UM ATOR EM MINHA VIDA

Capitulo 20

Alba

Acordo sem entender bem onde estou. Uma luz forte faz meus olhos arderem. Fecho e abro novamente tentando me acostumar com a claridade. Ouço barulhos de bip de máquinas. Estou ligada a uma bolsa de soro. Sinto meu corpo um pouco dolorido na posição em que estou.

Vejo Burak. Lindo. Chorando copiosamente e me enchendo de beijos. Tento falar algo mas meus lábios não se movem.

- Alba, amor. Seja bem vinda ! Sabia que você não me abandonaria.

Do que ele está falando? Tento pensar no que pode estar acontecendo. Porque ele está chorando? Porque ele acha que eu o abandonaria? Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

- Fala comigo querida. Como você está se sentindo? Eu vou chamar o doutor. Estou tão feliz de ter você de volta que quase me esqueço que preciso chamá-lo.

Ele então sai da sala como uma flecha. Continuo sem entender nada. Sei que estou num quarto de hospital, mas porque? O que aconteceu comigo?

Logo vejo dois médicos é uma enfermeira entrarem no quarto.

- Srta Alba, como está se sentindo? - me pergunta um senhor com feições simpáticas e todo sorridente. Deve ser meu médico. Meu cérebro sabe que deve responder. Tento falar mas não consigo mover os lábios. Eu preciso falar. Quero respostas.

Eles entram iniciam uma série de exames superficiais. Colocam uma luz em meus olhos para checar os sinais. A enfermeira começa a medir minha pressão. O médico pede pra eu seguir seu dedo indicador que se move da direita para a esquerda em frente aos meus olhos. Fazem testes de reflexos em todo o meu corpo. Ao que posso perceber, o resultado é satisfatório.

- Srta Alba, pode nos escutar?

Não consigo responder.

- Aperte minha mão uma vez para sim e duas vezes para não. Entendido?

Aperto sua mão uma vez.

- Boa garota. A Srta consegue me entender?

Aperto mais uma vez.

- Não consegue responder?

Aperto duas vezes.

- Sabe onde está?

Aperto duas vezes.

- A Srta está há 4 dias no hospital e precisamos mantê-la sedada durante esse tempo. Por isso está com dificuldades em responder. Mas lhe asseguro que é temporário. Já já estaremos conversando. Tudo a seu tempo. Agora precisamos ir a outro andar fazer alguns exames, ok.

Passamos por um corredor e vejo Burak aflito e feliz. Ele vem em minha direção e segura minha mão, perguntando ao médico onde estão me levando. Ele me acompanha até onde é permitido.

- Estarei aqui te esperando meu amor.

Após duas horas de exames, me levam de volta para o quarto. Sinto meus lábios secos. Tenho sede, mas ninguém parece perceber isso. Água, por favor. Movo os lábios mas a voz não sai. Burak fica me olhando e percebe que quero dizer algo.

- Amor, está com dor? - aperto sua mão duas vezes - Quer alguma coisa? Por favor tente. Eu sei que você pode. Você consegue, é só se concentrar e sua voz vai sair. Fala comigo meu anjo.