Capítulo 23 - Briga de irmãos

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Heloise

Entro em meu quarto ainda abalada pelo que Oliver me revelou. As lágrimas já haviam cessado, mas amargura que tomou conta do meu peito só aumentava de acordo que o tempo passava.

Eu me sentia um recipiente vazio, cuja função foi ser usada e enganada pelo homem que dizia ser apaixonado por mim.

Oliver...

Como ele pôde fazer isso comigo?

Eu me abri com ele, o entreguei a minha pureza. E para quê? Para nada.

Sinto que o chão em meus pés se encontrava cada vez mais frágil, como se a qualquer momento ele fosse se abrir e me puxar para um buraco negro e sem fundo.

Ouço o silêncio em meu quarto, e me aproximo da cama que presenciou a minha entrega vergonhosa. Em seguida olho para a enorme mancha de sangue sobre ela, e vejo que a mesma já havia secado.

O pior foi que ao olhar aquela enorme bola vermelha, eu me senti ainda mais suja, como se aquilo estivesse dizendo o quão impura eu era agora.

Então, sem conseguir encarar a mancha por mais tempo, eu corri até o banheiro, e desesperadamente peguei uma esponja úmida e a encharquei de sabão líquido.

Em seguida voltei para o quarto, e subi no colchão manchado, onde eu fiquei de joelhos e comecei a esfregar a esponja desesperadamente nele.

Usei toda a minha força braçal para tentar limpar aquela mancha seca e malcheirosa, porém parte dela ainda se mantinha grudada nos lençóis. A outra parte que havia se despregado, foi então passada para a esponja, que agora se encontrava ainda mais suja que o colchão.

Com as forças esgotadas, eu encostei a cabeça no colchão úmido e comecei a chorar compulsivamente.

Todo o meu corpo tremia enquanto lágrimas e mais lágrimas escorriam pelo meu rosto e depois caiam nos lençóis. Eu estava me sentindo no fundo do poço, e aquela mancha foi como um tapa na minha cara, dizendo que não havia como mudar o passado, e que uma vez que eu tinha perdido a minha pureza, eu nunca a conseguiria de volta.

Foi então que eu me deitei de lado, e abracei os meus joelhos, enquanto imaginava no que Lola e Charles pensariam de mim agora.

Provavelmente eles me olhariam com desgosto e diriam o quanto estão decepcionados comigo. Isso com certeza me arruinaria, tanto quanto me faria repensar se realmente eu conseguiria viver em um mundo onde não há nenhum ponto de esperança para me manter feliz.

Sei que talvez eu só esteja desesperada, e que amanhã provavelmente essa dor terá diminuído, mas mesmo que isso ocorra, eu continuarei decepcionada comigo mesma, e principalmente com Oliver, que mesmo depois de me machucar, não tentou sequer vir atrás de mim.

Sem forças para continuar chorando e condenando a mim mesma, eu fecho os meus olhos e deixo a minha respiração se estabilizar, até que em algum ponto, eu finalmente adormeço.

(...)

Acordo com um frio torturante e uma indisposição terrível. Essa que custou me permitir sair da cama. Porém assim que consigo me levantar, vou até o banheiro e faço as minhas necessidades. Em seguida tiro o meu vestido amassado e entro na ducha que eu havia ligado.

Após relaxar sob a água quente, os meus pensamentos são ativados, e inevitavelmente eu me recordo de toda a noite anterior. Incluindo da insensível revelação de Oliver e do meu vergonhoso ataque emocional.

O Doce Aroma da TentaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora