Capítulo 18

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Sábado é dia de capítulo. O extra do meio da semana foi isso, um extra, um brinde. Então, vamos continuar a história desse casal confuso, mas que adora ficar junto e hoje teremos mais revelações...

Ah! Hoje vamos de Evanescence, My Immortal.

Bom final de semana, e divirtam-se.

bj bj bj

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O almoço foi em silêncio.

Jonathan sabia que tudo o que Catherine contou era pessoal. Sabia também que ela nunca havia falado sobre aquilo com ninguém antes daquela tarde. Talvez – o empresário ponderava – era o maior problema do jovem. Se ela tivesse tido apoio, ajuda de profissionais, ela não teria sofrido tanto. Teria entendido que sua Sophie não a odiava – John esperava que não – apenas não estava preparada para ser mãe.

John sentou-se ao lado de Cat, dando apoio, abraçado, tentando com seu carinho diminuir a dor que a jovem viveu desde que nasceu.

Spencer e Nick não imaginavam a história sofrida. Bem, Spencer conhecia a trágica história do bebê, filha da grande promessa do balé francês que foi encontrada morta com o namorado. A criança, que não teve a idade ou nome citado na época, foi encontrada praticamente sem vida, completamente desidratada, com fome, coberta de urina e fezes, após ficar mais de quatro dias abandonada no quarto ao lado de onde os pais morreram. A mãe vítima de ingestão de calmantes e o pai, o laudo da autópsia apontou mais tarde, de parada cardiorrespiratória. Ninguém conseguiu determinar quem morreu antes, mas suspeita-se que Charles morreu antes de Sophie, que devastada com a perda do corpo perfeito, dos contratos milionários e o afastamento de antigos amigos, achou mais fácil pôr fim a própria vida do que lutar e cuidar do bebê que dependia completamente dela.

Jonathan mantinha-se em silêncio porque durante anos odiou aquele bebê, ele não foi o responsável pelo fim do romance entre ele e Sophie, não. John considerou o bebê responsável pela morte da mulher que ele achou amar. Anos depois, em uma conversa com a mãe, ele entendeu que o bebê, Catherine, jamais poderia ser considerado responsável por nada. Sophie era uma interesseira, sem moral ou escrúpulos. Talvez o único ato real que ela teve em toda a vida tenha sido amar Charles a ponto de dar-lhe uma filha.

O empresário sabia que mais dia menos dia teria que conversar com Cat sobre ter conhecido seus pais, ter sido amigo de ambos. Além de ter vivido um relacionamento com sua mãe. Ele só esperava que a jovem entendesse que ela não era a substituta de um amor não resolvido. Que ela, Cat, era o amor possível. O amor que ele poderia realizar.

Ao se dar conta que pensou ser possível amar Catherine, John teve duas reações imediatas, a primeira foi se achar louco, impossível que em pouco mais de quatro meses conhecendo uma pessoa, e menos de uma semana de convivência ele estivesse amando. A segundo foi ter a certeza que isso não era errado. Ele conseguia se ver ao lado dela por tanto tempo quanto fosse possível. Tendo filhos, se ela quisesse. Viajando pelo mundo, desenvolvendo programas e jogos. Competindo nos jogos criados por ambos. Isso não assustava. Catherine não o assustava, muito pelo contrário, John sentia que ela se encaixava em sua vida como nem mesmo sua família seria capaz de entender facilmente.

O final do almoço já era bem mais leve, Nick se encarregou de contar piadas e fazer de tudo para melhorar o humor de sua amiga. Não que Cat estivesse deprimida, mas todo o processo de assumir seus medos e traumas, olhar de frente para o que sempre a magoou desde criança, era quase um processo de renascimento. Ela precisava passar por aquela dor, para mais à frente entender que poderia ser amada, que as meninas do internato estavam erradas. Que as mentiras do avô foram a maior prova de amor que ele poderia dar, mantendo afastado dela as verdades dolorosas que ela só poderia entender quando fosse mais velha.

Jonathan pensou em toda a dor que poderia ter sido evitada se a menina curiosa não tivesse encontrado aquelas cartas. Se o avô tivesse tido tempo de conversar com ela e explicar que os pais eram crianças, que eles a amavam, mas não sabiam lidar com ela.

Saindo do restaurante os casais nem queriam mais ir para a casa de Jonathan, chegaram a cogitar a hipótese de ficarem o final de semana inteiro na pousada anexa ao hotel. Encostado ao carro John finalmente sentiu-se pronto para falar o que sentiu ao ouvir toda a história da namorada.

"Cat, tem muita coisa na minha vida que você ainda precisa saber. Coisas que não vem ao caso agora, não que não sejam importantes, mas são coisas que não quero lembrar ou falar agora. Sobre tudo o que você me falou, ainda estou com muita raiva das meninas que a perseguiram. Se algumas delas tentar trabalhar na nossa empresa, não conseguirá. Não quero pessoas assim ao meu lado. Crianças podem ser cruéis, mas tudo tem um limite".

Respirou fundo, abraçou a namorada mais apertado e descansou o queixo sobre a cabeça dela. Ficaram assim, abraçados, olhando o horizonte, ouvindo a voz suave da cantora que falava sobre medos e amores.

"Cat, agora eu entendo boa parte dos seus medos e das suas reações. Acho que você poderia se beneficiar se procurasse uma terapia. Contar para mim tudo o que você passou é um começo, mas o máximo que posso fazer é ouvir e abraçar, cuidar de você. Acho que um terapeuta poderia ajudá-la a entender o que esse sentimento de abandono faz com você e como superar ou pelo menos aprender a conviver melhor com isso. O que acha da sugestão?"

Enlaçando a cintura de John a jovem concorda com ele, chegou a hora de começar uma vida nova. De aprender a ser uma pessoa mais inteira.

 De aprender a ser uma pessoa mais inteira

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Até a próxima.

Programando o Amor - A História de Cat & JohnWhere stories live. Discover now