Capítulo 11: O Pomo de Ouro

604 36 13
                                    

Yanka sem dúvida era a melhor adição ao time. Alvo estava certo disso. Ela era simpática, parecia saber guardar segredo e sem dúvida toparia a missão. Achou-a no salão comunal sentada sozinha em um canto. Ela lia um livro que não parecia ser de matéria, e sim, ficção. Alvo reparou então na capa do livro e reconheceu-a de imediato. Era o mesmo livro que ele está lendo, A Maldição de Romeu e Julieta, de um autor trouxa brasileiro que agora lhe fugira o nome.

- Esse livro é muito bom. - Quebrou o silêncio assim que se aproximou. - Também estou lendo.

Ela não respondeu, provavelmente estava irritada devido à grosseria dele mais cedo.

- Olha, me desculpe pelo jeito que falei com você agora a pouco. É que muitas coisas aconteceram e eu não estava com muita cabeça para conversar sobre outras coisas. - Alvo parou por um momento enquanto ela fitava-o com desdém; ele, então, decidiu contar o que acontecera com ele e com seu pai; depois disso, ela pareceu muito mais receptiva. - Então... Estou lendo esse livro também.

- Está em qual parte?

- Estou na metade. Acabei hoje a primeira parte.

- Não conta! - Ela disse com um sorriso; por alguma razão, Alvo se sentiu extremamente aliviado por recuperar a amizade da menina. - Eu ainda estou no começo.

- Então... O que você acha de roubar o celular do meu irmão de um professor?

Yanka abriu o maior sorriso do mundo. Alvo teve certeza de que nunca tinha visto ninguém abrir um sorriso tão grande com a ideia de fazer algo errado. Talvez, pensou, eu goste dela.

- Tô dentro.

- Vem comigo. - Ele saiu do salão e ela o seguiu.

Voltaram ao pátio onde encontraram os três, Rose, Rick e Scorpius. Assim que chegaram, Rose passou a explicar o plano. Eles precisariam que a escola estivesse com poucos professores, o que aconteceria apenas no começo do inverno, quando levariam os alunos mais velhos a Hogsmeade. Ou seja, tinham tempo para se prepararem.

Em uma manhã fria de outono, Alvo levantou mais cedo que o de costume, assim poderia tomar banho mais sossegadamente do que tomaria quando todos levantavam. Voltou ao quarto e tentou pentear o cabelo, em vão. Seu cabelo era desgrenhado e rebelde, não obedecia aos comandos do pente - outra herança de seu pai. Vestiu o uniforme de sua casa. O verde e prata combinavam com seus olhos. Pegou a Nimbus 2001 lembrando-se de mandar uma coruja para o pai pedindo uma vassoura nova. Respirou fundo, para acalmar os nervos, e saiu em direção ao campo.

Derrick Fafnir, o rapaz do quinto ano que convidara Alvo para o time, estava no campo com um ou dois veteranos, que tinham tamanho para ser do último ano. Um deles era alto, magrelo e de pele morena que deveria ser o goleiro; o outro era um pouco menor, porém mais forte, como Derrick. Esses dois últimos tinham tacos nas mãos, eram batedores. Havia vários outros alunos ali, todos usando equipamentos de Quadribol. Eram candidatos ao time.

- Bom dia, senhores. Meu nome, para quem não me conhece, é Derrick Fafnir, mas podem me chamar de capitão. Esse é Domenic Zsafir. - Apontou para o mais forte. - Ele e eu somos os batedores. E esse é Sayid Jarrah, apesar do nome e da aparência, ele é inglês, mas os pais são árabes mesmo. Ele é nosso goleiro. Todos nós estamos no quinto ano. Os outros membros do nosso time se formaram ano passado, então precisamos dos três artilheiros e do apanhador. Vamos começar com o apanhador. Quem aqui veio fazer o teste para essa vaga?

Alvo levantou a mão timidamente; não gostava de chamar atenção. Porém, uma menina que até agora ele não tinha notado, levantou a mão do meio dos calouros determinadamente. De onde estava, Alvo só conseguia ver sua mão. Yanka saiu do meio das pessoas, e posicionou-se de frente ao grupo. Além dos dois, mais dois meninos haviam se candidatado.

Auror Potter e o Mestre dos DisfarcesWhere stories live. Discover now