4 - Safiras familiares

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Essa foi a primeira coisa que eu notei. Em seguida, o cabelo castanho meio comprido, mas a cor me pareceu apagada, como se o sol tivesse deixado suas madeixas mais claras, afinal, as sobrancelhas eram mais escuras. O nariz era reto e longo, e olheiras estavam implantadas sob seus belos olhos, os quais pareciam estar me atravessando naquele momento.

— A culpa foi minha, desculpe. Se quiser, compro um novo suéter para que não tenha de usar esse.

— Não, não se preocupe.

Estreitei levemente os olhos para ele, era estranho, mas algo me dizia que eu já o tinha visto em algum lugar.

— O que foi? — Indagou o rapaz, cravando suas íris nas minhas.

— Nada, com licença.

Passei por ele rapidamente.

Que sensação estranha!

Fui até o caixa e paguei pelos alimentos, olhei para trás enquanto saíamos da padaria, e aquele cara estava olhando para mim, então, fez um pequeno aceno com a cabeça enquanto tomava outro café. Eu apenas levantei a mão e virei-me para a frente outra vez. Juliana me olhou.

— Acho melhor buscarmos alguma coisa para você vestir.

— Não precisa, não me importo de ficar assim, a culpa foi minha mesmo.

— Então, Su... não acho que a culpa tenha sido sua.

— Por quê? — Perguntei sem entender.

Ela coçou a testa.

— Porque aquele cara com certeza viu você, ele devia ter desviado, poxa! Sei lá, parece que foi de propósito...

— Ele não faria isso sendo que você poderia ter visto, Ju.

— Ah, sei lá... Vamos lá pra casa, meus pais devem ter saído para trabalhar.

— Está bem. — Concordei, mesmo sem querer.

Para nossa sorte, a casa de Juliana ficava há menos de dez minutos dali, fomos rapidamente até lá, encontramos algumas pessoas da nossa sala no caminho, mas nem ligamos, afinal, o que eles tinham a ver com a nossa vida? Quando chegamos à casa dela, pulamos o portão, que não era muito alto, mas que mesmo assim tive um pouco de dificuldade, enquanto ela parecia fazer aquilo corriqueiramente.

— Ah, minha janela está aberta! — Exclamou. — Vou pegar alguma camiseta e dinheiro, já volto!

— Okay.

Por que alguém deixaria a janela aberta com um portão, teoricamente, fácil de pular? A senhora Sanches deve ser louca...

A resposta para esse questionamento apareceu quase que instantaneamente. Num corredor, havia uma casa grande de cachorro, e dentro dela um cão da raça Rottweiler começou a se levantar e caminhar pelo corredor em minha direção, a cada centímetro, ele vinha mais rapidamente. Até pensei em chamar Juliana, mas e se o fato de eu gritar, enfurecesse ainda mais o cãozinho?

Virei-me para trás e comecei a subir no portão novamente.

Com um cachorro desses quem precisa trancar janelas?

Eu estava desesperada e não sabia o que fazer, estava no topo do portão e o cachorro pulava cada vez mais alto, temi descer e ele morder meu pé. Então, ele pulou muito alto, e só não me alcançou porque, num momento de pura idiotice, joguei-me na rua do lado de fora da casa. Nesse minuto, fechei os olhos para sentir o baque no chão, mas ele não veio, o que se seguiu foram braços me segurando com muito cuidado e claramente sem esforços. Respirei fundo e abri os olhos, depois, fitei o rosto de meu "salvador".

— Você?

— Estava esperando por alguém? — Debochou o cara da padaria, e colocou-me no chão. — Estava tentando invadir essa casa?

— Não é da sua conta.

Ele respirou fundo.

— Sabe, tenho a impressão de que acabei salvá-la... não acha que deveria me agradecer?

De alguma forma, essa frase também me pareceu familiar. O cachorro de Juliana não parava de latir.

— Obrigada por me salvar do chão!

— Eu devia tê-la deixado cair.

— Se não percebeu, esse era o meu propósito. — Rebati.

O rapaz arqueou uma das sobrancelhas escuras e encarou-me.

— Não seja por isso. — Disse, pegando-me no colo novamente, fazendo menção de me colocar sobre o portão outra vez.

— Tudo bem, obrigada!

Ele sorriu, mas demorou um tempo desnecessário para me finalmente me soltar. Respirei fundo.

— Disponha.

Eu o encarei, a fim de notar sua expressão com meu próximo comentário.

— Sabe, tenho a leve impressão de que você me seguiu da padaria até aqui.

— Por que acha isso? — Eu estava começando a odiar o modo como sua voz sempre parecia ter um tom de ironia por trás.

— Porque é muita coincidência. — Respondi como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Pois achou certo.

Encarei-o. Ele estava mesmo confirmando me havia me seguido? Fiquei em silêncio, não soube o que responder, então Juliana saiu de sua casa.

— Anjo! — Gritou ela. — Já estou indo.

— Tudo bem, não tenho pressa... — Respondi.

Juliana riu.

— Não, Su, estou falando com ela — Apontou para a Rottweiler.

Ela se chama Anjo, não acredito! — Comentei para mim mesma.

O rapaz à minha frente riu um pouco, percebendo minha inconformidade com relação ao nome da cadela de Juliana.

— Bem, já vou indo, espero vê-la novamente, senhorita...?

— Susana. — Respondi, sem entusiasmo aparente.

Ele piscou para mim e começou a caminhar de volta por onde Juliana e eu tínhamos vindo. Observei seu caminhar, era calmo e confiante, e as roupas escuras davam-lhe um ar de bad boy. Ele era insuportavelmente atraente. Foi então que percebi uma coisa.

— Espera! — Gritei, mas não muito alto. — Eu não sei o seu nome...

Ele me olhou por cima do ombro, mas continuou caminhando.

— Hector.


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Abra os olhos, Anjo (livro 2)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن