A princesa das borboletas

Capítulo vinte e um

Quando cheguei as gêmeas estavam na sala, Luna fazendo a lição de casa no chão, com os cadernos em cima do centro, enquanto Lize estava deitada no sofá quase dormindo, faz tanto tempo que não converso com elas, não me lembro de ter conversado com elas por mais de 20 minutos. Às vezes prefiro me abrir com Eiva, Nick, Jim e até mesmo Charlie, mas nunca com elas. Sento na poltrona do papai e começo a falar sorrindo:

— Vocês estão vendo quanto tempo faz que não nos falamos? – Pergunto cutucando o braço de Elizabeth fazendo-a levantar e sentar, então ela respondeu:

— Fica difícil conversar com você, pois sempre está com o Nick. Então se enfia no quarto e fica conversando com sua criada e com o mordomo.

— Ela tem razão, Lia. Você nunca nos considerou alguém para confiar. – Luna explicou e retornou a sua lição, ela sempre foi a mais sensata, mas parece magoada mesmo assim.

— Eu nunca pensei que vocês se sentiam assim, nós podemos mudar isso. — Lize me interrompe friamente:

— Olha, Lia, porque você está aqui? – Ela perguntou. – Eu sei que não somos as primeiras pessoas que você iria procurar.

— Lize, eu só queria conselhos, eu queria falar com vocês, pois esse é um assunto que eu só poderia tratar com minhas irmãs, mas pelo jeito vocês não são as pessoas certas para me ajudar, vou falar com a Fleur. — Falo e vou em direção as escadas, abro a porta do meu quarto e Eiva está arrumando alguma coisa.

— Eiva, você pode, por favor, chamar a Fleur?

— Claro. — Deito na cama e olho para o teto. Fleur entra minutos depois com um semblante preocupado:

— Você me chamou querida?

— Sim, é que eu estou com alguns problemas, eu ia falar com minhas irmãs, mas elas não estavam nos seus melhores dias. Mas eu realmente preciso falar disso com alguém. — Ela assentiu. — Bom, a senhora conhece o Nicolas. Eu sei que de acordo com os livros eu não deveria fazer isso, mas eu fiz, realmente acho que gosto dele. E também acho que ele gosta de mim. Pelo menos achava que gostava de mim, mas recentemente descobri que ele foi muito apaixonado por outra garota. E eu tenho medo dessa menina voltar e ele ainda ser apaixonado por ela. Eu perderia qualquer chance de me casar algum dia por uma bobagem que fiz agora. — Fleur me olhou como se estivesse surpresa.

— Antes de tudo, Lia, não posso dizer que o que está fazendo é certo, pois eu não concordo, vai contra as ordens da igreja ter qualquer relação com alguém antes do casamento. Mas sei que é jovem, e não posso puni-la por gostar de alguém. Então se você acha que ele realmente vale o risco, então acho que você deveria aproveitar, pois se ele não for à pessoa certa saiba que ainda é jovem e muitos outros rapazes passarão por sua vida. Olhe para mim, o homem que eu tanto esperava já foi casado e tem quatro filhos que amo muito. Todos têm a chance de encontrar o amor, basta esperar que ele vem até você.

— Obrigada por me ajudar. Sei que deve ser difícil dar conselhos sobre algo que não concorda, mas fico feliz que não tenha me ignorado como minhas irmãs. — Falo.

— Como assim elas te ignoraram? – Ela pergunta, preocupada.

— Eu primeiro tentei falar com elas sobre isso, pois como elas tem idades mais próximas a minha poderiam me ajudar, mas Lize foi cruel comigo, mas não foi nada. Já está tudo resolvido. – Mas que explicação teria pelo jeito que Lize falou? 

— Que estranho, mesmo com o jeito temperado da Lize ela não chega a ser cruel.

— A senhorita Lina ainda está aqui em casa? — Pergunto. Lina é a única coisa diferente na casa.