Com o peito subindo e descendo em um descompasso absoluto da sua respiração, Justine viu as celas com as meninas seminuas dentro. Cada cela tinha duas meninas, um total de seis prisões mais ou menos e elas vestiam uma calcinha branca, camisa branca e uma coleira de veludo preto com um número.Ao ver que era uma mulher que estava ali, as meninas correram para perto das grades e Juju fez sinal para que elas ficassem em silêncio. Algumas delas estavam bastante magras. Outras com marcas de violência no corpo. Caminhando lentamente Justine tirou o celular da bolsa e fotografou as meninas que estavam um pouco receosas.
Uma delas, com voz rouca e baixa perguntou.
-Trouxe comida?
-O quê?
-Comida. Estamos famintas... Diga que Lincoln nos mandou comida.
Ao ouvir o nome do magnata Justine sentiu seu sangue ferver. Pensando rápido ela falou.
-Não. Eu estou aqui por outro motivo.
Desanimadas as meninas começaram devagar a voltar para o fundo das celas.Justine se aproximou.
-Não digam a Rouveron que me viram aqui.
Prendendo a atenção das meninas que aos poucos retornaram para perto, Justine continuou.
-Vou trazer ajuda pra libertar vocês, mas não digam a ele que eu estive aqui. Finjam que nunca me viram ou ele vai me impedir antes que eu consiga fazer qualquer coisa.
Desesperadas, as meninas concordaram e Justine achou que já era tempo de ir. Uma delas, segurou nas barras da cela.
-Sou Amanda Linderbeg. Da família Linderbeg, os donos da construtora... Por favor, diga aos meus pais que estou viva... Eu estou viva...
Todas elas começaram a jogar um monte de informações em cima de Justine que não conseguia assimilar tudo de uma única vez. Tentando ser rápida porque sabia que não tinha muito tempo, a SKULL tentou acalmar as meninas.
-Eu vou voltar... Acreditem em mim, eu vou voltar.
Dizendo isso ela caminhou para longe e os gritos de "espera", "não nos deixe aqui", "volte por favor" das meninas ecoaram pelo recinto. Justine correu para a escada e tropeçou no degrau devido à escuridão do local. Levantando-se rapidamente, Juju subiu escada acima como um tiro de bala e saiu pela treliça. Apertou o botão para fechar, colocou o celular na bolsa e saiu do banheiro.
No corredor ela se deparou com a governanta e um segurança. Seu coração parou, sua barriga gelou, mas estava pronta para fazer qualquer coisa que a possibilitasse sair dali com as informações que conseguiu.
-Onde você se meteu?
A voz firme e autoritária da governanta congelou o sangue de Justine nas veias, mas a moça foi esperta o suficiente para sorrir e disfarçar.
-Graças a Deus te encontrei. Deus do céu, que tamanho de casa é essa? Eu me perdi nos corredores e não encontrei a cozinha até agora. Acredita nisso?
Desconfiado o segurança se postou atrás dela e com voz mansa ele ordenou.
-O motorista está te esperando. Vou acompanhá-la até a saída. Siga em frente.
Desconcertada, Justine apenas concordou.
-Claro. O-O-Obrigada.
Dentro do carro, Justine estava arrasada, preocupada, amedrontada. O que viu era muito mais que incriminador, era cruel, desumano. Manter aquelas garotas encarceradas e Deus do céu... não queria nem pensar.
YOU ARE READING
Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"
RomanceJason olhou para Justine com raiva contida. Menina dos infernos, dezesseis anos de pura audácia e irresponsabilidade. Se ela pensava que iria ficar com algum daqueles imbecis bem embaixo do nariz dele, estava muito enganada. Ele caminhou...