UM ATOR EM MINHA VIDA

Capitulo 14

Difícil deixá-lo.

Acho que nunca me acostumarei a isso. Somos tão perfeitos juntos. Não é justo termos que nos separar. Porém temos vidas distintas e carreiras consagradas cada qual no seu País. Fica difícil uma mudança para qualquer um dos dois.

Voltei ao Banco e todos dizem que estou radiante. Sr Juan diz que até minha pele possue um brilho diferente.

Paro em frente à mesa da Cecília com meu café em mãos.

- amiga, onde fica o botão "off"? - ela me pergunta.

- Como assim "botão off"?

- Sim, para desligar esse sorriso que está quase rasgando seu rosto de orelha a orelha - ela diz rindo demais.

- Ora ora ora, se não são as mais belas mulheres da Espanha - diz um Marcello andando com seu jeito confiante, mão direita no bolso e um sorriso sedutor no rosto.

- Bom dia Marcello - respondendo quase ao mesmo tempo.

Ele se vira para mim e olha bem dentro dos meus olhos.

- Alba como é possível você ainda estar mais linda que o de costume. Algo aconteceu com você - ele diz afirmando e não perguntando.

- Apenas descansei. Estava precisando desses dias para me recuperar de uma semana tão estressante. - viro-me para Cecília e dou uma piscadinha cúmplice.

- Já que está descansada, poderia deixar de ser tão má e aceitar meu convite para jantar então - ele diz aproximando seu rosto do meu e sua proximidade me incomoda.

- Na verdade acho que essa beleza toda da minha amiga tem apenas um nome: Burak Aksal - Cecília diz ao perceber meu incômodo, não pensa duas vezes e já vai logo soltando.

Percebo seu sorriso se fechando e uma ruga entre as Sombrancelhas é formada no rosto de um Marcello que agora está vermelho.

- Quer dizer então que vai insistir com esse "atorzinho"?

- Marcello, não seja maldoso. - digo sem me importar muito - e sim, nos amamos e voltamos. Espero que fique feliz por nós - digo com um sorriso sarcástico dando meu volta e caminhando em direção a minha sala.

Estou quase caindo de sono. Mas como? Dormi feito uma pedra desde que voltei da Turquia. Estou bem disposta e esse sono me consumindo.

Saimos para almoçar e estou morrendo de vontade de comer um bom pescado hoje. Eu e Cecília fomos a um restaurante não muito longe do banco.

O local está relativamente tranquilo já que hoje faz muito frio. Parece que as pessoas preferem ficar enclausuradas com esse tempo.

O peixe estava delicioso. Comi e ainda repeti. De sobremesa, pedimos um tipo de pudim com fios de ovos. A "cara" do doce era maravilhosa, mas já na primeira colherada, minha boca encheu d'Água e um enjoo como nunca senti antes tomou conta de mim. Largo tudo e saio correndo em direção ao toillete e ajoelhando em frente ao vaso sanitário, despejando todo meu café da manhã e almoço.

Levanto e vou em direção a pia, lavar meu rosto e escovar os dentes. Estou pálida, quase esverdeada e com um tremendo mal estar.

Cecília entra sem entender nada mas demonstrando pânico.

-Alba, o que houve? Você está péssima!