Você é o motivo pelo qual perdi nosso filho.

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Luna fica no bar até o fim do expediente, no decorrer da noite ela sentia o olhar de Adrian sobre ela, por diversas vezes o olhar de Luna se encontrava com os dele, ela não entendia essa magnitude que o desconhecido tem.

Apos algumas horas Lorenzo e Adrian comem e beberam suas bebidas. Com muita insistência do irmão, Lorenzo foi embora. Luna se prepara para fechar o bar e se preparar para voltar para casa. Ela está exausta, mas grata por ter conseguido manter a calma e a compostura durante a noite, especialmente diante do encontro inesperado com Lorenzo.

Enquanto caminha para seu apartamento, Luna nota um vulto na rua escura, e seu coração acelera quando percebe que é Lorenzo esperando por ela.

Ela se vira, pronta para confrontá-lo, cansada dessa perseguição, mas antes que ela possa dizer algo, ele se adianta.

- Luna me de uma chance de me explicar, eu só te peço isso.- Com um olhar suplicante e uma expressão desesperada no rosto ele implora.

Ela revira os olhos, sentindo a raiva borbulhar dentro dela.

- Lorenzo, o que você está fazendo aqui? Eu já te disse que não quero falar com você.- diz Luna, tentando disfarçar a vulnerabilidade por trás de um tom firme.- Qual a sua dificuldade em respeitar o meu espaço?

- Luna, por favor, só me dê alguns minutos do seu tempo. Eu preciso te explicar, preciso que você me escute.- Ele continua insistindo.- Não vê o quanto estou sofrendo?

Luna sente o cansaço tomando conta dela, e ela se xinga mentalmente, por ainda se importar com as palavras de Lorenzo. Ela respira fundo antes de responder.

- Explicar? Quando você deu a chance de me explicar? Quando você teve consideração pelos meus sentimentos?- Luna pergunta encarando seu olhos sem desviar.- Eu já te escutei antes, e tudo o que ouvi foram mentiras e desculpas esfarrapadas. Não tenho mais nada a ouvir de você. - Responde ela, tentando afastar a dor que essas palavras trazem.

- Mas, Luna, você precisa saber que eu...- Lorenzo tenta falar, desesperado, mas ela o interrompe.

- O que vai dizer? Me perdoa? Que você errou? Se for, você precisa saber que nunca vou te perdoar. Você... você fez com que eu perdesse o nosso filho!- Luna fala batendo com os punhos no peito de lorenzo.- Você é o motivo pelo qual nosso filho se foi.- As palavras saiam num fio de voz cheio de dor, raiva e ressentimento.

Ela vê a expressão de choque e pesar no rosto de Lorenzo, mas ela não quer ouvir mais nada. Luna se afasta, deixando-o para trás, caminhando rapidamente em direção ao seu próprio caminho.

As lágrimas começam a escorrer pelo rosto de Luna, mas ela está determinada a não quebrar diante de Lorenzo mais uma vez.

Assim que Luna abriu a porta do seu apartamento, ela tenta sorrir, limpando seu rosto. Mas seus olhos ainda estavam vermelhos e inchados. Quando seus olhos cruzam os de Kim, ela mal conseguiu se segurar antes de começar a soluçar, sendo consolada pela amiga assim que entrou.

- Luna, o que aconteceu?- Kimberley pergunta preocupada.- Por que você está chorando tanto? Foi aquele filho da puta, não foi?

- Sim. Lorenzo estava no bar...- Luna fala sem encarar os olhos da amiga.

- Ele te incomodou? Tentou falar com você?

- Sim.

- E o que ele queria?

- As mesmas desculpas de sempre.- Luna fala sentando no sofa e olhando fixo na parede.- Eu contei para o Lorenzo que perdi o bebê.

Kimberley ficou em choque, não podia acreditar que a amiga estava passando por aquela angústia novamente. Ela abraçou Luna e sentiu a dor refletida nos soluços dela.

- Oh, minha amiga, eu sinto muito. Sei como isso é difícil para você.

- Eu me sinto tão mal em ver a decepção e a tristeza no olhar dele, Kim. Eu não queria que ele soubesse, más sei que era necessário contar.

- Você não tem que se sentir culpada pelo que ele vai sentir, Luna. Ele precisa saber o que você está passando por culpa dele.- Kimberley fala abraçando a amiga fortemente.

Depois de um tempo, Kimberley pegou a mão de Luna e a levou até a cozinha, enquanto ela enxugava as lágrimas. Ela não disse mais nada sobre o assunto da perda do bebê. Em vez disso, ela fez o seu melhor para distrair Luna, preparando sua comida favorita e selecionando um filme para assistirem juntas.

Enquanto o filme passava, Luna se sentia grata por ter Kimberley ao seu lado, demonstrando apoio sem precisar falar sobre o assunto doloroso. A presença e as ações gentis de Kimberley significavam mais do que qualquer palavra poderia expressar naquele momento de dor.

Depois de uma semana Luna vai para a agência do Lorenzo. Enfim ela conseguiu juntar coragem para assinar o sonhado contrato. Mesmo com a decisão tomada, ela se pergunta se realmente é certo trabalhar para alguém que a machucou de várias formas.

- Vamos lá Luninha, quero ver você calar a boca do patrão.- Taty fala animada.

Luna sorri e se olha no espelho, hoje ela se arrumou mais que o normal, ela não quer deixar ninguém ver o quanto ainda está destruída, seus longos cabelos estão perfeitamente alinhados, sua roupa elegante caiu perfeitamente com o salto fino.

O dono do bar está sendo de grande ajuda, na verdade, todos estão incentivando e mostrando que essa fase ruim vai passar.

Se ainda doi? Doi, mas como Flavio disse a ela. A vida não pode parar por que alguém te deu uma rasteira, caiu? Levanta, sacode a poeira e continue seguindo em frente.

- Fica bem, Luna, você é forte e já superou tantas coisas e essa será mais uma.- Silvia fala demonstrando apoio.

- Vou ser! Não vou ser a primeira e nem a última a sofrer por confiar demais...- Luna desvia o olhar e suspira pesadamente.- Sabe? O que me doi mesmo é o assunto da gravidez.- Ela diz abaixando a cabeça. Kimberley com o dedo levanta seu queixo fazendo com que ela encare seus olhos.

- Essa é a última vez que te vejo de cabeça baixa. Se não está certa do que quer, tente em outra agência, proposta não faltam.

- Autora: Queridos leitores, peço desculpas pela demora em atualizar a história da Luna, estava finalizando dois outros livros numa outra plataforma, agora enfim consegui finalizar. Irei me dedicar exclusivamente nesse livro e no Lembranças Perdidas. Por favor, não me abandone rsrsrs.

O Equívoco do CEO Where stories live. Discover now