Capítulo vinte e quatro

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        — Nicolas! – Olho fundo nos olhos dele.

        — Vai embora Lia, ela é muito forte, e de qualquer forma esse botão não conseguirá levar nós dois sabemos bem disso! — Lembro-me de quando tentei traze-lo para cá. Era o meu maior desejo, e pelo jeito meu pior pesadelo ao mesmo tempo.

        — Nicolas, querido, eu acho que antes de começar a namorar alguém, você deveria apresenta-la a sua mãe. Você fazia isso antes. Mas olha só quem é sua namoradinha! — Ela falou e com um movimento em sua mão sou puxada para perto dela. Ester segura meu queixo. — Está namorando alguém tão importante, querido, a princesa do nosso reino! – Ela solta o meu queixo brutalmente, me atirando no chão.

        — Você perdeu o direito de mãe quando matou a Lira, sabe o quanto eu gostava dela? – Nicolas falou e eu me seguro para não girar o botão e voltar para minha casa em segurança.

        — Por favor, solte-o, eu sei que ele ainda prefere Lira a mim, mas não me importo. – As palavras saem da minha boca sem minha permissão, nunca falaria aquilo por vontade própria, mesmo sendo o que se passa em minha cabeça. Pareço tão desesperada.

        — Lia não é verdade eu... — Ester grita interrompendo a fala dele.

        — Quieto! Será que não te ensinei modos? — Ela retoma. — Princesa, eu sinto muito informa-la, mas acho que não poderão ficar juntos, eu apenas o soltarei, quando devolver o meu reino, e pelo seu afastamento, acho que já sabe o que terá que fazer. – Ela diz, bagunçando o cabelo de Nick. Sou ele ou eu.

        — Sabe que não serei tão tola a esse ponto. — Falo e finjo girar o botão, mas então me atiro sobre a cadeira onde Nicolas, mas sou barrada por uma parede invisível que me joga no chão novamente.

        — Receio que não conseguirá me atingir tão facilmente, nunca ouviu falar que as mães lutam com unhas e dentes para proteger seus filhos? E por falar em família, onde está minha irmã? Chega a ser cómico a forma como ela me condenou por ter tomado aquela poção, e agora está fazendo o mesmo, só que pior, pelo menos eu perdi minha calda para um Borboleta, ela está perdendo para um humano imundo que apenas a fará sofrer.

        — Como ousa falar assim de alguém da minha família? Quem é você para dizer que alguém vai sofrer na mão de outra pessoa? Não foi você que matou o verdadeiro amor de seu próprio filho? — Pergunto com um nó no estomago, essas palavras machucam tanto quando ditas. Mas eu preciso continuar — Não foi você que raptou o Nick para me fazer voltar para esse reino ridículo e salvar a sua própria pele? E não é você nesse momento que está fazendo seu próprio filho sofrer para não virar pó? — Porque ela não está retrucando? Será que a atingi?

        — Responda-me! — grito. — Fale alguma coisa! Isso é uma ordem!

        — Não precisa gritar princesa. Estamos no mesmo cômodo. — Um senhor usando um paletó e uma gravata borboleta azul listrada, com uma bengala prateada na mão entra pela grande porta de carvalho. O cabelo grisalho e olhos pretos. Não deve ter mais que um metro e sessenta.

        — Deve estar se perguntando quem sou eu. Um senhor de bengala que acaba de atrapalhar um de seus, suponho que seja, melhores monólogos com Ester. – Ele deixa a frase no ar por um tempo, até retomar — Senhorita sou Rubens Lou Sterm, mas conhecido como Senhor Sterm ou O Mago, sou o fundador desse magnifico... – O interrompo.

        — Prefiro a expressão terrível.

        — Sua mãe nunca lhe ensinou a não interromper os mais velhos? – Ele perguntou, mas não esperou minha resposta e voltou a falar: — Mas espere sua mãe não devia ser muito inteligente, morreu queimada coitadinha, pelo menos era bonita. Bom eu sou o fundador desse magnifico lugar, e também o maior feiticeiro, então, queridinha, sinto lhe dizer, mas nunca devia ter girado aquele maldito botão. — Ele falou pausadamente, e quando terminou a frase O Mago voou para cima de mim como se quisesse me derrubar e começar uma briga, e então só consigo escutar Nicolas gritar e, tudo fica escuro. Estou parada no meio de um quarto escuro, alguma coisa está na minha cabeça, uma coroa. A única coisa que quero é abraçar meus joelhos e chorar, quando foi que fiquei tão frágil assim? Me sentei, abracei meus joelhos e chorei com o rosto escondido, até que escuto passos, e quando levanto minha cabeça cinco pessoas estão ao meu redor, ouço uma delas falar:

A princesa das borboletasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora