Capítulo 12 - Novamente Presa

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Dias depois...

*

Heloise

 Me sento no divã do quarto onde eu estou sendo mantida trancada por exatamente três semanas, enquanto tomo um enjoativo chá de camomila para acalmar a raiva que cresce dentro de mim.

Sim, eu estou em cárcere privado. E tudo porque o rei ordenou que eu descansasse por pelo menos um mês, para que todo o terror do inferno dos dois mundos fosse apagado da minha mente.

E como se isso não bastasse, eu também fui proibida de receber qualquer visita, inclusive a de Oliver, que subitamente apoiou o decreto do pai, sem nem ao menos questioná-lo.

– Senhorita Wolin?

Me viro para a porta e vejo uma bela e tímida empregada sorrir para mim. A mesma que vinha todos os dias me trazer as refeições. Mesmo dizendo poucas palavras, ela conseguia me trazer uma certa sensação de confortabilidade.

– Olá Mel, entre.

A morena cujo o apelido se dava pela cor dos seus olhos que eram de um tom dourado brilhante, deu o primeiro passo para dentro do quarto, onde ela esforçadamente carregava uma enorme bandeja de prata.

– Precisa de ajuda?

– Não obrigada.

Insistente, a pequena empregada usou de toda a sua força e cuidado para colocar a bandeja sobre a pequena mesinha em frente ao divã que eu estava sentada. Em seguida ela se curvou e se virou indo rumo a porta.

– Espere!

Mel se virou um pouco surpresa com o meu tom de voz, o que me fez pigarrear para disfarçar.

– Quero dizer... Você poderia me fazer companhia enquanto eu como?

Com um semblante de receio e até um pouco de medo, ela afirma em silêncio e se senta ao meu lado no divã. Logo eu retiro a tampa da bandeja, e pego um pequeno e cheiroso pão de açúcar.

Mel que observa tudo em silêncio, olha o pão com visível desejo, fazendo com que o fato de oferecer algo a ela se torne inevitável.

- Aceita algum?

– Não obrigada.

– Tem certeza? O pão doce está incrível.

– Sim senhorita Wolin, tenho certeza.

Bufo ao notar que Mel levava mesmo a sério o seu trabalho. Isso me fez pensar se a minhas perguntas seguintes seriam respondidas ou negligenciadas.

– Então Mel... Você trabalha aqui a muito tempo?

– Sim.

– E você acata a todas as ordens do rei?

– Sim.

– Por quê?

Mel ergue uma sobrancelha e me olha como se a resposta fosse óbvia.

– Porque ele é o nosso rei.

– Entendo. Mas você faz tudo sem questionar?

– Eu sou uma mera empregada, não tenho o direito de questioná-lo em qualquer ordem.

– Mesmo que a ordem inclua deixar uma mulher inocente presa contra a sua vontade?

Mel se levanta ao perceber a minha indireta.

– Não sei aonde a senhorita quer chegar.

– Sabe sim.

Me levanto e fico ao lado dela.

O Doce Aroma da TentaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora