— Pensei que se arrumaria aqui. — Comentei. — Mas está linda.

— Obrigada, estava ansiosa para ter uma ocasião para usar este vestido.. Ah, liguei para seu pai.

— E?

— Ele deixou você ir... — Cantarolou.

— Fácil?

— Sim, ele me ama!

— Uau, meu pai deve estar tramando alguma coisa. Entre, ele já deve estar chegando, e nós precisamos esperar... por causa da Ise.

Juliana assentiu. Ficamos sentadas no sofá, esperando por meu pai, que não demorou muito a chegar. Quando me viu, sorriu.

— Você está muito bonita, filha.

— Obrigada. — Esbocei um pequeno sorriso também.

— As duas estão... — Comentou, observando minha amiga. — Ah, Juliana, cuide para que nenhum ser que tenha um cromossomo Y chegue perto dela, está bem?

Quê?!

— Sim, senhor, pode deixar!

— Não acha que deveria falar para eu cuidar dela? — Perguntei, sinceramente.

— Quieta, Su! Vamos...

— Também queria ir... — Heloíse apareceu na sala, e segurou minha mão.

— Amorzinho, amanhã te levo ao parque, está bem?

— E compra sorvete?

— Sim. — Beijei-lhe na testa e me despedi deles.

Juliana e eu caminhamos por pelo menos quinze minutos até chegarmos à casa de Luís, que era grande e tinha um belo jardim na entrada, a residência era pintada de branco e lilás, tinha dois andares e muitas luminárias espalhadas por entre algumas árvores pequenas. Passamos pelo portão de entrada e logo vimos que a casa estava completamente cheia, havia tanto alunos quanto professores -os menos sérios, pelo menos.

— Achei que seria apenas uma festa de aniversário. — Comentei com Juliana. — Não algo tão grande, esse cara deve ser muito mimado.

— Para ser sincera, também esperava algo... menor. — Ela respirou fundo. — Mas vamos tentar nos divertir, Su. Estamos precisando, depois da noite passada.

Demorei a compreender onde ela quis chegar com esse comentário, então me lembrei da silhueta escura em minha janela, e um frio percorreu minha nuca nesse momento. Algumas pessoas nos cumprimentaram quando entramos, e Juliana indicou o tal Luís, dono da casa, ele conversava com Vitor. Estreitei os olhos para ver melhor, e notei que os dois cochicharam algo quando me viram. Com certeza, Luís não havia apreciado a surra que eu havia dado no garoto.

Mas que ótimo...

— Vou falar com o Luís, ele foi um amor comigo quando me convidou. — Juliana me explicou. — Mas não se preocupe, vou ignorar Vitor completamente.

— Vai lá... — Respondi, dando de ombros.

Comecei a caminhar pelo jardim, cumprimentando pessoas que passavam por mim, depois, andei por um corredor e encontrei a piscina, onde já havia algumas pessoas nadando semi-nuas. Parei perto de uma mesa branca, na qual havia um rádio pequeno tocando música eletrônica. Peguei meu celular para checar minhas redes sociais, pois tinha certeza de que ficaria um tempo considerável ali, esperando Juliana decidir lembrar que eu existia.

— Quer refrigerante? — Perguntou-me uma voz familiar.

Levantei os olhos. Era Luca. Meu coração disparou.

Abra os olhos, Anjo (livro 2)On viuen les histories. Descobreix ara