7- A festa

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Despertei ao ouvir um grito. Era alguém chamando por mim.

Sentei-me na cama e olhei ao redor, e notei que não havia mais ninguém no quarto. Mas eu podia jurar que ouvi alguém gritar por mim.

— Ju! — Gritei.

— Oi? — Ela gritou de volta.

Levantei-me com a mão nos olhos por causa da claridade do corredor e fui até a sala, onde encontrei Juliana e Heloíse devorando uma tigela cheia de pipocas. Elas estavam assistindo a algum desenho.

— Que horas são?

— Acabou a hibernação? — Debochou minha amiga.

— Engraçadinha... Estou com fome.

— Você sempre está... Mas ainda tem uma daquelas rosquinhas que você comprou, e seu lanche frio está na geladeira, a Ise não quis.

Franzi o cenho.

— Desde quando a chama de Ise? — Encarei-a.

— Desde que nos tornamos melhores amigas.

Revirei os olhos.

— Bom, querem suco?

— Siiim! — Exclamou minha irmã.

— Ah, Su! Uma garota da nossa sala postou no Face... Parece que a festinha na casa do Luís será hoje.

— Hoje? Mas estamos no meio da semana!

— Eu sei, mas parece que os pais dele vão viajar hoje, e o cara quer aproveitar para dar a festa, entendeu?

— Meu pai não vai me deixar ir...

— Eu falo com ele, pode deixar... Daqui um tempo vou em minha casa buscar meu vestido, e nós vamos juntas, okay?

— Ah, duvido que ele deixe, mas... — Dei de ombros e fui até a cozinha.

Preparei suco de uva e peguei meu lanche frio na geladeira, não estava tão bom quanto provavelmente estava de manhã. Levei suco para Juliana e Heloíse também. O relógio da cozinha marcava 17h20, realmente, eu havia dormido muito, e não sonhara com nada. Voltei para a sala e terminei de assistir ao desenho com minhas "irmãs". Então, aproximadamente às 18h, Juliana foi para sua casa, dizendo que tomaria um banho e traria sua roupa para a festa. Sorte a dela, que já sabia o que vestiria.

Decidi tomar um banho também. Fui ao banheiro e despi-me rapidamente, pois estava um pouco frio, e eu não queria ficar um minuto sequer fora da água quente. Após o banho, fui até meu quarto, vesti uma lingerie confortável e enrolei meu cabelo com a toalha de banho. Abri a portas do meu guarda-roupa, ainda sem saber o que vestir. É claro que a maioria das garotas provavelmente iriam com belos vestidos decotados ou, no mínimo, chamativos. Mas estava frio, e sinceramente, eu não queria ficar a noite inteira congelando apenas para poder impressionar os moleques da minha escola. Escolhi uma calça jeans justa e escura, uma camiseta de manga comprida salmão, cuja frente continha pequenos botões de pérolas, e uma sapatilha preta. Sim, nada muito chamativo, na verdade, eu diria até um pouco... formal. O difícil foi escolher meu penteado, então, depois de um bom tempo pensando, resolvi deixar meus cachos soltos, apenas apliquei creme, moldando os cachos ao redor do rosto. Olhei-me no espelho que havia em meu quarto.

Está ótimo.

De maquiagem, passei apenas gloss rosa claro e rímel incolor, pois a vida me dera a sorte de nascer com cílios longos. Fui até a sala esperar Juliana, algum tempo depois, a campainha tocou, quando abri a porta, surpreendi-me, ela usava um vestido azul-claro de babados pequenos, cujo decote era em formato de coração, a maquiagem estava clarinha, dando-lhe um ar de ingenuidade, e o cabelo longo e castanho, estava solto também.

Abra os olhos, Anjo (livro 2)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora