Pintura

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Eu estava indo para a casa de Akira, o uniforme de combate estava exarcado de suor, tinha decido que vestir o uniforme o deixaria inutilizável para o próximo dia. Parei e olhei para Shun, era ali que nos separávamos.
- Até mais.
Eu acenei. Nos viramos para nossos caminhos que eram agora divergentes. Parei e me virei.
- Shun!
Gritei e ele se virou parando.
- O almoço...
- Sim. Vamos amanhã.
Ele... ele lembrava! Me segurei para não dar pulinhos de alegria. Exibi um sorriso largo para ele.
- Vamos!
Ele acenou e voltou a andar. Eu fiquei parada o observando ir até que sua figura sumisse em uma esquina. Depois me virei e dei um largo passo em direção a mais treino.

◇•°•◇

Fechei a porta do banheiro sentido um alívio gigantesco, estava limpa. Agradeci mentalmente Akira por ter me entregado aquelas roupas mais uma vez e ter me mostrado o banheiro dessa vez, não gostava de pensar que ele provavelmente me achou malcheirosa, mas tinha que reconhecer que eu não estava nem um pouco com aroma de rosas. Andei pelo corredor, meus pés fazendo baques ocos e quase silenciosos sobre a madeira. Akira não estava na sala de sempre. Esperei alguns minutos e me frustrei, ainda tinha que comer e não podia fazer isso sem ele. Me levantei da almofada verde e voltei ao corredor, passei por duas portas e pela do banheiro, mais longe uma porta estava um pouco aberta, parei em frente a ela e a empurrei, um quarto, todo em vermelho, estava vazio. Olhei ao redor, não devia entrar em cômodos tão íntimos se permissão, saí e deixei a porta do jeito que a tinha encontrado. Segui para a próxima, também estava entreaberta, dessa vez decidi não invadir de uma vez o lugar, espreitei um pouco e vi que devia ser uma espécie de closet, mas as roupas ficavam armadas como em manequins, mas sem ks bonecos. Abri um pouco mais a porta. As roupas estavam trocadas, ele terminava de amarrar o laço que envolvia sua cintura e... estava sem máscara!
Se não estivesse de costas eu teria visto seu rosto, mas agora sabia mais alguma coisa sobre o Tengu. Os cabelos escuros estavam desgrenhados e mechas de cabelo despontavam para todas as direções, era incrível, ele parecia uma das pinturas de minha mãe em uma completa perfeição. Até conseguia imaginar o quadro em uma parede, os traços detalhados do hakata, as costas largas e até os reflexos de luz no cabelo. Ele terminou com o laço e andou para sua frente. Percebi que estava fazendo algo errado. Me afastei da porta e disparei com o máximo de velocidade que conseguia me mantendo no silêncio pelo corredor. Caramba! Eu provavelmente tinha visto muito mais de Akira que qualquer um fora de seu monte.
Praticamente me joguei na almofada e esperei, não demorou e ele entrou na sala com a máscara de corvo.
- Venha.
Ele seguiu para o corredor oposto que levava à cozinha e a uma sala de jantar. Quando entramos na sala, mais uma vez a mesa já estava posta. Nesses dias em que tinha almoçado com ele, quer dizer, que tinha almoçado na presença dele, já que quem comia era só eu, o que é muito desconfortável, sempre me perguntava quem fazia a comida. Seria ele antes que eu chegasse ou outra pessoa que eu nunca tinha visto e ia na casa e cuidava da alimentação dele e minha?
Me sentei na cadeira próxima à cabeceira onde Akira se pôs. Peguei os palitos que ele tinha chamado de hashi e mais uma vez iniciei o desafio de comer com aquilo. Definitivamente era a coisa mais difícil que tinha feito até agora, comer com a aquilo era um desafio que sempre me deixava com vontade de desistir de comer apesar de sempre que chegava na casa dele estava tremendo devido ao vazio que era meu estômago, mas Akira tinha dito com suas poucas palavras em meu segundo dia em sua casa que não era considerado adequado deixar comida no prato ou seria levado como um insulto a comida e ao cozinheiro. Quando eu tentei usar com um hashi em cada mão Akira segurou minha mão tirou o hashi e o levou a outra. Quando perfurei a comida com os hashis e a levei a boca ele pigarreou, pegou um conjunto e tirou do domínio de meus palitos e levou ao prato. Eu desiti depois de tanto ele insistir e passei a tentar aprender a suprema técnica dos hashis. Claro, não funcionava muito comigo. Quando eu conseguia segurar direito não tinha força e a comida caía, quando tinha força de algum jeito os palitos se cruzavam e a comida voava para longe.
Quando o prato finalmente estava vazio metade da comida tinha ido parar em meu sistema digestivo a outra tinha sido destruída ou se tornado inconsumível.
- O que faremos hoje?
Perguntei empolgada.
- Livro e caligrafia.
Derrota. Meu sorriso se desfez. Nos levantamos e voltamos a sala com papéis, tintas e livros.

×××
Olha só! Esse cap tá maior. Hehehehe.
Espero q Amanha tenha mais.
Ah! E essa Tirya... é tão fácil usar hashi. Dpois que pega a manha é tranquilo~.

Cidade de Magia - Contos de EspinhosWhere stories live. Discover now