Royal Or Rebel III

Bônus Austin

Austin

A única vez que fui bondoso na vida acabei espancando por um bando de pobres, nojentos, com mãos sujas de carvão, sendo esmurrado várias e várias vezes. Sentindo o gosto de metal do seu próprio sangue te sufocando, o ar ficando cada vez mais e mais difícil de ser puxado. É uma morte que ninguém merece. Ninguém. Sentir toda sua força sendo deixada de seu corpo aos poucos. E eu apanhei pra salvar Camila. Essa é a única parte que não me arrependo. Por pior que eu seja, precisava admitir. Camila possuía um bom coração, um coração enorme capaz de perdoar qualquer pessoa. Ela comete o erro de acreditar nas pessoas. Achar que as pessoas tem um bom coração, pensar que qualquer pessoa possuí salvação. Ela precisava aprender que as coisas não são assim. Realmente não são assim. Eu não mereço salvação, caso algum dia eu aparecesse lhe pedindo ajuda eu sei que Camila me ajudaria. 

Esse foi um dos motivos que fez com que eu me casasse com a minha doce Rebecca. Era uma mulher maravilhosa. Que mesmo depois de anos de abusos continuava ao meu lado. Sendo a boa esposa submissa que eu sempre sonhei. Keana era uma boa amante. Por mais maluca das ideias que parecesse ela fazia o perfil de qualquer pessoa que gostasse de mulher... 

Por isso gastei quase todo nosso saldo de emergência para arrumá-la para esse baile de hoje. Sem sombra de dúvidas Lauren iria se derreter por Keana, afinal, quem não se derreteria por ela? 

- Amor, vai querer comer algo antes de sair? - Rebecca perguntou se aproximando de mim delicadamente. 

- Nada querida... Vá se arrumar, você também vai ao baile de hoje. 

- Eu posso ir? - Rebecca perguntou animada. - Obrigada amor! 

Observei a pequena latina se afastar correndo para que pudesse ir se arrumar. Fui até o quarto de Keana e céus, com aquela mulher era sedutora. Parecia uma pistoleira barata incrivelmente bonita. E a vantagem de ter ela ao meu lado? 

Ela era capaz de tudo por dinheiro. 

O bom é que eu e minha priminha tínhamos um gosto parecido para mulheres, principalmente se fossem vadias sedutoras. Keana era a melhor vadia sedutora que um homem poderia querer ao seu lado, principalmente um homem como eu. O vestido preto de Keana possuía uma fenda que mostrava sua perna até em cima, aquela pele incrivelmente atraente, assim como o restante de seu corpo. Me aproximei por trás de Keana e beijei o lado de seu pescoço que estava descoberto já que seu penteado era jogado para o lado esquerdo. 

- Austin... Assim irei me atrasar. - Keana falou se virando em minha direção. 

O doce aroma de seu perfume me lembrava o de Camila, algo com uma doçura única mas que não era enjoado. Se assemelhava a baunilha e menta. 

- Vá, antes que você me enlouqueça. 

Keana se afastou sorrindo daquela forma doce e delicada que eu tanto amava, em poucas horas eu iria estar naquele palácio novamente. Poderia ver o quanto amava aquele lugar, ficar no meio de todo aquele luxo e riqueza exagerada, olhei para meu reflexo no espelho e concluí que apesar de todas as cicatrizes eu me mantinha sendo o mesmo Austin de sempre. Um dos homens mais lindos desse reino. Rebecca ao terminar de se arrumar apareceu trajando um vestido rosa claro, discreto como ela deveria estar. Fomos em um dos carros que Ariana havia alugado para nós. 

- Ansioso amor? - Rebecca perguntou beijando meu rosto. 

- Muito ansioso meu amor, acho que tem mais de dez anos que não vou a nenhum baile assim. 

Paramos na frente do palácio e ajudei Rebecca a por sua máscara. Estávamos devidamente arrumados e prontos para enfrentar um baile. Pedimos para não sermos anunciados, olhei todo o salão de baile, estava muito mais luxuoso do que no período de meu reinado. Lauren e Camila deveriam estar gastando todo o dinheiro do povo em uma demonstração egocêntrica de poder para o povo. Ridículas.

A primeira coisa que notei, foi em Lisa sentada em um divã com George acariciando sua barriga. Os dois se olhavam de forma terna, sorrindo um para o outro, o rapaz parecia tão feliz acariciando a barriga de Lisa que céus. Aquela meiguice amor, frescurite me causava enjôos. Encontrei Camila tão linda quanto a anos atrás brincando com duas crianças, espera, aquelas duas crianças que pareciam ter cinco anos eram seus filhos? Evidentemente eram, cada um segurava a mãe de um lado, os três dançavam e naquele momento senti uma coisa rara. Talvez arrependimento de algum dia ter machucado uma mulher tão linda e delicada quanto Camila.

Mas tudo isso passou quando olhei para a pista de dança e encontrei Ariana.

A minha Ariana. Ela estava bem ali, dançando com Dinah seu corpo estava em um vestido justo vermelho assim como seu salto. Seu cabelo solto deixava seu rosto ainda mais lindo. Observei seu olhar vir em minha direção, seu sorriso aumentou um pouco mais, como sempre acontecia ao me ver. Sorri ao olhá-la e acenei com a cabeça de forma discreta.

- Que porra você pensa que está fazendo aqui?

Saí de meus pensamentos ao ouvir a voz de Normani. A mulher me encarava com os olhosem chamas, que nem sua máscara em tons dourados conseguia chamar tanta atenção quanto seu olhar.

- E ainda trouxe sua outra vagabunda. - Normani falou olhando para Rebecca. - Querida, vá pegar um champanhe para nós sim?

Rebecca me olhou como se quisesse minha autorização para se afastar, balancei a cabeça concordando e Normani logo gesticulou para que eu a seguisse. Segui Normani até uma parte menos agitada do baile. Seus olhos castanhos me olhavam com certa destreza, era como se ela estivesse reunido coragem durante anos e anos para me enfrentar. 

- Me diga logo o que você quer, não tenho o dia todo. - falei impaciente. 

- Você vai ter o tempo que eu quiser que você tenha, querido. 

Revirei os olhos e a observei se aproximar de mim em passos cuidadosos, mas vi que Normani não queria uma conversa calma assim que seus dedos acertaram meu rosto com toda sua força. Assim que olhei para seu rosto ela exibia um sorriso sádico. 

- Encoste em Ariana ou em Dinah, melhor, encoste em qualquer pessoa que eu amo que a surra que vou te dar vai ser muito pior do que ser espancado por um bando de revolucionários. 

- Você?! - gargalhei. - Me espancar, espera Normani... Essa piada foi realmente cômica! 

- Não duvide do que posso fazer com o seu rostinho, não sou mulher que está disposta a brincadeiras. 

Recebi mais um tapa no rosto seguido por um murro na boca do estômago, assim que me encolhi Normani me empurrou no chão imobilizando meus braços, meu rosto estava sendo pressionado contra o chão e ela estava inclinada, ao conseguir olhar para seu rosto vi que ela sorria. 

- Encosta na minha Ariana que isso vai ser uma massagem perto do que vai te acontecer.