"Não acredito que depois de quase 5 anos sem férias, estou chegando em Positano para uma semana inteira só minha".
Me chamo Alba Fontenele, tenho 26 anos, sou brasileira mas moro em Madri onde sou Diretora de um dos mais conceituados bancos do País...
Já procurei em todos os lugares. Acreditem ou não, procurei até em abrigos para sem-tetos. Ela simplesmente desapareceu sem deixar rastros. Isso é impossível. Ninguém some dessa forma.
Eu estou pirando. Tenho bebido todos os dias. Tomo quase uma garrafa de whisky por dia. Quase quebro todo o apartamento. Sorte Bulgra e Mehmet estarem perto e não permitirem que eu faça uma loucura.
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Porque Alba, porque você está me castigando dessa forma?
Vou até nosso quarto e fico remexendo nas gavetas. Não sei bem a procura de que, mas mexo em tudo. Já revirei até as latas de lixo. Quando abro a segunda gaveta do criado-mudo vejo uma caixinha de veludo preta. Abro e me deparo com o anel de noivado que dei a ela em Veneza.
- Maldição! - grito jogando a caixinha na parede.
Ela fez tudo de caso pensado. Realmente ela me deixou. Agora já não resta mais dúvidas.
Me levanto da cama e com o cotovelo arrebento o espelho a minha frente.
Bulgra e Mehmet entram correndo no quarto e me seguram pelos braços, me impedindo de cometer mais loucuras.
- Ela se foi, ela se foi.....Ela se foi - repito diversas vezes em meio a um choro doído. - Porque ela me deixou? Porque? Me digam.
Mehmet então decide ligar para Madri e ver se ela está lá ou se alguém sabe do seu paradeiro.
- Cecília, bom dia. Quem fala é Mehmet agente de Burak Aksal. Me diga uma coisa, Alba deixou Burak. Por acaso você tem ideia do paradeiro dela? Ele está surtando aqui, pois ela fez isso de caso pensado deixando para trás o anel de noivado. Ela realmente o abandonou. Ele quebrou quase o apartamento todo. Não sei mais o que fazer. Nos ajude, eu te imploro.
Cecília fica muda por um tempo, acho que tentando assimilar tanta informação ao mesmo tempo.
- Mehmet, não faço a menor ideia de onde ela está. Pensei que ela estivesse aí com vocês. - ela diz com uma tranquilidade anormal na voz.
- Ok. Por favor, se ela der sinal de vida, nos avise. Precisamos ao menos saber se ela está bem e salva. Ficar na ignorância está acabando com Burak.
Eles se despedem e meu agente comenta sobre a tranquilidade na voz de Cecília. Ela também não demonstrou muito espanto quando eu disse que sua chefe havia sumido. Muito estranho isso.
- Burak, você já checou companhias aéreas? Se ela se foi da Turquia, só pode ter sido de avião.
Pego então o telefone de um delegado aposentado amigo do meu pai e peço a ele que venha ao meu apartamento.
Assim que chega, já o coloco a par de toda situação.
- Pois é, meu jovem, eu li nos jornais sobre o ocorrido. Infelizmente eu não sabia que as coisas estavam nesse pé. - ele diz coçando a barba - Olha, ela pode estar em qualquer lugar do mundo, você tem ciência disso não é? Não vai ser fácil, rapaz. Pela antiga amizade que tenho com sua família, pegarei o caso, porém quero que saiba que em qualquer outra situação eu não pegaria. É como procurar agulha em um palheiro.
