Capítulo 13: Conto de Dois Irmãos

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Alvo e Yanka sentaram juntos à mesa da Slytherin. Eles conversavam sobre um livro que ambos leram no passado. Alvo fizera amigos na casa, então praticamente não conversava mais com Rose ou Rick, muito menos Scorpius. Ele nunca tinha imaginado que seria feliz naquela casa tão odiada por todos os outros alunos de Hogwarts.

Quando as corujas invadiram o salão como de costume, a atenção de todos se voltara para Edwiges II, que carregava habilidosamente um pacote imenso. Ela era muito forte para uma coruja. Jogou o pacote diante do dono, que abriu primeiro a carta de seu pai:

Querido Alvo,

Meus parabéns por sua entrada na Slytherin! Sei que conversamos sobre isso antes de sua partida, e quero que saiba que estou extremamente orgulhoso! Eles ganharam um bruxo extraordinário. Ainda mais por ter conseguido entrar no time de Quadribol.

Tem certeza que quer minha velha Firebolt? Essas vassouras modernas adaptadas com Tecnomagia são muito boas. De qualquer forma estou enviando-a.

Boa sorte no time! Pegue muitos pomos de ouro!

Com amor,

Harry Potter

P.S.: Não abra o pacote à mesa!

- O que acha que é? - Yanka perguntou, curiosa.

- Eu não acho... Eu sei! É uma vassoura. A Firebolt do meu pai.

- Mentira! - Ela quase gritou. - Eu preciso ver! Harry usou essa vassoura milhares de vezes!

- Como sabe tanto sobre meu pai? - Alvo nunca havia se perguntado isso antes. - Tudo que eu digo em relação a ele você já sabe.

- Ah... - Ela, pela primeira vez desde que se conheceram, gaguejou. - Bem... É difícil de explicar...

- Tudo bem! Vamos! Meu pai disse para eu não abrir o pacote aqui!

Eles correram em direção as masmorras da Slytherin, queriam abrir o pacote antes da aula. No meio do caminho, o olhar de Alvo cruzou com o de Nina. Nina Evans Jackson Webb, o menino pensou, eu sei que está faltando dois nomes dela, mas não consigo me lembrar. Entretanto, assim que saíram do salão comunal, viram Tiago sentado próximo ao portal que levava as escadas.

- O pai mandou a Firebolt para você. - Ele disse num tom que mesclava raiva, inveja e tristeza. - Eu não posso acreditar. - Alvo nunca o tinha visto falar assim.

- Tiago... Eu não... Me desculpe.

- Não se preocupe, Alvo. - Dessa vez era pura raiva. - Você pode ter quantas Firebolts quiser, eu ainda vou ser melhor que você. Ainda vou ganhar o campeonato de Quadribol para Gryffindor. - Tiago foi batendo o pé até o salão comunal. Alvo nunca tinha visto o irmão, sempre brincalhão, com tanta raiva. Sem dúvida a rivalidade dos dois estava muito mais acentuada agora, já que o pai deles aparentemente havia escolhido um lado.

- Eu, hein. - Yanka estranhou.

- Ele está chateado por que nosso pai mandou a Firebolt para mim.

- Isso eu percebi, eu só não entendi. Ele tinha pedido ela pro seu pai antes?

- Não que eu saiba. - Alvo sentiu sua consciência um pouco mais leve.

- Tenho certeza de que se ele tivesse pedido, seu pai sem dúvida teria mandado para ele. Você não tem culpa de ter pedido primeiro.

Deixando o conflito com Tiago de lado, os dois finalmente chegaram à masmorra, onde antes mesmo deles sentarem, Alvo foi abrindo o pacote. A vassoura estava um tanto surrada, algumas fibras estavam faltando, mas de resto parecia boa o bastante para voar e jogar Quadribol. Pela primeira vez na vida, Alvo teve vontade de voar; queria pegar aquela vassoura atravessar aquele campo o mais rápido que a vassoura podia. Ele pôde entender o que o pai sempre tentou lhe ensinar.

Auror Potter e o Mestre dos DisfarcesWhere stories live. Discover now