Eu não acredito em vocês

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Thomas sentou na cela gelada e solitária, incapaz de acreditar que aquilo realmente estava acontecendo.

Havia algum tempo que Thomas descobrira que o banco em que trabalhava era apenas uma fachada para lavagem de dinheiro. Quando finalmente reunira coragem para denunciar a situação, surgiu a revelação do assédio que Isadora vinha sofrendo de Evan. Mesmo sem os filhos saberem, Thomas confrontou seu chefe Jorge, que era o pai de Evan, sobre as tentativas de Evan de abusar de Isadora quando ela tinha apenas 13 anos. No entanto, as coisas começaram a se complicar para ele a partir desse confronto.

Em um ato de vingança por ter colocado seu filho na prisão, Jorge e Evan criaram uma conta falsa em nome de Thomas, desviaram uma grande quantia de dinheiro de alguns clientes e depositaram na conta. Mesmo que Thomas tentasse provar o que realmente aconteceu, seria impossível sem um bom advogado.

Atordoado, com as mãos na cabeça e sentindo-se mal por ter sido acusado de algo tão repugnante, Thomas ouviu passos pesados vindo do corredor. Levantou a cabeça e viu que eram Jorge e Evan.

— Espero que esteja apreciando sua cela, pois será atrás de uma, que passará muitos anos de sua vida. — disse Jorge, exalando soberba e confiança.

— Qual o seu problema comigo? Por que fez isso? — Thomas falou em um fio de voz, incapaz de encarar o homem à sua frente.

— Qual é, Thomas? Achou que seu filho poderia mexer com o meu e ficar tudo bem? Deveria me conhecer o suficiente para saber que eu jamais deixaria isso passar.

— Você é pai. A mesma dor que sentiu ao ver seu filho sofrer, eu sinto ao imaginar que minha filha inocente poderia ter sido abusada por seu filho. Estou mais de 4 dias sem dormir, imaginando tudo o que ela passou para escapar das garras do seu filho. — Thomas falou se colocando de pé, de frente para Jorge e Evan.

— Inocente? Meu filho foi seduzido por ela. Todos os dias, Evan me dizia o quanto sua filha o provocava. — disse Jorge.

— Provocar? Minha filha era apenas uma criança! Felizmente ela teve meu filho e Henry para protegê-la. Maldita hora em que vim para cá. Adrian insistiu tanto em me ajudar, se eu tivesse ouvido meu amigo. — disse Thomas, completamente arrasado.

Evan e Jorge riram alto e trocaram olhares.

— Como é ingênuo, Thomas! — disse Evan, debochado. — Acha mesmo que um homem como Adrian seria amigo de um sujeito como você? Não se iluda. Se está atrás das grades, ele tem uma grande participação nisso.

Thomas arregalou os olhos, surpreso e descrente do que Evan dizia.

— Vocês estão mentindo. Ele nunca faria isso comigo.

— Qual é o motivo pelo qual Henry foi embora? Ele veio a mando do pai, fez o trabalho sujo e partiu. E sabe o que é mais louco? Ele não se contentou em só te prejudicar, ele quer seduzir a sua filha! Acredita que ele disse à sua filha que a ama?

Thomas sentou no banco de cimento, fechou os olhos com força e as lágrimas da dor da decepção e traição ardiam em seus olhos.

— É mentira... Eu não acredito em vocês.

— Problema seu! — disse Jorge, alterado. — Corra pedir ajuda a ele. Pois vai se surpreender com sua resposta. Há quanto tempo não se falam? Uma semana? Foi o tempo que ele entrou em contato comigo e propôs me ajudar.

— Eu sairei daqui, Jorge, e quando isso acontecer, verei você atrás das grades.

— Estarei aguardando! Mas vai saber o que pode lhe acontecer quando for transferido para o presídio?

Eles saíram rindo, deixando Thomas de joelhos no chão, derrotado, chorando silenciosamente até o amanhecer. Apesar de não acreditar nas mentiras deles, Thomas não conseguia tirar aquelas palavras da cabeça. As alegações de Jorge eram tão convincentes que, por um momento, ele se odiou por confiar em Adrian.

O Equívoco do CEO Where stories live. Discover now