Capítulo 64

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Lucinda P.O.V.

Respiro fundo, eu lentamente começo a descer o telhado coberto por neve. Eu vou com cuidado, para não escorregar e cair em direção a morte. A brisa gelada explode diretamente em meu rosto, eu faço uma careta. Vejo uma árvore próxima, e vou silenciosamente em direção a ela. Grace pode escutar alguém andando no telhado, e eu não ia ficar numa boa se ela me visse aqui. Ela provavelmente iria chamar Harry, e eu não quero que isso aconteça. Eu agarro um galho grosso e gelado da árvore, e jogo meu corpo em direção a ela. Eu suspiro me segurando com mais força na árvore. Ok, você pode fazer isso. Relaxa! Lentamente, desço do tronco, e vendo que estava perto do chão, eu pulo. Deixo escapar um gemido quando meus pés tocam o chão.

"Lucinda!' Eu congelo quando ouço Grace chamando meu nome. "Lucinda! Isso não é engraçado! Lucinda!" Quando ela para de falar eu corro até a floresta. Eu xingo, tropeçando em meus pés antes de voltar a correr novamente. Sabendo que eu estava fora de seu acalme, eu paro para recuperar o fôlego.

Frio. Sinto meus dentes baterem enquanto caminhava mais para dentro da floresta, mesmo não sabendo onde iria me levar. Tremendo, eu decido andar rapidamente. Olho para as árvores nuas, elas me lembram um filme de terror que assisti durante um final de semana com alguns amigos. Pena que agora minha vida é um filme de terror.

Sorrio para mim mesma quando ouço barulhos, barulhos de carros buzinando. Civilização. Corro rápido até ver uma estrada diante de mim, eu deixo escapar uma risada de alívio. Vendo carros passando, tento conseguir uma carona de graça, mas eles parecem me ignorar e seguem em frente.

Vendo um pequeno caminhão, eu aceno. Para minha sorte, ele para. O motorista abre a porta, um homem de meia idade sorria para mim. "Olá senhorita, entre." Agradecendo-lhe, eu entro. Quando eu fecho a porta, o homem volta a dirigir. "Então, o que te traz para essa floresta em clima de neve?" Ele questiona. "Você estava acampando em algum lugar?"

"Não senhor, eu apenas me perdi." Eu respondo, mentindo através dos meus dentes. Ele ri ligeiramente. "Você se perdeu?" Eu balanço minha cabeça, esfregando um pouco minhas mãos. "Eu não sou daqui. Estou apenas visitando"

"Ah, uma turista." Ele ri. "Bem, se você não quer se perder novamente, é melhor ficar com seus parentes ou algo assim." Concordo com a cabeça, se passando alguns minutos em silêncio. Parando em frente ao mesmo supermercado que eu e minha mãe fomos quando chegamos aqui, eu saio do caminhão. "É melhor ter cuidado da próxima vez moça. Não se perca nesta cidade."

"Obrigada senhor, vou seguir seu conselho." Ele me dá um pequeno sorriso, acenando em adeus, o caminhão desaparece em uma esquina, e eu me viro para olhar a rua, mordo meu lábio e começo a caminhar pela estrada. Eu não posso acreditar que eu escapei! Eu comemoro mais uma vez e começo a correr, incapaz de esperar. Eu escuto meus passos esmagando a neve quando corro, chegando ao meu bairro.

Eu paro na calçada no momento em que vejo minha casa, neve cobrindo o telhado da casa e da garagem. Eu ando mais um pouco ficando mais perto dela, todas as janelas estavam fechadas e não havia ninguém lá dentro. Onde eles estão? Me certifico que não havia ninguém olhando, eu vou em direção à porta da casa. Abrindo a porta, eu dou uma olhada lá dentro, vendo que ninguém estava por perto, eu entro.

Onde eles poderiam estar? Eles ainda estão procurando por mim?

Parando na sala de estar, percebo que tudo estava do mesmo jeito de quando eu havia indo embora. A única coisa que estava fora do lugar eram papeis espalhados em cima da mesa de café de mogno. Vou em direção a ela, para ver que papeis eram aqueles.

Eram cartazes com uma foto minha, dizendo que eu estava desaparecida, e que se alguém me encontrasse, ligasse para meus pais. Decidindo que eu não deveria ficar ali por muito tempo, vou direto para meu quarto no andar de cima. Fechando a porta atrás de mim, eu pego minha mochila e começo a pegar algumas roupas e outras coisas que eu precisava. Gemendo com raiva, eu me agacho e olho de baixo da minha cama, encontrando meu desodorante que tinha caído e rolado. Deixo escapar um sorriso triunfante quando eu o encontro, eu espirro quando inalo a poeira que vem junto.

Hex |h.s| traduçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora