Epílogo

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Denise vinha chegando das comprar e encontrou Greg e Theo prontos para sair, o marido dando o último retoque no penteado. Theo, sentado na cama dos pais, aguardava pacientemente até que ele terminasse.

— Vão a algum lugar? — perguntou ela, curiosa.

— Vamos nos despedir de Zayn — respondeu Theo. — É hoje que ele vai para a Europa.

 — Ah... Digam-lhe que mandei lembranças.

Não conseguia dizer mais. Desde que Theo acusoi Niall, não se atreveu a encontrar-se com Zayn.

Ia ser extremamente penoso se ele continuasse vivendo em sua casa. Não lhe guardava rancor, porém. Sabia que o que Niall fez foi muito sério, não apenas para Zayn mas, principalmente, para o filho.

Niall saiu de casa, e ela raramente o via. Estava magoada e ferida, traída em sua confiança. Confiara cegamente no irmão, e ele lhe aprontou aquela perfídia. Mais tarde, soube por intermédio de amigas que ele conseguiu reerguer sua firma de arquitetura graças a dinheiro emprestado ao banco utilizando-se do nome e do prestígio de Greg.

Disseram que ele estava mais interessado no trabalho, mais responsável e menos irrequieto. Conheceu até uma moça direita, com quem andava saindo e falava até em namoro sério.

Mesmo com Niall longe, Denise não conseguia encarar Zayn. Sentia-se envergonhada pelo que dissera e não se atrevia a pedir-lhe desculpas. Foi preconceituosa e mesquinha, mas o orgulho ainda era um entrave para ela. Por mais que tentasse, não tinha forças para olhá-lo de frente. Por isso, preferia não se encontrar pessoalmente com ele.

As poucas vezes em que ele foi à sua casa, visitar o marido e o filho, levando aquele amigo, ela deu uma desculpa e saiu, permanecendo na rua até que eles se fossem. Tinha vergonha de si mesma.

Theo, por sua vez, deu-se muito bem com Liam. Uma simpatia mútua e genuína logo fluiu entre eles, e os dois conversaram como se já fossem velhos conhecidos.

Só que, agora, Zayn ia partir. Greg e Theo iam ao aeroporto despedir-se, mas Denise, não. Quando os dois estavam prontos, ela lhes deu um beijo e pediu novamente que transmitissem a Zayn seus votos de uma boa viagem. Ainda era cedo, mas eles não queriam atrasar-se e perder a oportunidade de abraçar o amigo pela última vez.

Entrementes, Trisha também se preparava para sair. Já havia terminado de se aprontar e verificava as coisas na cozinha.

— Aonde você vai toda arrumada desse jeito? — quis saber Yasser, fitando-a com ar desconfiado.

— Vou me despedir de meu filho no aeroporto.

— É hoje que ele vai embora?

— É, sim, e fiquei de ir ao embarque. Mas não se preocupe. Deixei o jantar pronto nas panelas. É só esquentar.

— A que horas parte o vôo?

— Às onze da noite.

— Tão tarde!

— Vôo internacional é assim mesmo. Os horários são todos trocados. Deve ser por causa do fuso.

— Por que você vai agora, então?

— Já são oito horas. Não quero chegar lá e descobrir que ele já entrou na sala de embarque.

Voltou para o quarto e apanhou a bolsa. Conferiu o dinheiro e deu um beijo de leve no rosto do marido.

— Até mais tarde. Não se preocupe comigo.

— Vai voltar sozinha?

— O que posso fazer? Tomo um táxi no aeroporto mesmo. Dizem que os táxis de lá são seguros. Bom, agora chega de conversa. Não quero me atrasar.

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