Capítulo bônus 1 - Amiga irmã

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(Lola na imagem da mídia)

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Lola

Vou ao mercado negro pela milésima vez no mês. Eu precisava saber se Max havia tido algum progresso em relação a nossa entrada no Mundo Inferior, para resgatar a minha melhor amiga.

Já se passaram quase dois meses que Heloise e eu fomos àquele maldito baile, e é desde que ela foi selecionada como noiva do príncipe que eu não a vejo.

Ela está presa lá, e tudo por minha culpa. Todos os dias eu acordo pensando. E se eu não a tivesse induzido a aceitar o meu plano? E se eu não a tivesse levado para lá? E se...

São tantos arrependimentos que eu mal consigo dormir a noite. Charles também anda no mesmo sofrimento que eu, só que ao contrário de mim ele não está buscando um meio de resgatá-la, é como se ele estivesse sofrendo um luto, o luto pela possível corrupção de Heloise.

Mesmo assim eu o visito todos os dias e digo que Heloise está bem, que ela é forte, e que se manterá pura por saber que nós a resgataremos algum dia. Charles sempre me escuta em silêncio, ele não faz um gesto sequer, apenas fica olhando para a parede, como se estivesse com a mente em outro lugar.

Sei que ele está tentando superar o afastamento de Heloise do jeito dele, mas nós não podemos desistir, não sem tentar de todas as maneiras possíveis trazê-la de volta.

- Max. - Digo ao vê-lo.

- Preciosa.

Ele sorri para mim, porém eu não o retribuo.

- Alguma notícia em relação aos portais?

- Nenhuma, como nos últimos dias, eles continuam trancados.

- Droga.

Me aproximo de uma cadeira e me sento.

- Tem certeza que não há mesmo como abri-los nós mesmos?

- Como eu já te disse inúmeras vezes, não. Nós não temos equipamento avançado para fazer isso.

- E se arranjarmos?

- Preciosa.

Max me olha inseguro e eu o encaro sem entender.

- O príncipe que havia escolhido Heloise foi dado como morto hoje de manhã.

- O quê? - Pergunto visivelmente surpresa. - Mais como?

- Disseram que ele sofreu um acidente de carro duas noites atrás, e que devido ao impacto da queda que ocorreu em um precipício, ele não sobreviveu.

- E Heloise? - O olho aflita. - Ela estava com ele?

- Felizmente não.

- Graças ao Santíssimo.

- Mais...

- Mais o quê?

- Ela foi dada como desaparecida.

Sinto o meu peito se apertar dolorosamente.

- Desaparecida? Quer dizer que ela fugiu?

- Talvez, eu ainda não sei direito. O que eu realmente sei é que a minha fonte deixou explicitamente claro que ela não era mais pura.

- Não era? Então o desgraçado a tomou a força?

- Pelo que ouvi, não. - Diz sério. - Heloise e o príncipe haviam se acertado, ambos estavam ansiosos para a chegada do noivado deles, até que o trágico acidente ocorreu.

- Impossível, isso é mentira. - Nego incrédula. - Heloise não se entregaria de boa vontade a um impuro, tenho certeza que ele usou de algum método sujo para convencê-la, talvez até a ameaçou.

- Lola.

Max tenta me tocar, porém eu me esquivo.

- Não quero consolo Max, eu quero a minha melhor amiga de volta. Você não entende que tudo isso é culpa minha?

- Você sabe que foi decisão dela se separar de nós.

- Não, fui eu quem a deixou ir. - Sinto os meus olhos arderem. - A culpa é minha, eu fui uma péssima amiga. Agora ela deve estar abandonada, sofrendo em algum lugar daquele maldito mundo. Não irei deixá-la de novo Max, não depois de tudo que ela deve ter passado até agora.

- Mais o que você pode fazer Lola? Heloise não é pura mais, e você sabe que não existe poção para fazê-la voltar ao nosso mundo.

- Eu não importo. Se for preciso eu invento uma, eu não sei. O que eu sei é que eu vou dar um jeito de ir buscá-la, nem que demore anos, eu irei atrás dela.

- Mais isso é loucura.

- Loucura foi eu ter sido trazida de volta sem ela. Como você pôde deixá-la lá Max? Você sabia o quanto ela era importante para mim, até hoje eu me pergunto se o que você fez foi um ato de preocupação ou de covardia.

- Você sabe que eu não tinha outra escolha, você havia desmaiado, e todos a nossa volta começaram a prestar atenção em nós. Não tinha como eu ir atrás de Heloise, com você adormecida em meus braços.

- Tudo se tem um jeito Max, e o seu jeito condenou Heloise. Agora o mínimo que você pode fazer é arranjar uma maneira de me passar por um dos portais, porque eu juro que se você não conseguir, eu me virarei de outro jeito.

- O que você quer dizer com isso?

- Que por Heloise eu faço tudo, incluindo me tornar impura se for preciso.

Noto ele empalidecer diante de mim, porém eu não me deixo abalar, não com o pensamento de que eu poderia nunca mais ver Heloise.

- Agora eu preciso saber. - Digo convicta. - Você me ajudará ou não?

Max fica incontáveis minutos em silêncio, porém em algum momento ele consegue recuperar a compostura, e sem desviar os olhos dos meus ele responde.

- Sim, por você eu também faço tudo. Só fique ciente que isso poderá levar algum tempo. Você está disposta a esperar?

- Se esse tempo for necessário para eu conseguir a minha amiga de volta, sim, eu esperarei o tempo que for preciso.

- Muito bem. Então começaremos com a busca pelos equipamentos que nos possibilitarão arrombar algum portal.

- Mais isso levará quanto tempo exatamente?

- O tempo que for preciso. Não foi isso o que você disse?

- Sim, mas...

- Não se preocupe preciosa, eu prometo que dessa vez eu não deixarei a sua melhor amiga para trás. Você confia em mim?

Olho para os olhos azuis brilhantes de Max, e sem qualquer receio, eu digo:

- Sim, de todo o meu coração.
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Espero ter explicado as dúvidas em relação ao desaparecimento de Lola.

Beijos e até breve ;*

O Doce Aroma da TentaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora