Fiquem longe deles

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Assim que Thomas colocou os pés na nova cela, um dos detentos olhou fixamente para ele. Por mais que tentasse evitar o contato visual, foi impossível se manter longe dele, pois a cela era pequena e havia outros 4 homens junto a ele. A madrugada foi intensa de medo, com Thomas temendo que Jorge tivesse ordenado algo contra sua vida.

Mal amanheceu e Thomas já estava em pé, sentado em um canto sozinho. Ele estava pensativo e não percebeu Natanael, um dos presos, se aproximando, só percebendo quando um forte chute acertou sua perna.

— Tenho um recado para você. — Natanael disse com um sorriso sinistro. Thomas olhou para cima sem entender do que se tratava, já que havia acabado de chegar. — Jorge pediu para te dar um aviso. Que seus filhos se afastem da família de Henry, pois nunca se sabe o que pode acontecer com eles enquanto você está aqui dentro. Até mesmo com seu querido amigo e sua família.

Thomas entendeu o recado e passou o resto do dia tentando encontrar uma maneira de sair dali, mas não chegava a nenhuma conclusão.

Gabriel e Isadora chegaram após uma longa viagem para visitar o pai no presídio do Rio de Janeiro. Ao vê-los, Thomas sentiu o desespero invadir seu ser e os abraçou com força, sentindo um misto de emoções, incluindo vergonha por seus filhos o verem em um lugar como aquele.

— Pai, estávamos tão preocupados com o senhor. Como está se sentindo, ninguém fez nada com você? — perguntou Gabriel, segurando a mão de Thomas.

— Estou bem, meus filhos. Só estou um pouco abalado com as acusações que fizeram contra mim. Mas sei que vou provar minha inocência. — respondeu Thomas, tentando sorrir para acalmá-los.

Isadora olhou para o pai com tristeza nos olhos e apertou ainda mais forte o abraço em Thomas.

— Ah, pai. — Isadora disse, chorando. — É tudo culpa minha, se eu tivesse continuado em silêncio, nada disso estaria acontecendo.

— Filha, não diga isso. Você fez a coisa certa. Nunca mais repita isso.

Eles sentaram em frente a Thomas e fizeram várias perguntas. Os minutos passaram sem que percebessem, e ao se despedir, Thomas engoliu em seco, lembrando das palavras de Jorge sobre Henry. Ele sabia que precisava proteger os filhos de qualquer maneira, por mais que não acreditasse nas acusações feitas por Jorge. Era a única maneira de protegê-los, inclusive seu amigo Adrian.

— Vamos falar com Henry, ele tem alguns contatos no Brasil. Talvez algum advogado possa vir te defender. — disse Isadora, esperançosa.

Apesar de abalado e sabendo o quanto afastar Henry poderia afetar a filha, Thomas precisava agir antes que algo de ruim acontecesse com eles. Então, olhando nos olhos de Isadora, ele falou firmemente:

— Isadora e Gabriel, não quero que vocês se aproximem de Henry ou qualquer pessoa da família de Adrian. Eles não são quem pensávamos que eram. Fiquem longe deles, por favor. Prometo que vou dar um jeito nessa situação, mas peço que confiem em mim. Não contem a ninguém sobre minha prisão, especialmente para Henry.

Os dois se olharam assustados com o que ouviram.

— O quê? Por quê? — Isadora disse com a voz trêmula. — Por que nos afastar deles? Pai, Adrian jamais faria algo para nos prejudicar, o senhor sabe que isso não faz sentido.

— Sim, pai. Como pode dizer que eles tiveram algo a ver com sua prisão?

— Meus filhos, eu sei. — Thomas sussurrou, olhando para Natanael e suspirando pesadamente. Isadora percebeu o olhar do pai e entendeu o que estava acontecendo. — Entendam, eu só quero proteger vocês. Pelo amor de Deus, façam o que estou pedindo, se afastem deles, pelo menos até que eu consiga sair daqui.

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