Sinto falta deles

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Isadora foi proibida de ir no velório, assim que ela chegou no cemitério, a barraram nos portões e para não arrumaram nenhuma briga, ela decidiu se afastar.

— Essa família é maquiavélica.— Jessica diz observando de longe com Isadora.

— Sim, por isso que quando conheci o senhor Osvaldo vi nele alguém tão triste.

— Eu lembro, pouco a pouco ele foi mudando.— Jessica olha para a amiga e suspira tristemente.— E você, como está? Conseguiu dormir um pouquinho?

— Nem tentei dormir, essa angústia aqui dentro está me matando. Não consigo me conformar que ele não vai estar mais aqui. Sabe, foi ele me ensinou tudo que eu sei sobre direito. Aprendi a me impor e dar minha opinião, pois tinha muito medo de expressar o que sentia.

— Não consigo imaginar o que está sentindo. Eu, que raramente tinha contato direto com ele, estou sofrendo. Imagine você. — Jessica encostou a cabeça no ombro de Isadora e sussurrou: — Lembra quando ele dizia ter aprendido a sorrir com você?

— Sim, fazia apenas quatro meses que estava trabalhando para ele. O senhor Osvaldo é um homem admirável. Digo que aprendi a viver novamente por causa dele. Com a prisão do meu pai, precisar me afastar de Henry e dos meus amigos dos Estados Unidos, senti-me desesperada e desamparada. E conhecer e aprender com ele coisas que jamais imaginei, vivenciar tudo de perto me fez amá-lo como alguém da minha família. Só após sua morte percebi o quão importante ele era para mim.

— Você fez o que pôde, amiga. Todas as vezes que ele passou mal, você esquecia até de comer para ficar com ele. Amiga, vai se despedir dele?

— Vou esperar todos sairem para poder me aproximar.

Assim Isadora ficou sentada no carro da amiga observando de longe o fingimento de Jorge. Quando todos saem, ela pega a rosa branca que trouxe e caminha em direção ao seu túmulo.

— Ai senhor, é tão estranho conversar com você e não poder ouvir sua voz. Não sei qual será o meu futuro na empresa, talvez já nem tenha mais um emprego, mas saiba que sou muito grata por tudo que fez por mim e pelo Gabriel, se não fosse sua ajuda não conseguiríamos nem mesmo um trabalho. Descanse em faz meu adorável velhinho.

Isadora se ajoelha e faz uma breve oração. Ao chegar na casa ele limpa todos os cômodos, faz comida, da banho no seu cachorro e sobe para  tomar um banho. Não querendo ficar em casa ela decide ir para a faculdade, falta apenas um ano para ela se formar, e ela faz o máximo para que consiga enfim se formar.

Quando ela está se arrumando Gabriel bate na porta e ela pede para ele entrar.

— Com ver como está.— Gabriel diz dando um beijo no topo da sua cabeça.

— Estou bem, pensar nele doi, principalmente por não saber o que aconteceu. Fui expulsa do hospital e até agora não foi divulgada a causa da morte dele.

— No velório não falava de outra coisa, muitas teorias, porém nenhuma certeza. Até queria ficar mais um pouco para agradecer a ele tudo que fez por nós, mas Jorge e Evan chegou, não quis arrumar confusão.

Enquanto ela arrumava o cabelo, Gabriel conversava com ela sobre outras coisas, ele sabia que a irmã está triste e esse jeito acelerado dela de fazer as coisas tudo de uma vez é somente uma forma que ela encontra para ela não pensar.

Ela se olha no espelho e ve o reflexo do irmão, Isadora vira de frente para ele e sorri.

— Está bonitão, onde vai?

— Eu sou bonitão.— Ele brinca.

— Convencido, quase nada.

— Você vai mesmo para faculdade?

O Equívoco do CEO Onde as histórias ganham vida. Descobre agora