Capítulo Um

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            — Isso é ultrajante! — Falou meu pai, James Adams, enquanto corrigi seus papeis corriqueiros ao pé de nossa lareira surrada

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— Isso é ultrajante! — Falou meu pai, James Adams, enquanto corrigi seus papeis corriqueiros ao pé de nossa lareira surrada.

— O que aconteceu papai? — Meu irmão Charlie perguntou, quase não desgrudando seus olhos azuis do livro, afastou os cabelos negros com uma jogada e continuou: — Não me diga que é mais uma vez alguém querendo tomar-lhe nossa casa?

Charlie tem 15 anos, mas se porta como alguém que tenha 35. Cabelo escuro e olhos azuis, o sonho de qualquer garota. Embora ele pareça não reparar na possibilidade e dedica seu tempo apenas aos livros.

— Já não falei para não se meter nesses assuntos Charlie, volte para sua leitura. Meninas, vocês já deveriam estar na cama. Já passa das onze. — Disse, organizando os papeis, para, enfim, seguir para seu quarto.

— Iremos para o quarto assim que Luna terminar a trança no meu cabelo. — Elizabeth explicou piscando os olhos castanhos, o cabelo vermelho entre os dedos de Luna.

— E a senhorita, o que ainda faz acordada? — Papai perguntou, olhando para mim. — Isso não é hora de uma garotinha de 12 anos está de pé. — Encerrou, passando a mão em meus cabelos ruivos. Sempre dizem que ter cabelos ruivos é sinal de raridade, mas parece muito comum em nossa casa já que minha mãe, Lize, Luna e eu, fomos agraciadas com essa raridade.

— Não acho justo que meus irmãos, apenas por serem mais velhos, possam ficar acordados até mais tarde que eu. Amanhã não temos aula. — Replico.

Papai iria começar a falar quando alguém bate na porta.

— Pelo jeito alguém também concorda com o seu ponto de vista, Lia, quem será que bate a essa hora da noite, e com essa chuva? — Perguntou sem esperar resposta, indo em direção à porta. Papai passa um tempo olhando soltar uma palavra sequer, e então se abaixa, levanta, fecha a porta e volta para a sala, sendo recebido por quatro olhares curiosos.

— Quem era? — Luna perguntou. Agora Lize que está traçando seus cabelos.

— Ninguém, apenas essa carta foi deixada sobre o tapete. — falou balançando a carta úmida. Ele abriu e começou a lê-la para si mesmo. Quando terminou a sua leitura silenciosa, papai abriu um grande sorriso, sorriso que não vejo desde antes da morte de nossa mãe, Kelly Adams. — Estamos salvos! — Mas seu sorriso se desfaz e começa a pedir perdão: — Por Deus, o que estou dizendo, não foi o que quis dizer, perdoe-me. Minha nossa! — Ele pede perdão silenciosamente e então Charlie o interrompe.

— O que está falando? O que está escrito nessa carta? — Charlie tirou a carta das mãos do nosso pai e sentou na poltrona para lê-la. Papai parece tentar se recuperar do que falou.

Querida Kelly,

Sinto ter que falar de um assunto tão mórbido, ainda por cima através de uma simplória carta, mas tem que saber que estou à beira da morte.

A princesa das borboletasWhere stories live. Discover now