Capítulo 38

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Fritz foi seguindo a moto de Leona com alguma distância. O trânsito não ajudava e em certo momento ele se deu conta de que não sabia bem porquê estava fazendo aquilo. Ok, tinha sido um babaca e tudo o mais, mas de fato o que esperava fazer? Poderia se desculpar quando tivesse uma oportunidade e pronto.

Entretanto, nem que quisesse não poderia voltar agora. Ela pegou uma saída para um bairro classe média e seguiu adiante como quem sabe exatamente onde estava indo. Minutos depois ela estacionou a moto, prendeu o capacete e com as mãos no bolso da jaqueta começou a caminhar a passos largos.

O alemão continuou seguindo a moça com discrição e agora estava curioso. As ruas estavam vazias, então porque diabos ela tinha seguido à pé?

De repente, Leona diminuiu o ritmo e espera um pouco... ela estava meio que se escondendo atrás de uma árvore e tinha os olhos fixos em uma casa do outro lado da rua.

Para Fritz ficou claro que a mulher queria ver alguém, mas que não tinha liberdade, ou talvez, coragem para ir até lá. A SKULL estava tão focada na residência a sua frente que nem percebeu que o agente estacionou relativamente perto dela e ficou observando-a.

Uma criança veio correndo da parte de trás da casa brincando com uma bola de futebol e Leona se endireitou, o corpo tenso e ereto, inconscientemente sua mão esfregou o meio do seu peito como se a visão do garoto tivesse lhe causado dor.

Atento e muito concentrado na cena, Fritz se remexeu no carro incomodado com a expressão angustiada da moça. Antes que pudesse formular uma idéia sobre as possibilidades ali, o menino que tinha por volta dos seis anos, inesperadamente correu na direção dela ainda perseguindo o cachorro brincalhão, mas então ele a viu.

A respiração de Leona estava presa na garganta. Os olhos do menino se arregalaram por uns segundos e ele estava muito surpreso. E então algo muito inesperado aconteceu. Correndo até ela, o pequeno gritou eufórico.

-Mamãe, você voltou... você voltou.

O pequeno se jogou em cima dela que se abaixou para receber o abraço forte e mãe e filho choraram nos braços um do outro. Lentamente, Leona desenroscou o menino do seu pescoço e limpou as lágrimas dele com extremo carinho.

-Você cresceu tanto.

-Desculpa por isso. Não sou um maricas chorão...é que...é que..

-Eu sei meu amor... eu sei.

-Eu já sou um homem agora.

Rindo do jeito orgulhoso do seu filho falar, Leona concordou. Entusiasmado, o garoto a puxou pela mão.

-Vem mãe...Vamos entrar, eu vou falar com o meu pai e ele vai deixar você ficar com a gente...

Com o coração quebrado, Leona puxou o menino de volta e tomando cuidado com as palavras, ela tentou explicar.

-Leone, não acho que seja uma boa idéia.

-Mas mamãe...

-Escuta, eu sei que não nos vemos há muito tempo e eu estou morta de saudades de você, mas...

A voz de Domenico, o pai do pequeno Leone, congelou o sangue nas veias de Leona.

-Leo, o que você tá fazendo ai?

Quando o homem viu com quem o menino estava, saiu correndo em direção ao filho e num rompante de fúria chegou próximo à eles em segundos. O menino tentou falar mas o pai o interrompeu.

-Pai, minha mãe voltou, ela pode...

-Não acredito que ousou se aproximar do meu filho.

Puxando o menino  para trás de si, Domenico apontou o dedo ameaçador para Leona, que estava estática e pálida.

Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"Where stories live. Discover now