Capítulo 27

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Liam retirou o fone do gancho e parou com o dedo sobre o disco do telefone, ainda em dúvida sobre se devia ou não tentar encontrar Zayn.

Os tios disseram-lhe que nunca mais ouviram falar dele, e Liam, embora não acreditasse muito, não quis insistir. Por fim, tomou coragem e discou o número da casa do rapaz.

Esperou alguns segundos, até que uma voz de mulher veio atender:

-Alô?

Assustado, Liam não respondeu, e Trisha continuou:

— Alô? Quem está falando?

 Liam desligou o telefone em silêncio. Por que não tivera coragem de falar? Do que tinha medo? Afinal, não fizera nada de errado. Se antes Zayn era uma criança, agora já era um homem, e os pais não deveriam mais interferir em sua vida.

Decidido, apanhou o telefone novamente e ouviu, pouco depois, a voz de Trisha do outro lado da linha:

— Alô? Quem fala?

— Sou eu, Dona Trisha — respondeu com hesitação. — Liam...

Por alguns instantes, Trisha pensou que houvesse entendido errado e retrucou perplexa:

— Quem!?

— Liam... amigo de Zayn... não se lembra de mim?
Lembrava-se muito bem, embora preferisse não se lembrar.

— O que você quer? — tornou ela, em tom agressivo.

— Desculpe-me incomodá-la, mas seria possível me dar notícias de Zayn?

— Por quê? O que quer com ele?

— É que cheguei agora da Europa. Gostaria de revê-lo. Pode me dar seu telefone?

— Zayn não tem telefone.

— E o endereço? Pode me dar?

— Não sei onde ele mora — mentiu. — E, por favor, não nos telefone mais. Yasser não gostaria de saber que você ligou.

— Sinto muito... eu... não queria causar nenhum transtorno...

— Pois, então, faça como lhe digo: não telefone mais para minha casa. Não sei de Zayn e, ainda que soubesse, não lhe diria. O que você fez a ele foi imperdoável.

Do outro lado da linha, Liam sentiu o rosto arder e quase desligou o telefone.

Seria possível que, depois de tanto tempo, eles ainda sentissem raiva dele? E Zayn? Será que ainda não o haviam aceitado do jeito como era? Pelo visto, ele e os pais ainda continuavam sem se falar.

Contendo o desejo de desligar para fugir àquela acusação injusta, Liam insistiu:

— Está bem, não ligarei mais. Mas a senhora podia anotar o telefone de onde estou?

— Para quê?

— Quem sabe, a senhora não se encontre com Zayn por acaso e possa lhe dar meu número?

— Isso não vai ser possível.

— Ainda assim, não poderia anotar? Vamos, Dona Trisha, não custa nada.

— Está bem — concordou, a contragosto. — Pode falar.

Apanhou a caneta na gaveta da mesinha de telefone e abriu o caderninho.

Anotava ou não anotava? Pensou em não anotar. Não queria que Zayn soubesse que Liam estava de volta.

Mas, estranho... Por que o filho fora perguntar pelo rapaz justamente no momento em que ele voltava aos Estados Unidos? Teria tido alguma premonição? Pensando nisso, rapidamente mudou de idéia e tomou nota do número.

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