28. Acordo Desfeito

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As sombras sempre fizeram parte de mim. Sempre fui bom em me esgueirar dentro delas, até quando era humano. Acho que depois de um tempo, elas se voltaram para mim, se estranhando em cada pedacinho do meu ser. Até que não podia mais distinguir onde eu começava e a escuridão terminava.
Nesse momento, eu estava em seu interior. Sem metáforas. Eu realmente estava no escuro.
No quarto de Bonnie.
Eu havia passado o dia todo fora, pensando no que ela tinha me dito mais cedo.
Me sentia ridículo por começar à ceder aos pedidos dela, mas foi uma proposta muito tentadora. Por que obrigá-la a fazer algo que não queria só para ter alguns minutos de prazer, quando eu podia ter uma noite inteira de pura luxúria com ela?
Pensar nisso me fez ficar duro de imediato.
Passei as mãos por meus cabelos úmidos do banho recente. Não queria que Bonnie sentisse o cheiro de sangue em mim.
Eu não esperava que aquele encontro chegasse nesse ponto. Mas fui forçado à reagir.
E sabia que estava tremendamente ferrado se não tomasse o devido cuidado.
Suspirei, afastando esses pensamentos irritantes. Podia deixar os negócios para depois. Agora, uma noite com Bonnie era algo que não podia desperdiçar de maneira nenhuma.
Caminhei por seu quarto escuro, vendo tudo com extremos detalhes. Minha visão na escuridão era melhor do que de dia.
E claro que podia vê-la.
Bonnie dormia em sua enorme cama, com os cabelos abertos em um leque negro sobre o travesseiro. O rosto tão sereno que contive a vontade de deixá-la dormir para observá-lo à noite toda.
Segurei a barra de minha camisa e a escorreguei por meu corpo, a soltando no carpete. Deitei ao lado dela na cama, colando meu corpo ao seu, de modo que podia sentir cada relevo dele.
Plantei um beijo em seu pescoço, com minha mão descendo pela pele macia de seu braço. Agarrei sua cintura, com a mão livre, sentindo o tecido com relevos de renda que ela vestia. Um espartilho negro.
Lembrei-me de ter sonhado com algo assim. Fiquei mais excitado.
Meus dedos correram para o relevo de seus seios, apertando e acariciando.
Segurei seu quadril com força, roçando minha ereção em seu bumbum. Minha mão, automaticamente, puxou o elástico de sua calcinha para baixo.
E em um movimento rápido a mão de Bonnie entrou em minha calça.
Gemi em seu pescoço, sentindo seus movimentos suaves e lentos em meu membro. Porra, ela me pegou de surpresa.
Apertei-a mais contra mim, sentindo sua mão macia e pequena me acariciando com uma perícia dolorosamente sexy.
Ela estava acabando comigo apenas me tocando. Isso me irritou. A necessidade que eu tinha dela e seu poder sobre mim.
Então, deslizei minha própria mão para dentro de sua calcinha.
Bonnie ficou rígida, parando.
- Não pára- sussurrei contra sua pele, estimulando-a com meus dedos.
Ela ofegava um pouco, ainda tensa, tentando não demonstrar como aquilo à estava excitando. A senti se movimentar, tentando se voltar para mim, em uma tentativa de se livrar de meus toques.
Com um sorriso maldoso, a apertei mais contra meu corpo, sentindo-a se debater um pouco.
- Kai... arfou, parecendo desesperada- Pára.
- Por quê?- provoquei, mordendo sua orelha de leve, sentindo - a se arrepiar inteira- Por que gosta disso?
- Eu não... não... Humm...- tentou dizer, sem fôlego- Não...ah! Não gosto!
- Não?- intensifiquei os movimentos.
Bonnie agarrou o travesseiro sob sua cabeça, espremendo o rosto contra ele para não gemer. Apesar de ela lutar contra, sua mão saiu de minha calça e desceu sobre a minha acompanhado meus movimentos.
Pressionei meu pau dolorido e rígido contra seu bumbum, apertando - me mais à ela para acompanhar os movimentos sutis de seus quadris.
- Me solta!- implorou, ofegando.
- Quer que eu pare?- perguntei, beijando seu pescoço com sofreguidão.
- Sim- choramingou; mas não era isso que ela queria. Eu podia sentir.
- Então geme e eu solto você- provoquei, vendo - a ficar mais tensa.
Bonnie se recusou a abrir a boca.
- Não quer que eu pare?- provoquei com cinismo, sabendo que seu orgulho era maior do que qualquer coisa.
- Quero!- arfou.
Continuei movimentando meus dedos em seu clitóris.
- Então, geme.
Sua respiração ficou mais acelerada, enquanto ela tentava ponderar. Mas sua mente estava tomada de prazer. Era impossível pensar com clareza.
- Kai- suspirou.
- Mais alto- grunhi, ficando excitado.
- Kai!- murmurou de novo.
Merda! Meu membro ficou mais duro.
- Mais alto!- rosnei, intensificando meus dedos.
- Kai!- gritou- Hum, Kai! Ah!
Se ela continuasse daquele jeito, eu que acabaria gozando.
Subitamente, parei, tirando minha mão de sua calcinha antes que ela pudesse sequer pensar em ter um orgasmo.
Bonnie continuou deitada e tremendo, com o rosto avermelhado e suado de tesão.
Ela parecia irritada por eu ter parado, mas ao mesmo tempo, culpa tomava sua expressão. Ela não queria ter gostado.
Havia um certo brilho e horror em seus olhos verdes.
Puxei- a para mais perto, voltando a beijar seu pescoço.
- Espera- pediu, sua voz entregando seu remorso- Por favor, Kai. Espera... espera um pouco. Nós... vamos continuar.
Pensei em tomá-la a força, mas sabia que perderia uma ótima oportunidade de tê-la tão entregue como eu queria. Bonnie sabia que não havia escapatórias e vê-la admitir isso, me enchia de satisfação.
Controlando todo o meu corpo e o predador dentro de mim, afastei-me dela por alguns centímetros, vendo a lateral de suas costelas subindo e descendo rapidamente no escuro. Longos minutos se passaram e pensei em agarrá-la ali mesmo e mandar toda seu drama para o inferno.
No entanto, Bonnie simplesmente se sentou na cama e veio para cima de mim. Ela sentou em meu colo, rebolando os quadris com força e arrancando gemidos altos que eu nem sabia que podia alcançar. Sua boca atacou a minha com voracidade e ódio.
Ela estava me punindo por brincar com ela.
Suas unhas desceram por meu peito e abdômen, numa ardência angustiante e deliciosa. Rápida, sua boca abandonou a minha e se aprofundou em meu pescoço, descendo por meu peito.
Senti seus dedos desabotoarem minha calça, puxando - a de qualquer jeito, junto com a boxer. Meu membro finalmente liberto.
Bonnie estava furiosa.
Seus dedos se fecharam sobre ele, em movimentos duros e lentos, enquanto ela beijava todo meu abdômen.
- Ah, minha Nossa...- gemi, arfando descontroladamente- Bonnie...
Jesus. Aquela mulher não tinha nenhuma misericórdia de mim.
Logo seus lábios circularam provocantemente em volta de meu pau. Subindo a língua quente e úmida até a ponta.
Abri os olhos vendo-a, abocanhar minha glande e me arrependi de imediato. Aquilo me deixou mais excitado. Se é que isso era físicamente possível.
Quando ela me engoliu por inteiro, pensei que fosse desmaiar de tanto prazer. Sem me controlar, agarrei um punhado de seus cabelos forçando seu rosto para baixo, fazendo- a sugar mais de mim.
Bonnie não demonstrava nenhuma dificuldade nisso. Minha nossa, ela nem engasgava.
Eu nunca fiquei tão excitado e surpreso na minha vida.
Senti uma mordida forte e dolorosa. Bonnie se afastou, sorrindo cruelmente.
- Vadia- rosnei, louco de raiva e prazer. Mas eu também sorria, a estimulando à ser mais malvada que eu.
Ela não conseguiria.
Ela engatinhou sobre mim, com seus olhos verdes nos meus. Quase não a reconheci. Ela parecia outra pessoa.
Bonnie sentou-se em meu colo de novo, pressionando minha ereção.
- Tira minha roupa- ordenou, com raiva.
Não entendi o motivo de ela estar tão irritada. Tudo o que fiz, foi mostrar que havia mais do que dor quando estávamos juntos. Mas isso pareceu insultá-la cruelmente.
- Anda logo!- exclamou, pressionando suas mãos em meus ombros, empurrando - me mais contra o colchão.
Aquilo me irritou profundamente.
Com minha velocidade sobrenatural, a joguei sobre o colchão, ficando por cima dela.
- Não é você quem manda aqui- rosnei.
Ela cuspiu no meu rosto.
Suspirei longamente, contendo a raiva.
- E muito menos você- rebateu, com irônia.
Limpei minha bochecha com cabelo dela. Tá. Eu puxei um pouco.
Claro, que minha vontade foi de escalpelá-la viva.
Bonnie me lançou um olhar frio quando soltei suas madeixas.
- Eu te odeio- sussurrou.
- É?- provoquei, dando um selinho nela- Fala isso de novo.
Ela franziu o cenho, confusa.
- Vai se fod...- tentou.
Então, colei meus lábios aos dela, ouvindo- a dar um grunhido de raiva e tentar me morder. Forcei seus lábios à se abrirem, deixando minha língua tocar a sua.
Enquanto isso, minhas mãos rasgaram as pregas do espartilho, sem nenhuma dificuldade. Senti seus seios macios tocando meu peito. E sem mais nenhuma paciência, rasguei sua calcinha e a penetrei com força.
Por um segundo, meus movimentos foram bruscos e com raiva. Até eu perceber a expressão de dor que ela fazia.
Isso me fez parar para pensar.
Tê-la feito sentir prazer a deixou furiosa e irracional. E eu gostei disso.
Então, por que não repetir o processo?
Respirei fundo, me controlando mais uma vez. Então, dei estocadas leves dentro dela, deslizando minhas mãos por cada parte sensível de seu corpo, deixando minha boca encontrar a sua.
- Mais rápido- disse ela, fingindo um gemido.
Bonnie era uma péssima mentirosa. Ela queria que eu fosse mais rápido para acabar logo. Mas eu não seria enganado duas vezes.
Continuei no mesmo ritmo, mesmo que eu quisesse ir com mais força. Me contive.
Aos poucos, percebi Bonnie ficando tensa embaixo de mim. Ficando excitada.
Ela tentou me empurrar para ficar por cima, sabendo que eu morria de tesão nisso. Mas a prendi embaixo de mim.
- Kai, pára- implorou, tentando se conter de todas as formas possíveis.
Sorri contra seus lábios, aprofundando um beijo lento e intenso em sua boca.
Suas mãos estavam fincadas em meus ombros, apertando com força.
- Kai...- suspirou, em um quase gemido. Mas voltou a ficar tensa de novo, reprimindo a vontade.
Beijei seu pescoço calmamente, puxando-a para mais perto. Mas Bonnie tinha uma força de vontade- TEIMOSIA- irremediável.
Tentei suportar o máximo que consegui. Mas quanto mais lento, mais desejoso eu ficava.
Até que meu corpo estremeceu em um orgasmo intenso. Mais intenso do que os últimos.
Cada vez com Bonnie parecia ficar melhor.
- Eu ainda vou fazer você... gozar- ofeguei, minha pele suada contra a sua- E você vai gostar, BonBon.
- Sai daqui- rosnou, com uma frieza cortante.
Revirei os olhos.
- Chata- resmunguei, saindo de dentro dela e subindo minha calça.
Com a velocidade de vampiro, caminhei até a porta, parando apenas para ver Bonnie se virar para o outro lado da cama.
Ela parecia... triste.

LAÇOS MORTAIS | Bonkai |Onde as histórias ganham vida. Descobre agora