11 - Pronta para o passado

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— Max, por que não vai comer alguma coisa? — Sugeriu-lhe Luca.

Max balançou a cabeça afirmativamente e foi para a cozinha.

— Quem é ele? — Perguntei, curiosa.

Luca respirou fundo.

— Um amigo... Desculpe se Max pareceu um pouco imbecil, ele tem problemas mentais.

— Eu ouvi isso! — Gritou Max da cozinha.

Foi quase impossível não rir.

— Ele parece legal... — Comentei.

— Gostará dos outros também...

— São só amigos?

— Sim, não tenho namorada. — Ele respondeu, rapidamente. — Foi isso que quis dizer, não foi?

— Na verdade... não. Quis dizer se você tem amigas também.

Luca pareceu ficar um pouco constrangido.

— Sim, Ana e Luma. Ah, antes que você as conheça, por favor, tente não irritar Ana, ela é meio maluca, às vezes.

— Às vezes? — Max se pronunciou outra vez, fazendo-me rir.

— Alguma restrição quanto à Luma, também?

— Não. — Luca respondeu de forma fria.

Será que Luca gosta dessa Luma? Se não, por que ficou incomodado quando perguntei sobre ela?

Ficamos em silêncio por algum tempo. Max retornou à sala e nos encarou.

— Luca, eu chamei o pessoal aqui... hoje.

— O quê? Eu tinha que falar com eles sobre ela primeiro... Droga, Max!

— Ei, por que quer tanto que eu os conheça? — Perguntei, irritada por ele estar falando de mim como se eu não estivesse ali.

— Porque você me contou certas coisas...

Ah, sobre eu ser uma lagartixa. É óbvio que ele está falando disso. Será que seus amigos são assim também?

— Max? — Chamei-o.

— Sim?

— À que horas eles virão?

— Bem... Jack e Ana estão no Rio, não sei como eles virão, Luma não me disse onde estava, na verdade, ela desligou na minha cara... — O rapaz fez uma expressão de desdém. — Todos combinaram de encontrar Enrique, que está numa cidade próxima à esta, então, creio que devem chegar pelo começo da noite.

— Susana... — Luca me encarou. — Quer que eu a leve para casa? Mais tarde eu a busco...

— Pode ser...

— Estou com o carro, se quiser... — Max balançou uma chave à frente de Luca, que a pegou rapidamente.

— Obrigado.

Coloquei Scarlett dentro da caixa novamente, depois, peguei minha mochila e olhei para Max.

— Tchau, foi bom conhecê-lo.

Ele me olhou com curiosidade.

— Igualmente, Ruivinha.

Luca e eu saímos de sua casa e nos deparamos com um Fiat Sedan preto em frente ao portão. Ele abriu a porta do carona para mim e eu entrei, com sua ajuda para colocar a caixa com Scarlett sobre o meu colo.

— Em qual bairro você mora?

— No Campos. Não fica longe daqui... na rua Santa Luzia. Sabe onde fica?

Abra os olhos, Anjo (livro 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora