Paz interior

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Eu estava com minha bolsa no ombro e andando pouco atrás de Srife, a fae de cabelos rosa e óculos me guiava até a saída. O som dos saltos dela ecoava pelo longo corredor branco e madeira, a brisa entrava pelas janelas abertas que exibiam o jardim de fora, árvores florescendo. Entramos no salão principal e lá estava ele, com sua postura de sempre, as mãos unidas e escondidas pelas mangas da roupa que naquele dia eram inteiramente pretas, a máscara de corvo escondendo seu rosto.
- Aqui está ela.
Ele acenou e se curvou um pouco para o lado pegando uma sacola de papel do chão e a estendeu para mim.
- Troque-se.
Peguei a sacola e vi montes de tecido preto dentro. Olhei para Srife, ela indicou uma porta, segui ela e vi que se tratava de um escritório como o de Melissen.
- Quando terminar é só avisar.
Ela fechou a porta me deixando sozinha na sala. Olhei ao redor, era bem maior que a de Melissen, talvez fosse a falta dos montes de papéis. Coloquei a bolsa e a sacola na escrivaninha e iniciei a troca. O kimono era idêntico ao de Akira, porém a faixa na altura da cintura era branca. Tentei deixar tudo alinhado, mas aquilo inferia prática que eu não tinha. Quase arrumada saí. Srife abriu a porta para mim exibindo um leve sorriso. Quando olhei para Akira ele iniciou sua caminhada para fora. Corri atrás dele.

◇•°•◇

- Quando... chegaremos?
Parei um pouco me apoiando nos joelhos tentando tomar fôlego.
- Logo.
- Você diz isso... tem um bom... tempo.
- Logo.
Ele repetiu. Olhei para trás, uma trilha sinuosa e estreita seguia para baixo. Tínhamos subido um pico eu diria. Além de caminhar até o limite da cidade estávamos indo além disso e para cima. Haviam pradarias além da Cidade, mas seguimos por um bosque, percebi, quando chegamos ao fim da Cidade que ela ficava em uma depressão, haviam construções maiores mais ao centro que iam diminuindo gradativamente de tamanho até casas pequenas, se pusessem um enorme tecido sobre ela ficaria plano, nas pradarias haviam enormes florestas que seguiam além de minha vista, mas em geral era campo aberto, o bosque em que estávamos era pequeno, minúsculo e eu não o teria percebido se não tivesse olhado diretamente para ele, apesar de estar em uma estranha elevação solitária no meio das áreas abertas era discreto e escondido.
Continuei seguindo o caminho de Akira antes que o perdesse completamente, as árvores ali eram muito próximas umas das outras e quase bloeavam a vista como um paredão. Um bosque concentrado, talvez se aquelas árvores tivesse um raio de distância entre si um metro maior a área dele seria triplicada ou quadruplicada, o que ainda não seria muito, mas comparado a aquilo era bem maior.
Minhas pernas pesavam, minha cabeça parecia a daqueles bonecos de painel e naquela roupa eu soava como se fosse a nascente de um rio. Quando vi Akira finalmemte parar quase me joquei ao chão, o que na verdade fiz com meu desajeitoso jeito de sentar, minhas pernas estiradas a frente e minhas mãos apoiando atrás. Deixei minha cabeça pender e olhei para o céu sem nuvens. Deveriam ter acrescentado nuvens a aquele céu para fornecerem leves sombras ou mesmo simplesmente diminuir a sensação de verão que o céu limpo dava.
- O... que... viemos fazer?
Perguntei para Akira ainda me recuperando.
- Encontrar a paz.
Olhei para ele. Estava em pé, bem na minha frente.
- Você quer dizer... meditar? Tipo os monges?
- Sim.
Me sentei direito e o encarei.
- Você quer que eu sente e fique parada sem fazer absolutamente nada?
- Que procure a paz e sabedoria interiores.
Inclinei minha cabeça para o lado tentando ver aquilo por outro ângulo.
- Que eu pare de pensar?
- Limpe a mente.
Me levantei.
- Muito bem! - exibi um sorriso - Quando começamos?
- Agora.

×××
Eu estava em um dilema: escrever ou assistir?
Estava passando Dragon Ball Z, o filme de Freeza e eu nunca assisti. Decidi que vcs não podiam ficar mais tempo sem CdM. Kkkkkk
Desculpem pelos outros dois dias, estava estudando, mesmo, a tarde inteira, e de noite eu dormi cedo.
Bem, acho que vcs não estão muito afim de ler minhas besteiras, então aqui vai um sabor do que virá.
Como o treino só dura duas semanas e a Tirya nem ascendeu uma vela vamos começar a ir mais rápidinho e ignorar algumas partes do dia, me perdoem. Mas na versão final do livro teremos mais detalhes e a história vai correr mais devagar. Então se quiserem, leiam todas as versões. Como essa é a primeira ainda é mais concentrada...
Ok. Vou me calar.
Chossu.

Cidade de Magia - Contos de EspinhosWhere stories live. Discover now