Capítulo 45 - ALEX

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— E se não voltar? — afasto o prato para longe. Não estava sentindo fome.

— Rose vai voltar — disse ela convicta empurrando o prato de volta para mim. — No momento está confusa e magoada querendo ficar sozinha. Iramos respeitar essa sua vontade.

— Isso que me preocupa. Rose nunca foi de querer ficar sozinha, por que agora? Eu preferia que tivesse vindo até a mim xingando e me batendo do que ter desaparecido. — resmungo pegando o sanduíche e dando uma mordida sabendo que Mari iria insistir para que eu comesse.

Quando voltei para Nova York com a esperança que pudesse resolver tudo fui direto para o apartamento da Rose para apenas saber que nem se quer passou por lá. Achei que estaria na casa de alguma amiga ou até mesmo na do Beto. Só que não, inclusive não sabiam de seu paradeiro percebi que pelo jeito ela nem se quer pisou em Manhattan.

Onde minha pequena menina estaria?

— Dereck veio conversar comigo. — comenta Mari. — Ele está mal pelo que fez e pela primeira vez na vida estou vendo meu irmão se sentir um merda.

— Foda-se! Problema dele. — rebato pegando o copo de suco e tomando. — Não sei o que faz ainda aqui. Já deveria ter ido embora.

— Alex não faça isso.

— Não faça o que? Aquele babaca destruiu meu relacionamento ao transar com aquelas cadelas no meu quarto em minha cama. Por culpa dele a Rose sumiu. Por culpa dele não sei onde minha namorada está agora.

— Ele errou feio, mas quem nunca fez uma besteira estando bêbado? Entendo que esteja furioso, mas não se esqueça que ele te perdoou quando escondeu dele que estava dormindo com a Rose.

— É diferente, Mari.

— Não, Alex. — ela me olha séria. — Todos cometemos erros. Uns são imperdoáveis, mas há outros como este que podemos perdoar.

Meu celular começou a tocar. Não atendo jogando o celular de lado. Mari pega atendendo e depois de algumas palavras desliga.

— Deveria atender. Tyler está preocupado com você.

Bufo tomando o celular da sua mão para digitar uma mensagem de que estou vivo para o Tyler. Mesmo estando triste não sou do tipo de homem que necessitava da atenção dos amigos. Eu gostava de ficar sozinho em minha própria dor.

Volto a comer enquanto Mari sair para atender seu celular. Eu sabia que era James, o seu noivo por conta do toque especial que colocou exclusivamente para quando a ligasse. 

Tenho que admitir que estou quase enlouquecendo com a Mari aqui no meu pé me tratando como uma criança. Como em toda minha vida estive sozinho e cuidei de mim mesmo ainda achava estranho pessoas se importando comigo. Mais esse seu cuidado extremo me mostrava o quando a família Lyndrax era unida cuidando um dos outros.

Mari termina a chamada e vem sentar no sofá. Olho para ela despreocupada que começou a acariciar a cabeça de Eros que desde o sumiço da sua dona anda triste. 

Chega!

— Você sabe o local onde Rose está se escondendo. — não era uma pergunta era mais uma afirmação já que eu estava cansado de ficar esperando algo que do qual tenho certeza que sabia.

— Alex eu...

— Por favor, Mari. Se você sabe apenas me diga. Não vê que a cada dia longe dela estou me destruindo. — imploro.

Soltando um suspiro Mari me olha triste com preocupação.

— Sinto muito, Alex. Eu realmente não sei onde minha irmã está escondida. — disse ela sincera me deixando sem chão. — Mas posso te dizer que dois dias atrás ela me ligou para contar que estava bem e que precisava somente de um tempo. Eu tentei falar a verdade, mas aquela teimosa não deixou. Afirmou que para ela você estava morto.

Se Mari tivesse me dado um soco doeria muito menos. Puxo uma respiração profunda quando sinto a imensa dor de ouvir essas palavras. Aquilo realmente me atingiu em cheio. Cada dia que se passava minha situação piorava. Minha Rose estava me odiando a ponto de afirmar que eu estava morto para ela.

— Mais que droga! — perdendo o controle pego o copo vazio e jogo com tudo contra a parede. 

Mari dar um pulo colocando sua mão de modo protetor na barriga ao se assustar enquanto Eros começa a latir.

Se controle, porra! Uma mulher grávida na sala.

— Me desculpe, Marina. — peço apoiando a cabeça em minhas mãos. Lágrimas enchem os meus olhos querendo serem derramadas. 

Sinto a vontade enorme de chorar. Algo que não faço desde que era uma criança.

— Que porra?!

Levanto minha cabeça para ver Nicole saindo do quarto com um taco de basebol. Eros desce do sofá e começa a rosnar para ela.

— Não é nada, Nic — disse Mari apanhando os cacos de vidro.

— Como não é nada? Olhe para essa bagunça. — Nic aponta para os cacos. — Você não deveria pegar nisso é perigoso.

— Podem deixar que eu limpo. — me levanto. Nic estava certa Mari podia se cortar.

— Não! — grita as duas ao mesmo tempo.

— Alex vai acabar se machucando. — disse Nic apanhado com cuidado os cacos grandes enquanto Mari foi pegar a vassoura e pá.

— Mas do que já estou impossível. — retruco sarcástico. 

Estava péssimo e quebrado. Um corte a mais não faria diferencia.

Eros pula de volta para o sofá e se deita colocado sua cabeça no meu colo. Enquanto me acalmo as duas mulheres entram numa conversa sobre o quanto homens são imbecis. 

Fico calado em minha total miséria. Eros choraminga e levantando a cabeça me olha como se tivesse perguntando onde está sua dona.

— Também sente falta dela, amigão. — acaricio seu pelo macio. — É o que gostaria de saber onde diabos se meteu?

— Em vez de ficar conversando com o cachorro ou fazendo essa merda toda que sabemos que não vai resolver porra nenhuma você deveria pensar num possível lugar para onde Rose fugiria caso estivesse puta da vida e quisesse ficar sozinha. Um lugar que a deixe calma e que ame. — sugere Nic.

— Sabe, Nic pode está certa. — concorda Mari. — Quando eu estava querendo um tempo fui direto para a vovó. Sempre amei aquela casa desde que era criança. Dereck e Rose nem tanto já que curtiam ficarem em ambientes badalados.

Foco nas palavras de Mari que acabam me trazendo lembranças de um lugar especial que Rose ama.

— Porra! Como não pensei nisso antes. — me levantando rápido do sofá pego a chave do carro. Paro quando olho para Eros comportado sentado no sofá me observando. — Vamos lá, garoto. — o chamo fazendo com que pule animado parecendo saber para onde estávamos indo.

— Onde pensa que vai, mocinho? — quis saber Mari parecendo uma mãe coruja.

— Vou buscar a mulher que amo. — sorrindo eu disse abrindo a porta.

Eu sabia onde Rosely estava escondida.

Apenas Uma ChanceWhere stories live. Discover now