Capítulo 75

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Lucinda P.O.V.

Eu gemo de dor, apertando os olhos. Agarrando meu estômago, eu rolo na pequena cama. O lençol era fino e mal me mantém aquecida, mas eu não precisava dele. Silvando alto, começo a coçar a barriga, dor e irritação crescendo. Eu engasgo em voz alta, rolando para o lado enquanto solto outro gemido. Por que isso está acontecendo comigo? O pensamento de estar grávida, de Harry ser o pai da criança que vai nascer e que, possivelmente, é um demônio faz minha cabeça girar.

Silenciosamente gritando por dentro, eu rolo para a direita, aplicando pressão em meu abdômen. "Merda." Eu respiro, a dor se torna insuportável. Eu deveria ter resistido. Eu não deveria ter caído em seus encantos, em sorrisos enganadores e diabólicos. Infelizmente eu cai. E agora olha onde ele me trouxe.

Gemendo em agonia, lágrimas lentamente rolam pelo meu rosto enquanto eu seguro o travesseiro com minhas mãos, o agarrando com força. "Porra!" Eu grito quando sou empurrada contra a parede, ficando dolorida e minhas unhas cavando na pintura barata. Um grunhido desumano escapa dos meus lábios enquanto sou erguida na parede, agora estou pendurada no teto. "P-Para! P-Por favor!" Eu imploro para qualquer um que possa ouvir, possivelmente, até mesmo a pessoa que está fazendo isso comigo.

Eu suspiro, uma vez que eu aterrisso na cama, a dor aumentando. Minhas costas arqueiam, meus olhos rolam para trás enquanto corro minhas unhas contra o lençol. Soluçando baixinho, começo a relaxar, a dor diminui apenas para saber que ela vai voltar depois de alguns minutos. Me viro para enfrentar a janela coberta, o relógio na mesa de cabeceira mostra cada segunda passando. Ele vai me procurar, eu sei disso. É quase meia-noite, as pessoas que estão no quarto ao lado devem pensar que eu sou louca. Ou que alguém está me fodendo. O que quer que os ajuda a dormir à noite.

Vendo que a cortina, de repente, se move mesmo não havendo vento, me alertando que ele está aqui. Harry está aqui. Sua presença em volta de mim faz minha pele formigar, me sento e olho para ele. "Eu achei que você ia vir e me encontrar." Harry dá um passo para frente, suas mãos enfiadas dentro dos bolsos de sua calça jeans.

"Depois que você atirou em Grace, é claro que eu viria." Ele responde, diante de mim sem qualquer emoção. Mas eu sabia, eu sabia o que ele estava sentindo. Raiva, confusão, e... suspeita. "Vejo que Grace lhe contou a história mentirosa dela, certo?" Harry olha bem nos meus olhos, como se isso fosse desvendar todos os meus segredos. "Por que você atirou nela? Achei que você fosse benevolente."

"Você acredita nela?" Pergunto. "Você acredita no que Grace lhe disse? Eu ficaria feliz em lhe contar a história real, se você quiser." Harry parecia chateado, cruzando os braço sobre o peito e gesticulando para eu continuar. "Me conte diga, Lucinda. Ou devo dizer, Rachel Smith."

A vontade de revirar os olhos para ele cresce, mas eu decido ir contra ela. "O que Grace lhe disse é mentira. A cadela é a Rachel Smith e eu não sei o que ela fez para que você acredite nela, mas o que eu estou dizendo é verdade. A lunática ainda atirou nela mesma para me culpar! Harry, de todas as pessoas, você saberia se ela estivesse mentindo ou não!"

Quando ele não diz nenhuma palavra, eu continuo. "Eu não sou a Rachel Smith ou a última Smith que você está caçando. Você tem que acreditar em mim, Harry. Eu não sou uma traidora, Grace é!"

"Como posso ter tanta certeza de que você está dizendo a verdade? Se você esqueceu Lucinda, tudo o que você sempre quis foi me ter fora da sua vida. E eu posso dizer, o sentimento é mútuo. Mas, mesmo assim, eu compartilhei minha dor com você. Ouvir você agindo pelas costas é a porra de um insulto!" Harry ferve, fumegando de raiva, suas mãos tremendo em punhos. "Grace tem sido minha empregada, desde então, por que eu deveria acreditar em uma humana como você que só quer viver, mas que lamenta sua própria existência."

Hex |h.s| traduçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora