Capítulo 22

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Justine saiu do edifício onde funcionava o escritório de John Scott e se deparou com um motorista uniformizado que a esperava próximo de um Maybach Landaulet branco. Lionel Rouveron tinha enviado uma mensagem de texto curta e objetiva que dizia que seu motorista particular estaria esperando por ela por volta das seis e meia.

O homem se apresentou formalmente e abriu a porta do carro para ela. Uau, aquilo era realmente algo hollywoodiano. Se não fosse pelas circunstancias que envolvia a situação, ela estaria se sentindo uma princesa pérsia contemporânea. Aquilo era escandalosamente fora da sua realidade.

A menina se olhou em seu espelho de mão e tentou se acalmar. O broche que usava pouco abaixo do seu decote era uma mini-câmera com áudio que o pessoal do BSS arrumou para ela assim que a mensagem de Rouveron chegou no início da tarde.

Houve toda uma movimentação para que ela não saísse com o homem desprotegida. Como o aparelho estava ligado aos monitores do BSS, Boss solicitou que o bando dos SKULLS fosse até o complexo para fazer seu próprio acompanhamento. Daria tudo certo, era apenas um café com um magnata trilhardário de cinquenta anos que estava um pouco encantado com ela. Nada demais.


Os SKULLS chegaram no centro financeiro de John Scott depois do expediente quando os funcionários que não estavam envolvidos no esquema já tinham ido embora. Estacionaram suas Harleys Davidson nos fundos do prédio e entraram pelas portas de serviços.

Seria estranho que um bando de homens imensos, cheios de tatoos e roupas de motoqueiros fossem vistos entrando em um local requintado como aquele. Subiram pelos elevadores até o último andar onde o pessoal do BSS estavam instalados.

Pelas câmeras Sam e os outros observavam enquanto Moicano e seus garotos  caminhavam pelos corredores em uma formação triangular onde Moicano vinha na frente com uma mala de mão bastante grande, o brasileiro que atendia por Carioca vinha do lado direito segurando uma mochila, o loiro de cabelo espetado chamado Polar vinha do esquerdo e o moreno-jambo que mais parecia a muralha da China fazia a cobertura atrás deles.

-São bem treinados. Mesmo aqui onde sabem que não há risco algum estão em posição de alerta, com as armas ao alcance e os olhos atentos.

Leona encontrou com eles no meio do caminho e os guiou até a sala. Não houve sequer um cumprimento dela para eles ou vice-versa. Fritz já tinha reparado que a moça não tinha um bom relacionamento com sua própria equipe.

A porta se abriu e eles entraram. Houve cumprimentos de cabeça e então Jason se adiantou.

-O broche dela está ligado aos monitores.

-Vou precisar conectar minha aparelhagem.

Sam fez um gesto que dizia para ele ir em frente. Moicano colocou suas coisas em cima do sofá e abriu. Era possível ver ali todo e qualquer tipo de aparelho tecnológico de alta potencia e resolução. Em minutos o SKULL foi ligando, ajustando e colocando seus brinquedos para funcionar. Carioca colocou um microfone headset e se instalou na frente de uma das câmeras. A imagem de Justine apareceu no monitor. Ela estava no banheiro de frente com o espelho.

-Hei Rox. Pode me ouvir?

-Hei garoto. Sim, estou te ouvindo.

-Passa a localização de onde você está.

-Estou no Boston Luxury Café.

Moicano girava de um monitor para o outro aprumando imagens lado a lado enquanto Sam observava a rapidez com que o rapaz dominava todos os mecanismos ao mesmo tempo. Os agentes viram quando ele invadiu o sistema de segurança da prefeitura em cinco minutos e captou toda a área onde Justine estava, passando a comandar as dezenas de câmeras abrindo as imagens para seu uso pessoal.  Era incrível e mesmo Sam sendo o melhor agente de tecnologia de quem já tinha se ouvido falar, estava muito impressionado com a habilidade do Moicano.

Os agentes do BSS - Livro V "A Armadilha"Where stories live. Discover now