Capítulo 41

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Com o peito subindo e descendo em um descompasso absoluto da sua respiração, Justine viu as celas com as meninas seminuas dentro.  Cada cela tinha duas  meninas, um total de seis prisões mais ou menos e elas vestiam uma calcinha branca, camisa branca e uma coleira de veludo preto com um número.

Ao ver que era uma mulher que estava ali, as meninas correram para perto das grades e Juju fez sinal para que elas ficassem em silêncio. Algumas delas estavam bastante magras. Outras com marcas de  violência no corpo. Caminhando lentamente Justine tirou o celular da bolsa e fotografou as meninas que estavam um pouco receosas.

Uma delas, com voz rouca e baixa perguntou.

-Trouxe comida?

-O quê?

-Comida. Estamos famintas... Diga que Lincoln nos mandou comida.

Ao ouvir o nome do magnata Justine sentiu seu sangue ferver. Pensando rápido ela falou.

-Não. Eu estou aqui por outro motivo.

Desanimadas as meninas começaram devagar a voltar para o fundo das celas.Justine se aproximou.

-Não digam a Rouveron que me viram aqui.

Prendendo a atenção das meninas que aos poucos retornaram para perto, Justine continuou.

-Vou trazer ajuda pra libertar vocês, mas não digam a ele que eu estive aqui. Finjam que nunca me viram ou ele vai me impedir antes que eu consiga fazer qualquer coisa.

Desesperadas, as meninas concordaram e Justine achou que já era tempo de ir. Uma delas, segurou nas barras da cela.

-Sou Amanda Linderbeg. Da família Linderbeg, os donos da construtora... Por favor, diga aos meus pais que estou viva... Eu estou viva...

Todas elas começaram a jogar um monte de informações em cima de Justine que não conseguia assimilar tudo de uma única vez. Tentando ser rápida porque sabia que não tinha muito tempo, a SKULL tentou acalmar as meninas.

-Eu vou voltar... Acreditem em mim, eu vou voltar.

Dizendo isso ela caminhou para longe e os gritos de "espera", "não nos deixe aqui", "volte por favor" das meninas ecoaram pelo recinto. Justine correu para a escada e tropeçou no degrau devido à escuridão do local. Levantando-se rapidamente, Juju subiu escada acima como um tiro de bala e saiu pela treliça. Apertou o botão para fechar, colocou o celular na bolsa e saiu do banheiro.

No corredor ela se deparou com a governanta e um segurança. Seu coração parou, sua barriga gelou, mas estava pronta para fazer qualquer coisa que a possibilitasse sair dali com as informações que conseguiu.

-Onde você se meteu?

A voz firme e autoritária da governanta congelou o sangue de Justine nas veias, mas a moça foi esperta o suficiente para sorrir e disfarçar.

-Graças a Deus te encontrei. Deus do céu, que tamanho de casa é essa? Eu me perdi nos corredores e não encontrei a cozinha até agora. Acredita nisso?

Desconfiado o segurança se postou atrás dela e com voz mansa ele ordenou.

-O motorista está te esperando. Vou acompanhá-la até a saída. Siga em frente.

Desconcertada, Justine apenas concordou.

-Claro. O-O-Obrigada.


Dentro do carro, Justine estava arrasada, preocupada, amedrontada. O que viu era muito mais que incriminador, era cruel, desumano. Manter aquelas garotas encarceradas e Deus do céu... não queria nem pensar.

Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"Where stories live. Discover now