Capítulo 09: O Espelho de Ojesed

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Ted bufou, bateu o pé, mas por fim aceitou a proposta do padrinho. Sentou-se na cadeira de frente a ele e encarou seus olhos verdes. Como Harry ousou ter feito isso com ele? Comprar o espelho mesmo sabendo que o rapaz o queria; que juntou cada galeão que conseguiu para isso. Ted nunca sentiu tanta raiva de alguém.

- Ted, - Harry começou -, muitos anos atrás eu encontrei o Espelho de Ojesed e, assim como você, vi meus pais nele. Afinal, esse era... Acho que ainda é, o maior desejo do meu coração. Talvez até do coração de todo órfão. Passei muito tempo olhando-o; vendo meus pais nele.

O rapaz viu nos olhos de Harry a mesma dor que Ted tinha em seus olhos. Não... Era uma dor ainda pior. Era dor de alguém que cresceu sem conhecer o amor não apenas de seus pais, mas de todos os outros. Alguém que fora desprezado, ou até mesmo odiado, por aqueles que cuidavam dele. Os tios dele, os Dursley, nunca lhe deram amor algum. Contudo, Ted, crescera com sua avó, que sempre o amou e cuidou dele; ele cresceu com Harry, que também sempre o amou como um filho. Sem dúvida a infância do padrinho fora muito mais sofrida e solitária que a sua. Sem contar toda a responsabilidade que tivera em relação ao fato de ser aquele escolhido para derrotar Voldemort. A raiva de Ted sumiu por completo; seu cabelo voltou ao tom castanho-claro convencional.

- O Espelho de Osejed é um objeto poderoso e repleto de magia das trevas. Um velho muito sábio me disse algo sobre ele.

- Dumbledore? - Ted arriscou.

- Ele mesmo. Eu ainda sou capaz de me lembrar de suas palavras: "Esse espelho nos mostra nada mais nem menos do que o desejo mais intimo, mais desesperado de nossos corações. Você, que nunca conheceu sua família, a vê de pé a sua volta. Porém, o espelho não nos dá nenhum conhecimento nem a verdade. Já houve homens que definharam diante dele, fascinados pelo que viam, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer possível. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver". - Por quanto tempo essas palavras ecoaram em seu coração, padrinho?, Ted se pegou pensando. - Teddy, me prometa que nunca mais irá procurar esse espelho. Essa busca não fará bem nenhum a você!

- Desculpe-me padrinho, mas eu preciso fazer isso.

Harry levantou, foi até uma prateleira na direita e puxou um livro. A estante do meio veio para frente e deslizou para o lado, revelando uma porta imensa de aço. Um cofre feito pelos mesmos duendes que fabricaram os cofres de Gringotes guardava os tesouros mais preciosos de Harry. Sacou sua varinha de azevinho, num movimento vertical, ele abriu o cofre.

Dentro encontravam-se dezenas de varinhas, incluindo aquela que é gêmea a sua e foi empunhada pelo bruxo das trevas. Uma das regras do manual para Aurores era: seja sempre o mestre de mais de uma varinha. Ele era mestre de várias. Cada inimigo que ele derrotava perdia a posse de sua varinha para ele, com isso ele construíra um arsenal incrível. Ali também havia um pequeno projeto mecânico. Uma técnomagia simplória.

Seus dois filhos, Tiago e Alvo, eram fãs de um jogo de vídeo game trouxa chamado Assassin's Creed. A arma principal das personagens principais era uma adaga que ficava escondida sob a manga da roupa dele; a Hidden Blade. Tiago, então, desenhou um projeto que surpreendeu a toda sua família. A ideia era a mesma da Hidden Blade, contudo, no lugar da lâmina, colocariam as varinhas. Isso facilitaria muito o sacar da varinha num duelo ou até mesmo carregá-la. No entanto, o Ministério não aprovou o projeto por ser "de uma criança". Assim, apenas dois protótipos estavam em uso - por Harry - que ele e seu filho construíram.

Harry pegou os dois protótipos e amarrou-os aos pulsos. Enquanto ajeitava as amarras, ele falou:

- Por que quer tanto assim esse espelho?

Auror Potter e o Mestre dos DisfarcesWhere stories live. Discover now