Capítulo 3

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Sinto algo macio cutucando minha bochecha direita, me fazendo mexer, abro meus olhos, a primeira coisa que vi foi minha mãe, olhando para mim com alívio. "M-Mãe?" Eu me sento lentamente, percebendo que estava em algo macio, olho para baixo para ver que estava em um sofá de couro.

"O que há de errado, querida? Aconteceu alguma coisa?" Ela pergunta, o rosto cheio de preocupação enquanto ela passa a mão pela minha testa. "Eu voltei depois de comparar móveis com os pedreiros que irão arrumar a casa, e encontrei você desmaiada no chão."

Olho ao redor da sala hesitante para ver homens com uniformes brancos pintando as paredes, arrumando o piso de madeira e as janelas. Eles estão quase terminando. Isso foi rápido, por quando tempo eu fiquei desmaiada?

De repente, me lembro porque eu apaguei, eu me levanta. Ignoro os protesto de minha mãe, eu continuo e volto a falar para ela no que vi no quarto principal, algo horrível e repugnante. "M-Mãe, temos que sair daqui. O f-fantasma é dono desta casa." Eu gaguejo, cada palavra deixa meus lábios com medo. Eu espero por sua reação, que foi um olhar confuso.

"Lucy, quem é esse 'fantasma' que você está falando?"

"Ele parece h-humano, mas não é. Ele t-tem olhos negros vazios. Sangue mancha suas roupas esfarrapadas, e ele comeu os c-corvos e pombos no andar de cima! Por favor, mãe, vamos deixar esta cidade, nos podemos ir para qualquer outro lugar!" Eu divagava sem fôlego, puxando o braço de minha mãe.

"Lucinda, eu não quero você inventando essas histórias selvagens e terríveis." Ela fala com firmeza, com as mãos em sua cintura. Isso faz com que lágrimas formem em meus olhos, algumas rolam pelo meu rosto. Por que ela não acredita em mim? Será que ela não entende o tipo de coisa demoníaco que eu vi?

"M-Mas, mas ele é real! Ele é muito real! Ele até mesmo f-falou comigo! Ele-"

"Lucinda, eu voltei em casa e encontrei você desmaiada no chão. Você me deixou com medo e nervosa, não sabia o que sentir e o que fazer!" Ela exclama. "E agora isso? Não, eu não vou deixar seus delírios arruinarem meu dia. Me desculpe." Minha própria mãe se afasta de mim, sem dizer mais nenhuma palavra.

"Ele é real mãe. Ele quer que a gente vá embora. Eu não posso ficar aqui por mais tempo. Não podemos ficar aqui!" Eu grito para ela que se afasta. Deixo escapar um suspiro de frustração, esfrego meu rosto com minhas mãos em raiva. Quando olho para cima, alguns homens olham para mim com curiosidade, alguns me olham como se eu fosse louca. Ignorando seus olhares rudes, eu vou para fora e me sento na varanda.

Eu me curvo, cobrindo meu rosto com minhas mãos, lágrimas caem continuamente, eu apenas fico sentada, incapaz de resistir ao cheiro de tinta, observando o por do sol a oeste, o céu alaranjado brilhava lentamente se transformando em um tom escuro de azul. Depois de algumas horas, a porta se abre e os pedreiros saem por ela.

"Muito obrigada." Ouço minha mãe dizer. Eu me viro para vê-la apertando a mão de quem deve ser o líder dos homens uniformizamos, antes de lhe dar dinheiro. Reviro meus olhos quando ela lhe dá um sorriso e um adeus. Eu assisto o caminhão desaparecer.

"Você vai entrar?"

Eu aceno com a cabeça, me levanto em entro. Olho para a sala, as antigas paredes agora estavam pintadas de bege. A mobília está afastada um pouco das paredes, devido a tinta molhada. "O segundo andar está reformado também?" Eu questiono, olhando nas janelas novas. "E onde você conseguiu esses homens para arrumar nossa casa?"

"Não, eles disseram que vão trabalhar no segundo andar amanhã, incluindo a cozinha e o quintal." Nós temos quintal? "E eu o vi na loja de móveis. Eu só tinha que comprar tinta e matérias novos e todos eles faziam seu trabalho para consertar a casa. É caro, mas vale a pena. Você pode dormir se quiser, eu te acordo quando o jantar estiver pronto."

Hex |h.s| traduçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora