- Travis, você não pode simplesmente me dar um despertador de Natal? - A voz da garota saia abafada pelo travesseiro pressionado contra o rosto.

- Que graça isso teria? - Ele perguntou confuso de verdade.

- Gardner, se você não levantar e tirar esse fedelho do chalé agora eu prendo os dois pra fora. - Briana era um amor de irmã.
Katie prometeu a Travis que encontraria com ele para ver os fogos, como sempre, e voltou a dormir. O dia passou e ela estava animada demais para conversar e brincar com Travis, por isso ficou boa parte do dia escolhendo que roupa usaria. Há alguns anos ela não ligaria em sair de pijama, mas conforme o tempo passava ela sentia a necessidade estranha de se vestir bem para Travis. Ela viu como ele olhou para Briana no ano passado, quando ela se arrumou especialmente para seu namorado do chalé de Atena. Ela queria que ele olhasse assim para ela também.
Quando por fim optou por uma calça florida e uma blusa colorida ficou sentada em sua cama esperando por Travis. Ele a buscaria para levá-la ao jantar e ela mal conseguia se conter de ansiedade, mesmo que já tivessem feito aquilo por quase 10 anos.
Quando, pouco mais de uma hora depois, alguém bateu na porta, ela quase se espatifou no chão quando correu para atender.
- Oi Katie! - Ele sorriu para ela olhando em seus olhos e seu coração murchou um pouquinho quando ele não a elogiou.
- Oi, Trav. - Ele puxou sua mão a arrastando para a floresta.
- Hoje vai ser muito divertido, você não está sentindo esse frio na barriga? - O entusiasmo do amigo a animou.
- Estou, na verdade. - E começaram a conversar. Uma conversa leve e dinâmica, um provocando o outro. Quando chegou a hora de subirem na árvore Travis foi ajudá-la e pegou em suas mãos para puxá-la. Quando subiu, Katie quase se desequilibriou e usou o garoto como apoio, que ficou vermelho na hora.
- Ahn... Vamos subir mais um pouco. - Ele coçou a nuca e Katie subitamente ficou tímida, quando subiram de forma que vissem o lugar onde os fogos seriam queimados sentaram lado a lado.
- Parece que a cada ano tem mais campistas. - Katie comentou vendo as pessoas que se amontoavam na praia.
- Também acho, o chalé está cada dia menor. - Uma brisa fria bateu em seus corpos e Katie se aconchegou mais a ele, que passou um braço por seus ombros. Aquela posição era normal para os dois, mas naquela noite fez com que ambos corassem.
- Acho que vai começar. - Ela se esticou para ver sobre as copas das árvores.
- Você está linda. - O garoto quis se jogar da árvore de cabeça no chão ao ouvir o que saiu da sua boca.
- O quê? - Katie perguntou surpresa. Ela ouviu o que acha que ouviu?
- Hoje, você sabe, está bonita. - Não adiantaria negar, e na realidade ele não queria negar.
- Obrigada, Travis. - Sorriu com um brilho diferente nos olhos e ouviram o primeiro número da contagem regressiva.
- 5! - Travis passou uma perna para o outro lado do galho ficando de frente para Katie.
- 4! - Ela fez o mesmo, de forma que se encaravam.
- 3! - Ergueu o braço com a mão em punho, pronta para dar o soco.
- 2! - Quando a garota foi bater em seu braço ele segurou seu pulso, a deixando confusa.
- 1! - Travis a puxou para perto e tocou em seus lábios com os seus, ainda de olhos abertos. No início ela tentou bater nele para que a soltasse, mas ele não permitiu. Aos poucos ela fechou os olhos e ele também.
Nenhum dos dois antes tinha feito aquilo, beijar alguém. Selinhos não eram a mesma coisa. Ele se arriscou abrindo a boca um pouco, apenas o suficiente para poder passar a ponta da sua língua dentro da boca da garota, ela trouxe a sua para a dele e eles bateram seus dentes, mas continuaram tentando. Aos poucos as coisas pareceram começar a fazer sentido e o frio na barriga de Travis agora acompanhava os sons dos fogos que queimavam sobre eles.
Quando o ar faltou eles se separaram, mas sem coragem para abrir os olhos. O garoto abriu lentamente os seus e encarou o rosto da menina a sua frente, corado e ofegante.
- Katie. - Ela abriu os olhos e corou ainda mais violentamente.
- Feliz ano novo, Travis.
- Feliz ano novo.

TratieWhere stories live. Discover now